Referência na produção de energia limpa e renovável, a biomassa totalizou em abril 12.417 MW de potência instalada, representando a terceira fonte mais importante da matriz elétrica e superior à capacidade que terá a Usina de Belo Monte, atrás apenas da hidroeletricidade (66,1%) e do Gás Natural (9,5%). Nesse conjunto, a biomassa sucroenergética, proveniente da cana de açúcar, é o principal destaque, tendo atingido o recorde de 10 mil MW de capacidade instalada. Considerando todas as usinas a biomassa no Sistema Elétrico Brasileiro (SEB), que incluem a utilização de outros combustíveis além do bagaço de cana, a participação da biomassa na matriz de capacidade instalada brasileira em abril foi de 9,1%.
Em relação à produção de energia elétrica por fontes térmicas a biomassa, em março de 2015, foi registrada participação de 1,1% do total gerado no País, equivalente a 543 GWh, energia suficiente para abastecer, por exemplo, o Distrito Federal durante esse mesmo mês.
Há grande sazonalidade na produção de energia elétrica por essa fonte, em virtude da disponibilidade dos combustíveis utilizados. Nos últimos doze meses, os maiores montantes de geração de energia a partir da biomassa foram registrados entre maio e dezembro de 2014, com maior geração no mês de agosto, equivalente a 2.765 GWh, equivalente a 6,2% do total de energia produzido no País naquele mês.
Em dez anos, a capacidade instalada em usinas térmicas a biomassa no Brasil teve acréscimo de 8.362 MW, se compararmos o resultado atual com o registrado em abril de 2005. A previsão é que até 2018 entrem em operação mais 1.750 MW dessa fonte, que já estão contratados. Outros 2.400 MW estão previstos para entrar em operação até 2023.
Biocombustível no país
A produção de etanol cresceu 4% em 2014 e atingiu 28,6 bilhões de litros, ultrapassando o recorde histórico de 27,9 bilhões de litros alcançado em 2010, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (28), pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Essa foi a terceira alta consecutiva na produção do biocombustível no país. Segundo a EPE, a expansão foi ocasionada pelo baixo preço internacional do açúcar, que direcionou a maior parte da produção de cana para a fabricação do biocombustível; a liberação de recursos públicos para o setor sucroenergético; além das expectativas de aumento do percentual de etanol anidro na gasolina C (de 25% para 27%, a partir de março de 2015) e do retorno da tributação sobre a gasolina.
Em relação ao biodiesel, o estudo da EPE indica aumento de 16,7% no consumo em 2014 em comparação ao ano anterior, somando 3,4 bilhões de litros. Desde 2005, quando foi implantado o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), até dezembro de 2014, foram produzidos e consumidos no país 17 bilhões de litros de biodiesel. Com esse resultado, o Brasil passou a ocupar a segunda classificação no ranking mundial de produção e consumo de biodiesel, atrás apenas dos Estados Unidos. Entre as regiões brasileiras, o Centro-Oeste e o Sul concentraram 83% do biodiesel produzido e consumido no país, no ano passado.