sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

| Maior sistema de armazenamento no país deve começar a operar até março, Energia Hoje

 

Fonte: Energia Hoje - 08.02.2021
Rio de Janeiro - Até o fim do primeiro trimestre, deverá ser concluída a instalação do maior sistema de armazenamento em bateria de energia elétrica do país. O projeto, que está sendo desenvolvido no terminal da Ilha Guaibá, no Rio de Janeiro pela Vale em parceria com a Siemens e a MicroPower Comerc (MPC), está na reta final de sua conclusão, diz o presidente da área de Smart Infrastructure da Siemens, Sergio Jacobsen.

A mineradora recebe minério de ferro de Mariana (MG). Carrega o metal por trens e o leva até o terminal por onde é embarcado em navios. O consumo de energia é pontual, sendo a demanda verificada principalmente na movimentação dos trens e na atracação dos navios. Em outros momentos, o consumo tem grande ociosidade, o que levou a ideia de uma solução inovadora.

“A bateria poderá ser carregada quando não há movimentação de minério. Isso não apenas traz economia de custos, como tem impacto positivo ambiental porque se reduz o uso de gerador diesel e de emissão de poluentes globais”, diz Jacobsen.

O equipamento será carregado sempre que a demanda por energia do TIG estiver baixa, para, assim, poder substituir a rede da concessionária nos momentos em que essa demanda for mais alta. Este tipo de aplicação é conhecido como “peak shaving” – reduzir o consumo no horário de pico, quando a tarifa é mais cara.

No caso do porto, poderá gerar a redução de aproximadamente 20% no custo final de energia consumida. Com a redução de custo, o BESS (sistema de armazenamento de energia em baterias, na sigla em inglês) irá remunerar a Micropower e trará economia para a Vale, além de liberar capacidade para a rede elétrica local.

O sistema BESS tem capacidade de armazenamento de 10 MWh, o suficiente para atender a 45 mil residências por uma hora. A mineradora tem aplicado a tecnologia alinhada à estratégia de descarbonização. Ano passado, a Vale anunciou investimento de ao menos US$ 2 bilhões para reduzir em 33% suas emissões absolutas diretas e indiretas até 2030, com base nas premissas do Acordo de Paris, além da intenção de tornar-se carbono neutra em 2050.

“À medida que a Vale continua a descarbonizar suas operações, o uso de baterias se tornará uma parte cada vez mais importante na eletrificação da nossa frota de equipamentos. Este projeto nos permite testar em campo uma nova tecnologia para acelerar a transformação de energia da Vale, que visa alcançar sua autossuficiência aumentando a geração de energia elétrica principalmente através das fontes solar e eólica em complementação a nossa geração hidrelétrica”, explicou o diretor de Energia da Vale, Ricardo Mendes, ano passado quando o projeto foi lançado.

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