03/11/2013 - 15h52
PUBLICIDADE
DE SÃO PAULO
Um grupo de vândalos destruiu parcialmente uma instalação de arte em homenagem aos desaparecidos da ditadura militar. A obra "Penetrável Genet", que integra a 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, foi montada dentro do cemitério do Araçá (zona oeste de São Paulo).
O ataque foi descoberto na manhã deste domingo, dia em que a obra seria aberta para visitação. Os vândalos romperam dois cadeados e entraram no Ossário Geral, onde estão guardados os restos mortais de 1.046 pessoas encontrados no cemitério Dom Bosco, em Perus, usado clandestinamente para enterrar presos políticos e comuns como indigentes.
Ali, derrubaram no chão dois monólitos de pedra de 700 kg cada um, que seriam usados para a projeção de filmes. Eles também romperam blocos de concreto e retiraram três sacos de ossos --que não faz parte dos encontrados em Perus-- e os espalharam pelo cemitério.
Apesar da presença de projetores e computadores, nada foi roubado. Ninguém reivindicou o ataque --foi deixada apenas uma pichação ilegível.
Algumas estátuas e túmulos, que não faziam parte da instalação, também foram vandalizados. Uma imagem de santo Antônio, por exemplo, foi derrubada no chão.
"Foi contra a arte e contra o ser humano", disse o artista Celso Sim, coautor da obra, ao lado de Anna Ferrari. Os dois organizaram por volta do meio-dia um ato de protesto no local do ataque.
Sim chamou o vandalismo de "crime político" e afirmou que "o prejuízo ético, moral e existencial é incalculável".
A instalação será aberta ao público apesar do ataque. Mesmo estilhaçados no chão, os dois monólitos receberão as projeções.
A visitação pode ser feita de terça a domingo, com sessões gratuitas a cada hora, a partir das 12h e até as 16h, até meados de dezembro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário