10 de novembro de 2013 | 2h 10
O Estado de S.Paulo
Um quadro preciso da conjuntura econômica dos Estados brasileiros, mostrando, em especial, os resultados das políticas públicas praticadas na década passada e seus efeitos sobre a população, foi traçado no Boletim Regional do Banco Central, divulgado quarta-feira, indicando as dificuldades para a retomada econômica. Mas o texto abrange bem mais temas - e é especialmente interessante o conteúdo do box Escolaridade e Mercado de Trabalho Regional no Brasil, em que são cruzadas as informações sobre o grau de instrução e o emprego formal dos trabalhadores nos diversos Estados.
A matéria não trata do fato de que a qualificação profissional dos trabalhadores brasileiros é, na média, insatisfatória. E que isso afeta a produtividade do trabalho - e, portanto, o ritmo de crescimento econômico. Mas enfatiza que, apesar dos problemas, houve expressiva diminuição da participação dos trabalhadores com baixo grau de escolaridade no mercado. E também um aumento expressivo do peso dos trabalhadores com maior escolaridade nas seis regiões metropolitanas avaliadas na Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE.
Entre 2003 e 2012, por exemplo, reduziu-se de 34,1% da População Economicamente Ativa (PEA) para 20,9% a participação dos trabalhadores com menos de oito anos de estudo. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, essa mão de obra caiu de 1/3 da força de trabalho para 20%. A participação dos trabalhadores com mais de 11 anos de estudo passou de 45,8%, em 2003, para 62,1%, em 2012.
A alta da escolaridade dos trabalhadores é evidente. E diminuiu o porcentual (de 3,5% para 1,2%) dos menores (de 10 anos a 14 anos) que trabalhavam. Em menor grau, isso também ocorreu na faixa de 15 a 17 anos.
Os dados recentes do IBGE mostram que a taxa de desemprego se encontra nos menores níveis históricos. A taxa de desocupação recuou de 12,4% para 5,5% no País, mas o maior recuo na taxa de desemprego ocorreu entre os trabalhadores com 8 anos a 10 anos de estudo. Uma queda menor foi registrada entre os que estudaram mais.
O impacto do aumento da escolaridade da população em geral provoca a transferência de "trabalhadores do conjunto de menos instruídos para o de mais instruídos", segundo o relatório. O Banco Central acredita que o recuo da desocupação tem que ver com o aumento do nível de instrução formal. Isso é mais um sinal dos efeitos positivos da melhoria da qualidade da educação.
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