sábado, 9 de novembro de 2013

Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo apresenta novo censo da população em situação de rua (pauta)

do site da Prefeitura de São Paulo

Os dados apontam que 14.478 pessoas vivem nas ruas e em centros de acolhida da Capital, 64% delas na região central. Método de pesquisa contou com o trabalho de antropólogos e atores “implantados” nos grupos
A Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) apresentou, no dia 24, dados do Censo e Caracterização Socioeconômica da População em Situação de Rua na Municipalidade de São Paulo (2011), em encontro com representantes da Prefeitura e do Comitê PopRua, entre outros convidados. O levantamento foi feito a pedido da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS).
De acordo com os dados, no ano de 2011, foram recenseadas 14.478 pessoas, sendo 6.765 em situação de rua e 7.713 em centros de acolhida da Capital. Em comparação ao censo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) realizado em 2009 (saiba mais), houve crescimento de 0,1% dessa população, acompanhando o aumento demográfico da população total do Município – o número passou de 13.666 para 14.478.
Os dados ainda mostram um aumento de 9% na quantidade de pessoas acolhidas (de 7.079 para 7.713) e de 2,7% na de pessoas vivendo nas ruas (de 6.587 para 6.765).
Os resultados do Censo 2011 reforçam a importância da região central na atração da população em situação de rua. Os distritos de Bela Vista, Bom Retiro, Brás, Cambuci, Consolação, Liberdade, Pari, República, Santa Cecília e Sé concentram 64% do total dessa população na cidade de São Paulo, com 4.319 indivíduos. O distrito de Santa Cecília é o que apresenta maior número de pessoas em situação de rua (1.197), próximo ao número encontrado na Sé (1,171). Depois, estão os distritos da República (719), Brás (495), Bom Retiro (197), Consolação (159), Bela Vista (135), Liberdade (92), Cambuci (77) e Pari (77).
O distrito que teve maior crescimento em relação a 2009 foi justamente o de Santa Cecília, com 888 indivíduos recenseados a mais que no estudo da FIPE. Entre os distritos que apresentaram diminuição, destaca-se o da República, com 851 indivíduos a menos que em 2009.
Distribuídos em nove distritos censitários, 15 equipes com cerca de 130 pesquisadores percorreram as ruas da Capital, durante cinco dias, para a contagem da população em situação de rua.
Segundo o professor Rodrigo Estramanho de Almeida, a metodologia da pesquisa consistiu basicamente no trabalho desenvolvido por antropólogos e atores que, “implantados” nos grupos, vivenciaram o dia a dia dessas pessoas e puderam coletar novos dados, além de confirmar a aplicação da pesquisa. “Os dados são fundamentais para a quebra de mitos e a formulação de respostas às questões que envolvem as políticas públicas para esse público”, disse o professor.
A última reunião do Comitê PopRua tratou dos resultados da pesquisa e um grupo de trabalho foi criado para analisar os dados e discutir a metodologia de contagem dessa população.

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