O Estado de S.Paulo
Ao contrário das estações da Linha 4-Amarela, que estão cada vez mais cheias, oito antigas paradas do Metrô registraram queda de usuários no ano passado.
Velho símbolo da lotação do transporte público da capital, a Estação da Sé, nas Linhas 1-Azul e 3-Vermelha, é uma delas. Em 2012, passaram por suas catracas por dia útil 80 mil pessoas em média, 2 mil a menos do que no ano anterior. Conexão entre o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na Linha 3-Vermelha, a Estação Brás também teve redução de passageiros: de 112 mil para 109 mil por dia útil.
Essa estatística, porém, revela apenas uma parte do cenário, já que não contabiliza passageiros baldeando nas estações de transferência, como são as próprias Sé e Brás. O Metrô diz não ter os dados de passageiros totais que andam por dia em cada estação.
Mas mesmo em algumas paradas onde não há a possibilidade de transferência observou-se uma diminuição de passageiros entre 2011 e 2012. Caso das Estações Vila Madalena, na Linha 2-Verde, e Pedro II, na Linha 3-Vermelha. Na primeira, caiu de 31 mil para 28 mil, e na outra, de 26 mil para 25 mil.
A Estações Corinthians-Itaquera, Penha, Anhangabaú e Palmeiras-Barra Funda, na Linha 3-Vermelha, também tiveram menos passageiros no ano passado. Em parte dessas estações, segundo o Metrô, a perda de passageiros ocorreu por causa da integração gratuita entre Metrô e CPTM em certos horários do dia, iniciada em outubro. A rede metroviária tem 64 estações e transporta 4,4 milhões de passageiros diariamente, em média.
Linha 4. O cenário é bem diferente nas estações da Linha 4-Amarela. A Paulista, por exemplo, registrou um aumento de 251% - superior ao crescimento médio do próprio ramal - de passageiros entre 2011 e o ano passado. Mas a linha começou a operar integralmente no fim de 2011. Apesar disso, em seu primeiro ano como uma estação "para valer", a parada já passou a figurar como uma das mais acessadas do sistema, com cerca de 158 mil pessoas por dia. Em 2012, essa quantidade só foi menor do que nas Estações Palmeiras-Barra Funda, República, Luz e Consolação, que existem há décadas.
O diretor da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Rogério Belda, diz que é natural que à medida que a rede de metrô for aumentando, mais gente passe a usá-la. Para contornar o problema dos gargalos, ele defende que o Metrô e a Prefeitura façam campanhas estimulando as empresas da cidade a adotarem horários alternativos a seus empregados. No ano passado, 1,098 bilhão de passageiros foram transportados no Metrô - desconsiderada a Linha 4-Amarela, administrada pela ViaQuatro - ante 1,087 bilhão em 2011. / CAIO DO VALLE
Linha 4 eleva até 19% fluxo em outros ramais do Metrô
02 de março de 2013 | 8h 21
CAIO DO VALLE - Agência Estado
Aberta há quase três anos, a Linha 4-Amarela, que vai da Luz ao Butantã, continua influenciando e redesenhando o mapa de circulação de passageiros no Metrô de São Paulo. No ano passado, ela fez com que a demanda nas Linhas 2-Verde (Vila Madalena-Vila Prudente) e 5-Lilás (Largo 13-Capão Redondo) crescesse acima da média da rede - que transportou 1% mais pessoas do que em 2011. Os dois ramais, que fazem conexão com a Linha 4, passaram a receber, respectivamente, 11% e 19% mais passageiros. Com mais gente, aumentou o desconforto.
A Linha 3-Vermelha (Barra Funda-Itaquera), que historicamente enfrenta os maiores problemas de superlotação, sofreu um processo inverso e perdeu usuários, assim como a 1-Azul (Jabaquara-Tucuruvi), que deixou de ser a mais cheia de todas - o posto foi assumido pela Linha 3.
Segundo a Companhia do Metropolitano, o fato de quatro estações da Linha 4 - Butantã e Pinheiros, na zona oeste, e República e Luz, no centro - terem sido inauguradas ao longo de 2011, no ano seguinte à entrega parcial da linha, ajuda a explicar a influência sobre os outros ramais. A expansão "trouxe novos usuários de regiões que antes não eram atendidas por esse tipo de transporte". Outro impacto foi a abertura em tempo integral da Linha 4, ocorrida a partir de outubro de 2011.
A sensação de parte dos passageiros de duas das principais estações de integração da Linha 4, a Paulista e a Pinheiros, é a de que elas estão se tornando tão apertadas quanto a Estação Sé no rush da tarde. "Estão virando pequenas ''Sé'' porque o Metrô, infelizmente, não tem crescido no ritmo que deveria", diz a contabilista Sandra Seminamis, de 57 anos.
O Metrô nega que as estações estejam enfrentando esse cenário. De acordo com a empresa, um novo sistema de controle dos trens, chamado de CBTC, passará a funcionar nas Linhas 1, 2 e 3 ainda neste semestre, reduzindo os intervalos dos trens. Prevista para 2015, a expansão da Linha 5-Lilás até a Estação Chácara Klabin, na zona sul, deverá dar uma "melhor distribuição das Estações Pinheiros e Paulista", afirma o Metrô. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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