segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Incidentes forçam Congonhas a vetar jatinhos em pista principal, FSP

 Julio Wiziack

BRASÍLIA

A concessionária espanhola Aena, que administra Congonhas (SP), pediu autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para proibir jatinhos na pista principal.

A medida foi tomada após diversos incidentes com aeronaves de menor porte que levaram à paralisação do aeroporto, cancelando voos e prejudicando milhares de passageiros. É o que afirma a empresa em ofício enviado para a Superintendência de Infraestrutura Aeroportuária (SIA) nesta sexta (4).

Movimento de jatinhos na pista principal do aeroporto de Congonhas, em São Paulo - 22.abr/2013-Joel Silva/Folhapress

No documento, obtido pelo Painel S.A., a Aena relata que, somente na semana passada, Congonhas registrou três ocorrências com jatos e aviões de menor porte.

Em 29 de outubro, por exemplo, a aeronave Cirrus Vision teve o pneu esquerdo do trem de pouso estourado quando pousava. A pista ficou interditada por 50 minutos até que a aeronave fosse retirada.

Em 1 de novembro, às 19h50, um Piper Aircraft PA-42, procedente de Cuiabá (MT), também teve problemas com o trem de pouso durante a aterrissagem, às 19h50.

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Não houve feridos. O avião realizava transporte aeromédico e o passageiro foi retirado imediatamente pela equipe médica do aeroporto, em segurança.

Contudo, a pista só foi liberada às 21h49 e o horário de funcionamento do aeroporto teve de ser estendido até 0h30 para que a operação das companhias aéreas fosse concluída.

Como resultado, 30 voos de partida e 43 de chegada foram cancelados. As operações só foram normalizadas às 9h do dia seguinte.

Em 03 de novembro, um jato executivo, modelo Cessna Citation, procedente de Estrela D'Oeste (SP) teve falha no sistema de freios durante a aterrissagem, às 16h13.

Os pousos e decolagens na pista principal foram retomados às 17h30. Houve 12 voos cancelados e 14 alternados para outros aeroportos em função do episódio.

"Os três eventos de interdição de pista em menos de uma semana, todos ligados à operação de aeronaves de aviação geral na pista principal, tiveram como consequência dezenas de voos cancelados e de alternados para outros destinos, com impacto a milhares de passageiros", escreve Kleber Almada Meira, diretor-executivo do aeroporto de Congonhas.

"Cabe ainda destacar que [esses eventos] não constituem fato isolado. Em outubro de 2022, uma aeronave de pequeno porte (PP-MIX) realizava pouso na pista principal, por volta das 13h30, quando o pneu do trem de pouso traseiro estourou e o avião ficou rente ao barranco no final da pista. Naquela ocasião, a pista foi liberada para pousos e decolagens apenas às 22h18 (quase 9h de interdição)."

No documento, a Aena informa que, nos três eventos, gastou 246 minutos para retirar os aviões, menos da metade do tempo de interdição do evento de outubro de 2022.

Consultada, a concessionária confirmou que pretende destinar a pista principal somente para aeronaves da aviação comercial e jatos de grande porte da aviação geral.

"Essa medida visa reduzir riscos e melhorar a eficiência operacional na pista principal", disse via assessoria.

Com Diego Felix e Paulo Ricardo Martins

Becky S. Korich Não existe 'mas' nem vírgulas para justificar o antissemitismo, FSP

 "Anote tudo agora, consiga os filmes, consiga as testemunhas, porque em algum lugar no caminho da história algum bastardo vai se levantar e dizer que isso nunca aconteceu", disse Dwight D. Eisenhower ao testemunhar os horrores dos campos de concentrações nazistas logo após a Segunda Guerra Mundial.

Eisenhower foi visionário, mas não imaginou que o mundo retrocederia tanto. As atrocidades do massacre de 7 de outubro em Israel foram filmadas e divulgadas (e celebradas) pelos próprios agentes do terror. Eis que surge um novo pulha, membro do grupo terrorista Hamas que, sem gaguejar nem se ruborizar, declara: "Nunca (a operação militar) foi direcionada aos civis. Não tínhamos a intenção nem a decisão de alvejar ou ferir qualquer civil". E para arrematar, completou: "Israel não tem provas de que o Hamas matou bebês, crianças e mulheres".

Bombeiros tentam apagar incêndio após infiltração de integrantes do Hamas perto de um hospital em Ashkelon, no sul de Israel
Bombeiros tentam apagar incêndio após infiltração de integrantes do Hamas perto de um hospital em Ashkelon, no sul de Israel - Amir Cohen - 7.out.23/Reuters

Se existe alguém que minta com tanto descaramento, é porque existe quem acredite com o mesmo descaramento —na pior das intenções. São pessoas que acreditam no que escolhem acreditar, nas mentiras que elegem para racionalizar os seus preconceitos.

Enquanto líderes bilionários do Hamas levam uma vida de luxo no Qatar, anestesiados à dor de seu próprio povo, a população de Gaza vive na miséria. Em 16 anos de controle sobre Gaza, o Hamas não construiu nenhum abrigo antiaéreo para proteger seus cidadãos, mas construiu de 500 Km de túneis, para proteger seus armamentos. Um vídeo veiculado recentemente pela Orient TV, mostra um palestino gritando de sua janela: "Nós não temos emprego! Tire o Hamas daqui. América? Alguém? Nós não temos dinheiro, pagamos todo o nosso dinheiro para o Hamas. Não temos comida. Alguém!? Não temos comida. Alguém!? Não comemos frango há semanas. Tire o Hamas de nós!".

Outro vídeo mostra uma mulher palestina, enquanto sofria pela perda de inocentes em Gaza, lamentando: "Tudo isto por causa dos cães do Hamas". Logo sua boca foi coberta por uma mão e sua voz foi calada.

Esses apelos, que deveriam atingir os ouvidos e o coração de toda a humanidade, têm voz curta, porque as pessoas estão mais preocupadas em sair à rua e levantar bandeiras, arrancar dos postes cartazes com imagens de civis sequestrados pelo Hamas e repetir o que ouvem nas suas câmaras de eco. Estão ocupadas em fomentar os seus ódios enrustidos, que são mais fortes do que qualquer compaixão a quem quer que seja.

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O Hamas se deleita com a violência que infligiu a pessoas inocentes e usa o sofrimento do povo palestino em favor de seus próprios interesses. A origem da sua brutalidade é antiga, teve anos e anos de prática –em casa. Durante anos, perseguiu ativistas contrários às suas práticas, reprimiu violentamente as tentativas dos meios de comunicação locais, calou jornalistas, torturou e matou membros da comunidade LGBTQIA+, prendeu mulheres por "ofensas morais". Sua última preocupação: os direitos humanos.

No entanto, é de se espantar que supostos "progressistas", vestindo camisetas e hasteando bandeiras do Hamas, bradam por uma "Palestina Livre", como aconteceu sábado (4) na av. Paulista, participando de movimentos identitários que, na verdade, mais se aproximam às ideias da extrema direita. Sinal de que o Hamas usa habilmente o papel da vítima. Sinal de que qualquer pretexto serve para inverter a ordem moral e abrir as porteiras dos preconceitos em nome de uma "causa legítima". Sinal de que ainda restam resquícios da época sombria do nazismo.

"A memória humana é um instrumento maravilhoso, mas falaz", escreveu Primo Levi. Agora mais do que nunca, a memória falaz e enganadora se prova.

Quando a destruição de um Estado e de um povo vira um objetivo; quando a morte do outro vira um propósito de vida; quando mulheres são vítimas de violências de todos os graus; quando se normaliza abusos à mulheres; quando um país que mata e mutila mulheres que se negam a usar o hijab, que proíbe homossexuais a ser o que são, é nomeado para presidir o Fórum de Direitos Humanos da ONU; quando sequestrar, matar, decapitar, torturar e mutilar mulheres e crianças significa "lutar por direitos", o que podemos esperar da humanidade?

Em 24 horas, #HitlerWasRight foi postado mais de 20 mil. Não existe um "mas", nem vírgulas para justificar preconceitos.