sábado, 29 de setembro de 2018

Ao impedir entrevista de Lula, Fux julgou pedido que era para Toffoli, FSP

Procurado, o Supremo Tribunal Federal (STF) não esclareceu o motivo

Reynaldo Turollo Jr.
BRASÍLIA
O pedido protocolado pelo partido Novo no STF (Supremo Tribunal Federal), por volta das 19h desta sexta-feira (28), para impedir que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desse entrevista à Folha na prisão foi registrado para apreciação do presidente da corte, Dias Toffoli, mas foi julgado pelo vice, Luiz Fux. Procurado, o STF não esclareceu o motivo.

Fux atendeu ao pedido do Novo e suspendeu decisão de seu colega Ricardo Lewandowski que, na manhã de sexta, havia autorizado Lula a dar a entrevista.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante entrevista exclusiva à Folha, em janeiro de 2018 - Marlene Bergamo - 28.jan.2018/Folhapress
A assessoria do Supremo informou que o presidente da corte estava ausente. Toffoli viajou a São Paulo nesta sexta. O artigo 14 do regimento interno do tribunal estipula que "o vice-presidente substitui o presidente nas licenças, ausências e impedimentos eventuais".

É comum, porém, que ministros despachem a distância, porque os processos são eletrônicos. O Supremo foi procurado, por meio de sua assessoria de imprensa, para explicar os motivos da ausência do presidente, mas não respondeu.

A corte também foi questionada sobre se Fux despachou do tribunal ou a distância, mas não houve resposta.

A decisão de Fux deverá ser analisada pelo plenário do STF, o que não tem data para ocorrer. Nela, o ministro afirmou que a regulação da livre expressão de ideias, principalmente no período eleitoral, protege o bom funcionamento da democracia. "A desinformação do eleitor compromete a capacidade de um sistema democrático para escolher mandatários políticos de qualidade", considerou.

"No caso em apreço, há elevado risco de que a divulgação de entrevista com o requerido Luiz Inácio Lula da Silva, que teve seu registro de candidatura indeferido, cause desinformação na véspera do sufrágio, considerando a proximidade do primeiro turno das eleições presidenciais."

Além de ter vetado a entrevista, Fux determinou que, se ela já tivesse sido realizada, sua divulgação estava censurada.
"A decisão do ministro Fux é o mais grave ato de censura desde o regime militar. É uma bofetada na democracia brasileira. Revela uma visão mesquinha da liberdade de expressão", disse Luís Francisco Carvalho Filho, advogado da Folha.

O Novo, adversário do PT nas eleições, sustentou no pedido que o partido tem apresentado Lula recorrentemente como integrante da chapa que disputa a Presidência, o que desinforma os eleitores. Lula foi barrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com base na Lei da Ficha Limpa, e o PT lançou Fernando Haddad em seu lugar.

O ex-presidente está preso em Curitiba desde abril, e a Justiça local tem proibido que conceda entrevistas.
Folha apresentou ao Supremo uma reclamação contra uma dessas decisões sustentando que ela limitava a liberdade de expressão e o exercício do jornalismo. Lewandowski havia concordado com o argumento na decisão agora suspensa.

Um dos pontos que o plenário poderá enfrentar, ao analisar a decisão de Fux, é se cabe a um ministro da corte derrubar, monocraticamente (individualmente), decisão de um colega.

Casa Branca, SP, é o maior produtor de laranja do Brasil, diz levantamento do IBGE, G1

Casa Branca (SP) foi o maior produtor de laranja do Brasil em 2017, segundo pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na quinta-feira (13).
Segundo o relatório do Instituto, o município produziu 564,6 mil toneladas da fruta, gerando um valor de R$228,6 milhões.
A PAM avalia a área plantada, a quantidade produzida e o rendimento médio de 64 produtos agrícolas em todos os municípios do país.
Segundo o engenheiro agrônomo Rafael Fernandes de Oliveira, gerente agrícola da Krauss Citros, que tem seis propriedades na região, a região de Casa Branca favorece a produção de laranja.
“A topografia é boa para a produção, o solo fértil e há disponibilidade de água. Há muitas propriedades irrigadas”, afirmou.
A citricultura chegou ao município na década de 1980 devido ao preço de terras que atraiu os citricultores de outras regiões, como Limeira.
Nos últimos anos, a crise levou a uma redução no número de produtores, mas a presença de grandes propriedades e produtores garante a produção da região.
O G1 procurou a Prefeitura de Casa Branca para saber quantos produtores há no município e qual a participação da laranja no PIB local, mas não obteve retorno.

Laranja

Casa Branca é o município que mais produziu laranja em 2017 — Foto: Fabiana Assis/G1Casa Branca é o município que mais produziu laranja em 2017 — Foto: Fabiana Assis/G1
Casa Branca é o município que mais produziu laranja em 2017 — Foto: Fabiana Assis/G1
Segundo o IBGE, a laranja é a principal fruta produzida pelo país. Em 2017, a fruta adicionou R$ 8,5 bilhões à economia nacional, valor 2% superior ao ano de 2016.
São Paulo, Bahia e Minas Gerais concentram 77,8% da área de laranja no país, que é de 631,7 mil hectares, sendo que São Paulo é o estado com maior área: 402,9 mil hectares.
No estado concentram-se nove dos 10 maiores produtores de laranja do Brasil: além de Casa Branca, Botucatu, Itapetininga, Colômbia, Iaras, Avaré, Buri e Angatuba e Santa Cruz do Rio Pardo. O único município fora do estado é Rio Real, na Bahia que ocupa a 9ª posição.

Brasil

Segundo a PAM, a área plantada no Brasil aumentou 2,1% em relação a 2016 e alcançou 79 milhões de hectares. O principal produto é a soja, responsável por 35,1% da produção nacional.
O valor da produção agrícola do país foi de R$ 319,6 bilhões em 2017, o que representa uma queda de 0,6%, a primeira após sete anos de crescimento.
O Sudeste concentrou R$ 91 bilhões, ou seja, 28,5% do valor de produção agrícola nacional, com destaque para cana-de-açúcar (39,8%), café arábica (14,9%), soja (10%), laranja (7,4%) e milho (5,8%). O Estado de São Paulo foi responsável por 58,35% desse valor (R$ 53,1 bilhões).