domingo, 9 de julho de 2017

Deixar os pais na casa de repouso é um 'direito do cidadão' que quer ser feliz - LUIZ FELIPE PONDÉ


FOLHA DE SP - 03/07

Acho a autoajuda e o politicamente correto duas formas de mau-caratismo. Minha crítica máxima aos dois nasce da minha certeza (tenho poucas) de que o sofrimento é fonte inexorável do amadurecimento, coisa rara em épocas retardadas como a nossa. O projeto contemporâneo é chegar aos 60 anos com cabeça de 15. Logo, retardo mental como projeto de vida. Uma conquista contra a inteligência.

Um dos temas prediletos do mau-caratismo é a chamada "terceira idade". Um mercado, claro, devido à longevidade da espécie nos últimos anos. Já se tratou a velhice como "melhor idade" também. Uma ofensa à experiência humana real.

A longevidade estendida é um dos casos mais claros da famosa ambivalência descrita por Zygmunt Bauman (1925-2017). Um bem evidente por um lado, um drama humano gigantesco por outro, sem solução, como toda ambivalência que se preze. O mais sábio dos meus amigos costuma dizer que uma das versões do inferno no futuro será a impossibilidade de morrer. Você vai querer morrer e não conseguirá.

Sem fazer referência necessariamente a toda gama de pessoas que vegetam por aí em leitos aparelhados com tecnologia de "primeira linha" para a humanidade vegetativa, a longevidade puramente fisiológica, muitas vezes acompanhada pela perda de funções cognitivas essenciais, atormentará o humano daqui para a frente.

A maravilhosa peça "O Pai", de Florian Zeller, com direção de Léo Stefanini, cujo elenco é encabeçado por Fulvio Stefanini (brilhante como o pai da peça, vencedor do Prêmio Shell de melhor ator em 2016), em cartaz no teatro Fernando Torres, em São Paulo, é essencial para pensarmos o tema da longevidade para além do marketing da longevidade.

Este é caracterizado por um discurso, como (quase) sempre no marketing, de facilitação da realidade em nome de um otimismo besta.

O impacto dos avanços tecnológicos, científicos e médicos criaram uma sobrevida na espécie humana jamais imaginada. Vivemos mais, mas somos cada vez mais solitários. Muito metabolismo para uma alma cada vez mais dissociada de si mesma. A peça tem, entre outras qualidades, a capacidade de levar você para dentro dessa alma idosa longeva e solitária, graças ao texto, às interpretações e à direção.

A solidão é uma epidemia contemporânea, em meio ao maior surto de histeria já enfrentado pela humanidade. Solidão e histeria, juntas, formam uma mistura explosiva em termos epidemiológicos.

Os avanços sociais e políticos, passo a passo com os avanços técnicos citados acima, produzem uma sociabilidade cada vez mais egoísta —o egoísmo é a grande revolução moral moderna. As pessoas emancipadas tendem ao egoísmo como forma de autonomia.

Inteligentinhos não entendem isso muito bem porque são as maiores vítimas do marketing de comportamento que se pode imaginar. Emancipados pensam em si mesmos, antes de tudo, como consumidores do direito ao egoísmo.

Sempre soubemos que os idosos sofrem na mão dos filhos homens e de suas mulheres, que quase nunca suportam seus sogros, que insistem em ficar vivos. As filhas, que quase sempre suportaram o ônus da lida com os pais, agora se libertam e também querem vida própria (claro que existem exceções ao descrito acima, que filhos, filhas, genros e noras ofendidinhos não fiquem nervosos em demasia).

As filhas também têm o direito de cuidar de si mesmas, é evidente. Deixar os pais na casa de repouso é um "direito de todo cidadão" que quer ser feliz sem ter que viver cuidando de pais que nunca morrem. Por isso que o mercado gerontológico só cresce.

Além disso, a crescente queda na natalidade, que caracteriza os mesmos países de crescente população longeva, só tende a agravar o quadro. Baixa natalidade e alta longevidade são ambas frutos da mesma riqueza instalada na sociedade: alta tecnologia e direitos sociais são manifestações diretas dessa riqueza. Filhos únicos serão idosos longevos solitários, dependentes de serviços que ocupam o vazio deixado pelas famílias.

Qual a solução pra isso? Não há. Um mundo de velhos solitários é o futuro de um mundo de ricos autônomos e amedrontados.

sábado, 8 de julho de 2017

Elogio da Corrupção, Unicamp








Foto: ReproduçãoUm costume de intelectuais, hoje sumido, reside na visita semanal às livrarias. Com o aumento dos textos eletrônicos e a crise dos impressos, a mais que agradável inspeção às prateleiras das lojas rareia. Não há mais tempo e lazer para conversas com os intelectuais (de variados setores acadêmicos ou mundanos) que traziam informações bibliográficas úteis ao passear olhos e mãos pelos volumes expostos. Recordo a excelente Livraria Duas Cidades, comandada por um discípulo do Padre Lebret, fundador do movimento Economia e Humanismo. Frei Benevenuto de Santa Cruz oferecia aos leitores de todas as crenças e ideologias as mais recentes e profundas análises sobre o mundo político, cultural, religioso, além de um diálogo seguro acerca de fonte e autores. No seu espaço pequeno, galáxias de saber tinham encontro marcado com pensadores ortodoxos ou heterodoxos, como Antonio Candido e outros.
Se andássemos um pouco mais na direção da Biblioteca Mário de Andrade (ela própria celeiro de intelectuais que marcaram a vida nacional, entre eles Mauricio Tragtemberg) entrávamos na Livraria Italiana, onde milhares de volumes traziam ar fresco para a pesquisa artística, histórica, filosófica. A viagem poderia terminar no Sebo do Brandão e outros estabelecimentos similares, próximos ao Largo de São Francisco. Ali, coleções inteiras de clássicos, românticos, modernistas e demais etiquetas do espírito eram oferecidas a preço acessível. O costume de frequentar os sebos marca o intelectual efetivo. Aqui mesmo, em Barão Geraldo, acompanhei um grande escritor em excursões rumo às prateleiras. O nome daquele precioso ensaísta é conhecido de toda a Unicamp: Eustáquio Gomes.
Mas antes de chegar aos sebos paulistanos era obrigatória uma parada longa na Livraria Francesa. Ali, em suas aleias superlotadas de livros, o mais substancioso da cultura humana era oferecido ao cérebro que desejava pensar com outros. Além dos proprietários, eles próprios bem formados acadêmica e humanamente, atendiam funcionários com mais erudição do que muito doutor de nossos dias. Daise, uma nipônica que domina com perfeição a literatura e as formas de pensamento histórico, antropológico, filosófico, ajudava muito na pesquisa de textos raros ou novos. Das sacolas daquela livraria vinha o bálsamo contra o psitacismo que sempre ameaça os debates no Brasil.
Numa visita assim à loja, situada na Rua Barão de Itapetininga, encontrei certo dia o fármaco para um dos piores males da vida nacional. Trata-se da enorme hipocrisia e fanatismo escondido na “luta contra a corrupção”. Sim, a ladroagem dos políticos e de seus cúmplices empresários é perene ameaça ao bem comum. Ela integra um sistema de poder que nos assola desde 1500. Mas um de seus efeitos colaterais é gerar supostos combates à prática corrupta, sendo eles mesmos uma corrosão virulenta.


Foto: Reprodução
Sebo em São Paulo, Marie-Laure Susini e manifestação contra corrupção | Fotos: cum-nice.org | Reproduções Google Images

O Brasil conhece espasmos de tal moralismo corrupto. Desde as campanhas da UDN (União Democrática Nacional) que moveu o fantasma do “mar de lama” contra Getúlio Vargas, até situações recentes, os implacáveis da ética vazia atacam adversários e governantes com lábios cheios de slogans em prol da moral pública. Mas na primeira ocasião em que têm oportunidade de chegar aos postos do Estado (nos três poderes), revelam imensa cupidez de riqueza oficial para seus cofres privados. Resulta que, assim como em todo fascismo, tais movimentos espasmódicos de moralidade semeiam ódios, intolerância, autoritarismo. Nas bocas dos moralistas se encontram os piores vitupérios contra a democracia, os direitos humanos, a tolerância face aos diferentes. Eles estão sempre dispostos a apoiar lideranças truculentas que prometem limpar a cena pública dos “corruptos”, por definição os que pensam de modo diverso ao deles.
Ah! Sim! O antídoto que encontrei na Livraria Francesa? Trata-se do livro editado em 2008 pela psicanalista Marie-Laure Susini com o título de Eloge de la Corruption (Paris, Ed. Fayard). Ali a autora traça a genealogia do moralismo que se traveste de política. Em primeiro lugar temos o magnífico tratamento de G. Orwell e seu ataque aos salvadores do mundo que desejam decidir o futuro das pessoas infernizando seu presente e distorcendo seu passado. Depois vem a análise do jacobinismo que teve Robespierre à frente do Terror “que a tudo purifica”. Susini desce até Tomás Morus e sua utopia de um Estado limpo, dentro e fora dos homens. E finalmente ela discute a semente da pureza ocidental, no pensamento de Paulo apóstolo.
Da pureza espiritual à pureza das intenções e da vontade, e daí para a pureza ideológica e de raça, o movimento é contínuo, de uma lógica sem piedade. Susini dá um tapa na face dos hipócritas que assumem o apelido de “incorruptíveis”, até o instante em que atravessam as praças e se instalam nos palácios. Num instante agudo de histeria coletiva brasileira, em que a propaganda dos “bem intencionados” tenta derrubar direitos de defesa e de pensamento plural, vale a pena consultar o volume daquela corajosa escritora. Em cada frase sua o leitor reconhecerá falas e atos, além das figuras, dos que hoje se arvoram em faxineiros da sociedade e de Estado. Falta no Brasil quem recorde aos referidos lavadores: medice, cura te ipsumPara bom entendedor, meia palavra basta.

Em livro recente, professores rompem silêncio sobre crise financeira da USP, FSP


Eduardo Anizelli - 24.nov.2016/Folhapress
Praça do Relógio, no campus da Cidade Universitária da USP
Praça do Relógio, no campus da Cidade Universitária da USP

RESUMO A melhor universidade brasileira em rankings internacionais coleciona orçamentos deficitários desde o começo desta década. Gastos com salários e benefícios cresceram em ritmo incompatível com a arrecadação. Em livro, estudiosos da casa buscam as raízes do desarranjo contábil e listam sugestões para superá-lo.
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A atual crise financeira da USP é como aqueles temas espinhosos que causam maremotos surdos na família. Nos corredores acadêmicos, trata-se dela a meia voz, sem alvoroço –mas insistentemente.
O coro de sussurros é uníssono: a melhor universidade brasileira em rankings internacionais se vê hoje apanhada num caos que ela própria ensejou e cuja superação não se avista com facilidade.
Em 2013, a instituição despendeu só com salários mais do que recebeu do governo paulista (R$ 4,1 bilhões). Não espanta que as contas daquele ano tenham sido reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado. A recomendação legal é que no máximo 75% do orçamento seja gasto com a folha de pagamentos.
Diante do silêncio público de boa parte de seus pares acerca do desarranjo contábil, o professor Jacques Marcovitch, ex-reitor da USP, convocou oito renomados colegas para dissecar o tema em alto e bom som –ou com todas as letras, no livro "Universidade em Movimento" [Com-Arte/Fapesp, 256 págs., R$ 40].
Os ensaios foram adaptados de uma edição da "Revista USP" de 2015. Naquele ano, debateu-se em um seminário o que os autores chamam de desequilíbrio financeiro da USP. Essas análises, reflexões e recomendações agora saem do âmbito estrito da universidade.
Sendo uma antologia de apontamentos científicos, os capítulos do livro resultam por vezes herméticos para o leitor leigo.
Mas a coletânea tem o inestimável valor de lançar luz sobre um assunto sensível. Não se pode silenciar quando está em crise uma instituição que abriga quase 95 mil estudantes (entre graduação e pós). É preciso entender os motivos desse desequilíbrio e avaliar soluções para ele.
MEA-CULPA
Alguns dos autores incorrem numa espécie de confissão. Admitem que assistiram perplexos a uma sequência de decisões equivocadas da gestão João Grandino Rodas (2009-2013), cujo nome nem sequer é mencionado nos artigos selecionados.
Naquele momento, a USP "via-se incapacitada de gerir, com sucesso, seus próprios recursos orçamentários", segundo escreve Alexandre Sassaki, cuja tese de doutorado (orientada por Marcovitch) originou a segunda parte do livro –a primeira reúne textos do orientador e de seus colegas.
Defendido em 2016, o trabalho acadêmico de Sassaki constitui um raro estudo brasileiro sobre governança universitária (área comum nos EUA e na Europa).
Superados os trechos com a descrição detalhada da metodologia de pesquisa, o leitor encontrará uma compilação de números que não deixam dúvida quanto à afirmação de que a USP gastou muito mais dinheiro do que dispunha.
Um exemplo é o dos reajustes do valor do vale-refeição pago a servidores. O levantamento é o primeiro a sublinhar a disparidade entre o aumento do benefício (74,16%) e a inflação (24,16%) no intervalo de 2010 a 2013. Na prática, cada vale equivalia em 2013 a R$ 29, contra R$ 15,90 três anos antes.
Nesse período, o montante gasto anualmente pela USP, somados vale-refeição e auxílio-refeição, subiu de cerca de R$ 100 milhões para mais de R$ 300 milhões.
Não é a única face de uma gestão financeira perdulária que Sassaki dá a ver. O pesquisador também mostra que o prêmio pago aos servidores da instituição segundo a posição da universidade em rankings internacionais e outros critérios de qualidade oscilou significativamente no intervalo de um ano, saltando de R$ 3.500 em 2011 para R$ 6.000 em 2012. O bônus acabaria sendo extinto em 2014.
O efeito desses valores é significativo quando eles são multiplicados pelo total de trabalhadores contratados, cujo número também aumentou no período analisado. Em 2010, havia 5.863 funcionários e 16.185 professores; em 2013, eram 6.009 e 17.448, respectivamente.
ANO INTERMINÁVEL
A torneira de gastos foi aberta com mais intensidade em 2011, o ano que não acabou, na expressão dos autores do livro sobre a universidade paulista. Isso porque seu impacto financeiro é sentido até hoje. Foi ali que a curva das despesas desbancou a da arrecadação; a partir de 2012, o orçamento da instituição passaria a ser deficitário.
Os gastos com salários, contratações e obras, no entanto, não recuaram diante do desequilíbrio financeiro que se materializava. Com isso, a poupança da universidade, iniciada em 2001 para arcar com as aposentadorias vindouras, encolheu 36%, passando de R$ 3,6 bilhões em 2012 para R$ 2,3 bilhões em 2014, segundo Marcovitch.
Uma das fragilidades da obra é tratar a gestão de João Grandino Rodas como um corpo isolado, sem lhe oferecer um contexto, uma inscrição na cronologia da USP. Como dito anteriormente, o nome do reitor não é citado.
Também fica de fora qualquer apresentação das delicadas circunstâncias em que se deu a nomeação de Rodas ao cargo máximo da universidade. O advogado era o segundo nome de uma lista tríplice derivada de consulta interna e encaminhada ao governador.
Na época, José Serra (PSDB-SP) preferiu Rodas ao mais votado, Glaucius Oliva, engenheiro da USP de São Carlos –que, mais tarde, viria a se tornar presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) na gestão de Dilma Rousseff (PT).
Foi apenas a segunda vez que o número dois da lista assumiu o comando da USP –a outra havia sido em 1981, no governo Paulo Maluf (PP-SP).
Rodas, por força desse histórico, enfrentou um clima hostil no começo de seu mandato.
Se fosse um trabalho jornalístico, "Universidade em Movimento" traria também a versão de João Grandino Rodas. Em entrevistas à imprensa antes de iniciar sua espécie de exílio autoimposto (ele não foi nem à posse de seu sucessor em 2014), Rodas disse, por exemplo, que não tomara decisões sozinho.
Procurado para comentar o livro, o ex-reitor afirma que nem sabia de sua existência. Antes mesmo de ler a obra, deixa uma crítica: "Acho no mínimo estranho que um reitor da USP escreva sobre a gestão de um colega sem ter obtido informações e depoimentos também com o próprio interessado".
SEM CONSULTA
O que o material organizado por Sassaki aponta, entretanto, é que medidas que representaram golpes duros nas contas da instituição, como o aumento do prêmio a servidores e o reajuste do valor do vale-refeição, não passaram pelo escrutínio do Conselho Universitário. Elas simplesmente não constam de atas.
Alguns dos principais críticos de Rodas, como o médico Marco Antonio Zago, atual reitor, e o engenheiro Vahan Agopyan, que assina um dos textos do livro, integraram a gestão que se propõem a dissecar –o primeiro como pró-reitor de pesquisa, o segundo como pró-reitor de pós-graduação.
Em dezembro de 2013, Zago elegeu-se internamente fazendo oposição ao chefe. Quando assumiu, no ano seguinte, interrompeu obras, cortou benefícios e iniciou um polêmico programa de demissão voluntária de servidores –iniciativa apoiada abertamente por alguns dos colaboradores do livro de Marcovitch. As demissões reduziram em 8% o número de funcionários técnico-administrativos.
O ponto em que os autores convergem de forma unânime é a oposição a um pedido de socorro financeiro ao governo do Estado. Isso significaria competir com áreas como educação básica, saúde e transportes por uma fonte limitada de verba.
A solução para o desarranjo das contas da USP não passa por nenhum "deus ex machina" (um daqueles expedientes artificiosos e de suposto efeito instantâneo). O time de colaboradores de "Universidade em Movimento", todo uspiano, sabe bem disso.
O que a coletânea oferece são sugestões, como a da especialista em direito à educação Nina Ranieri (única mulher da equipe), que recomenda um esforço para fixar, em até cinco anos, um teto para os gastos com folha de pagamentos: 85% do orçamento. "Se a meta não for alcançada, a universidade deverá apresentar justificativa ao governo do Estado", escreve.
Ranieri também propõe que o governador receba anualmente um documento acerca do "estado da arte da universidade", cujo teor abrangeria as mudanças em curso também na Unicamp e na Unesp, além das da USP.
Não existe nada próximo disso atualmente. As universidades estaduais paulistas são autônomas do ponto de vista didático-científico, administrativo, financeiro e patrimonial desde 1989. Ou seja, podem tomar decisões sobre abertura de cursos e de linhas de pesquisa, benefícios salariais ou compra de terrenos ou prédios sem autorização do governo.
Nenhum dos autores parece questionar esse modelo. No entanto, como escreve Sassaki, remetendo à especialista em educação Eunice Durham (também da USP), autonomia é diferente de soberania. Uma universidade autônoma não tem liberdade para desrespeitar as leis.
SABINE RIGHETTI, 36, é jornalista, organizadora do RUF - Ranking Universitário Folha e pesquisadora doutora de política científica associada à Unicamp.