FOLHA DE SP - 23/02
SYDNEY - Lamento informar que o Brasil não é mais o queridinho das reuniões multilaterais. Perdeu a graça, está voltando ao velho patamar.
A economia bombando, Lula encantando plateias mundo afora e Amorim se metendo até no Oriente Médio são coisas do passado.
Hoje, a política econômica é sem brilho e errática, e a externa, pouco ambiciosa. O resultado são índices macroeconômicos medíocres e falta de presença internacional, que deságuam em desconfiança. Amorim deve estar insone com a desconstrução do seu legado. Como Lula...
Parte da culpa é das estrelas e do momento. Lula perdeu três eleições para ganhar justamente quando as condições internas e externas eram favoráveis. FHC deixou as bases, o dinheiro corria farto no mundo, e o carisma de Lula fazia o resto.
Na América do Sul, Lula à esquerda, Michele Bachelet (Chile) ao centro, Álvaro Uribe (Colômbia) à direita saíram, todos, com alta popularidade. Por quê? Entre os principais motivos, condições de tempo e temperatura muito favoráveis. Dilma não teve a mesma sorte nem a visão estratégica. Primeiro, veio a crise financeira mundial irradiada dos EUA. Agora, os EUA e a Europa se recuperam, há interrogações sobre a China, e o Brasil volta ao seu lugar secundário sem ter aproveitado o mar de oportunidades da crise dos países ricos.
Parte da culpa é da teimosia de Dilma, que --como diz um adversário-- não só acha que sabe tudo como acha que só ela sabe tudo. Teimosia gera centralização, que inibe o embate de ideias e a criatividade.
No G20 financeiro, em Sydney, fica claro que se encerrou um ciclo: só se fala de EUA e Ásia. Tudo como dantes no quartel de Abrantes.
Depois de longas análises sobre o fim da crise e as perspectivas da Ásia, os conferencistas lançam alertas para os emergentes e concedem umas poucas palavras para um bloco diferente: a África e a América do Sul. É o balaio do rebaixamento.
SYDNEY - Lamento informar que o Brasil não é mais o queridinho das reuniões multilaterais. Perdeu a graça, está voltando ao velho patamar.
A economia bombando, Lula encantando plateias mundo afora e Amorim se metendo até no Oriente Médio são coisas do passado.
Hoje, a política econômica é sem brilho e errática, e a externa, pouco ambiciosa. O resultado são índices macroeconômicos medíocres e falta de presença internacional, que deságuam em desconfiança. Amorim deve estar insone com a desconstrução do seu legado. Como Lula...
Parte da culpa é das estrelas e do momento. Lula perdeu três eleições para ganhar justamente quando as condições internas e externas eram favoráveis. FHC deixou as bases, o dinheiro corria farto no mundo, e o carisma de Lula fazia o resto.
Na América do Sul, Lula à esquerda, Michele Bachelet (Chile) ao centro, Álvaro Uribe (Colômbia) à direita saíram, todos, com alta popularidade. Por quê? Entre os principais motivos, condições de tempo e temperatura muito favoráveis. Dilma não teve a mesma sorte nem a visão estratégica. Primeiro, veio a crise financeira mundial irradiada dos EUA. Agora, os EUA e a Europa se recuperam, há interrogações sobre a China, e o Brasil volta ao seu lugar secundário sem ter aproveitado o mar de oportunidades da crise dos países ricos.
Parte da culpa é da teimosia de Dilma, que --como diz um adversário-- não só acha que sabe tudo como acha que só ela sabe tudo. Teimosia gera centralização, que inibe o embate de ideias e a criatividade.
No G20 financeiro, em Sydney, fica claro que se encerrou um ciclo: só se fala de EUA e Ásia. Tudo como dantes no quartel de Abrantes.
Depois de longas análises sobre o fim da crise e as perspectivas da Ásia, os conferencistas lançam alertas para os emergentes e concedem umas poucas palavras para um bloco diferente: a África e a América do Sul. É o balaio do rebaixamento.