FOLHA DE SP - 06/10
A saída da USP da relação das 200 melhores universidades do mundo carrega forte conteúdo simbólico. Nosso grande desafio é o aumento da produtividade, e não avançaremos com universidades e escolas que não deem aos estudantes condições de atingir o desempenho das economias mais competitivas.
Os EUA, maior economia do mundo, têm 77 universidades entre as 200. E não porque o país é rico --o país é rico porque investe em educação. A segunda maior economia do mundo, a China, expandiu o investimento em educação em dimensão sem paralelo na história recente. Mesmo centrando gastos no ensino fundamental, ela conta hoje com 350.000 profissionais com curso de mestrado e doutorado nas melhores universidades do mundo. O Japão, terceira maior economia, tem história de excelência educacional baseada numa cultura que dá enorme valor à educação.
Os países que valorizam a educação, o professor e o desempenho escolar têm como consequência provada o aumento de produtividade, que gera o crescimento da riqueza.
O processo de melhora da educação é virtuoso. Não só avança o desempenho de cada profissional, mas a qualidade das decisões em todos os níveis, inclusive na estrutura política, dado o maior acesso à informação. A Coreia do Sul, por exemplo, tinha renda per capita menor que a do Brasil. Hoje, após choque de educação, sai do grupo dos emergentes para entrar no de países desenvolvidos. Disciplina na escola e desempenho acadêmico são parte fundamental da cultura coreana. Em muitos aspectos, o que ocorre na Coreia do Sul é o oposto do que ocorre no Brasil. Aqui, tivemos uma relativização do desempenho escolar que gera até discriminação dos melhores estudantes.
Participei de experiência sintomática numa universidade brasileira. Um professor estrangeiro deu aos próprios alunos o poder de decidir as notas, repartindo determinado número de pontos entre os com melhor e os com pior desempenho. Ficou chocado quando a decisão do grupo foi dar nota média a todos, reflexo da grande dificuldade de premiar o melhor e penalizar o pior, uma visão errada de solidariedade.
Para elevar a produtividade, crescer mais e garantir entrada no grupo de países de alta renda, o Brasil precisa perseguir a excelência na educação. Não é só o total do investimento que importa, mas a melhora da qualidade e a busca da excelência acadêmica, que passam pela valorização do professor e do desempenho escolar.
É fundamental levar a sério a queda da USP, e não só atenuá-la questionando critérios. Que sirva como alerta para a necessidade de mudança de cultura, no sentido de demandar cada vez mais desempenho dos alunos e qualidade dos professores.
A saída da USP da relação das 200 melhores universidades do mundo carrega forte conteúdo simbólico. Nosso grande desafio é o aumento da produtividade, e não avançaremos com universidades e escolas que não deem aos estudantes condições de atingir o desempenho das economias mais competitivas.
Os EUA, maior economia do mundo, têm 77 universidades entre as 200. E não porque o país é rico --o país é rico porque investe em educação. A segunda maior economia do mundo, a China, expandiu o investimento em educação em dimensão sem paralelo na história recente. Mesmo centrando gastos no ensino fundamental, ela conta hoje com 350.000 profissionais com curso de mestrado e doutorado nas melhores universidades do mundo. O Japão, terceira maior economia, tem história de excelência educacional baseada numa cultura que dá enorme valor à educação.
Os países que valorizam a educação, o professor e o desempenho escolar têm como consequência provada o aumento de produtividade, que gera o crescimento da riqueza.
O processo de melhora da educação é virtuoso. Não só avança o desempenho de cada profissional, mas a qualidade das decisões em todos os níveis, inclusive na estrutura política, dado o maior acesso à informação. A Coreia do Sul, por exemplo, tinha renda per capita menor que a do Brasil. Hoje, após choque de educação, sai do grupo dos emergentes para entrar no de países desenvolvidos. Disciplina na escola e desempenho acadêmico são parte fundamental da cultura coreana. Em muitos aspectos, o que ocorre na Coreia do Sul é o oposto do que ocorre no Brasil. Aqui, tivemos uma relativização do desempenho escolar que gera até discriminação dos melhores estudantes.
Participei de experiência sintomática numa universidade brasileira. Um professor estrangeiro deu aos próprios alunos o poder de decidir as notas, repartindo determinado número de pontos entre os com melhor e os com pior desempenho. Ficou chocado quando a decisão do grupo foi dar nota média a todos, reflexo da grande dificuldade de premiar o melhor e penalizar o pior, uma visão errada de solidariedade.
Para elevar a produtividade, crescer mais e garantir entrada no grupo de países de alta renda, o Brasil precisa perseguir a excelência na educação. Não é só o total do investimento que importa, mas a melhora da qualidade e a busca da excelência acadêmica, que passam pela valorização do professor e do desempenho escolar.
É fundamental levar a sério a queda da USP, e não só atenuá-la questionando critérios. Que sirva como alerta para a necessidade de mudança de cultura, no sentido de demandar cada vez mais desempenho dos alunos e qualidade dos professores.