Quando pensamos em energia renovável no Brasil, não podemos nos esquecer do etanol. E hoje, quando pensamos em etanol, pensamos em Raízen.
A Raízen está entre os maiores produtores individuais de biocombustíveis no mundo e ocupa a posição de maior empresa global de etanol de cana de açúcar, tendo produzido 2,2 bilhões de litros em 2021.
Dentro de seu ecossistema integrado, a companhia controla e opera 26 parques de bioenergia, utilizando a sua própria biomassa (matéria-prima para geração de bioenergia) a partir da cana de açúcar.
Na vanguarda tecnológica da produção de bioenergia, a Raízen é a única companhia no mundo capaz de produzir o chamado etanol de segunda geração (E2G) em escala industrial.
O E2G é 80% menos poluente que os combustíveis fósseis e produzido a partir de açúcares extraídos da celulose, presentes na palha e no bagaço da cana de açúcar – diferentemente do etanol de primeira geração (E1G), produzido a partir do melaço da cana.
A Raízen firmou um contrato para venda de 3,3 bilhões de litros de etanol de segunda geração (E2G) para a Shell, por uma receita mínima de € 3,3 bilhões, diluídos ao longo de 12 anos (de 2025 a 2037). O contrato está conectado, também, a um investimento de R$ 6 bilhões em cinco novas fábricas que entregarão esse volume.
O E2G é uma importante avenida de crescimento para a Raízen, que, com esse anúncio, completa a contratação de 43% da capacidade de E2G prevista para 2030. Assim, essa alavanca de crescimento, que na nossa visão adiciona entre R$ 5 e R$ 8 ao valor justo de CSAN3, fica cada vez mais tangível.
Atualmente, a Raízen já tem uma planta de E2G em operação e outras três em construção, todas com os respectivos contratos de venda já firmados. Para atender a esse novo contrato com a Shell, a Raízen construirá cinco plantas adicionais, com investimento estimado em R$ 1,2 bilhão por cada uma.
Por um lado, esse valor está 50% acima dos R$ 800 milhões estimados à época do IPO, o que vemos como negativo; por outro, os preços do E2G também estão 80% superiores na mesma comparação (US$ 1,30/litro atualmente). Assim, a soma dos investimentos já anunciados pela Raízen em E2G se aproxima de R$ 10 bilhões.
Pelo fato de ser uma energia mais limpa, o E2G captura um prêmio de aproximadamente 70% em relação ao E1G nos mercados internacionais, permitindo ganhos robustos de margem para a companhia.
Além disso, a Raízen é capaz de aumentar sua produção de etanol em até 50% sem plantar um metro adicional de cana de açúcar, dado que a matéria-prima utilizada no E2G provém do bagaço. Hoje, a comercialização do E2G já se mostra rentável.
Vejo que a expansão bem-sucedida da produção de etanol de segunda geração deve destravar grande valor para a Raízen (RAIZ4), colocando-a em uma posição ainda mais importante na matriz energética global.
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