A candidatura de Jhonatan de Jesus (Republicanos) à vaga de ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) já tem adesão de 80% da bancada do PT na Câmara dos Deputados, em um gesto para atrair a legenda do parlamentar ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo petistas, já haveria em torno de 60 deputados dispostos a votar em Jhonatan na próxima quinta-feira (2), quando deve ocorrer a eleição para o TCU —um dia após a votação para a Mesa Diretora da Câmara na qual o atual presidente, Arthur Lira (PP-AL), deve se reeleger. Na próxima legislatura, o PT terá 68 deputados.
A expectativa é que o deputado consiga a adesão quase integral do PT na disputa, em um esforço que envolve inclusive convite para que Jhonatan participe de um seminário interno com os parlamentares da bancada petista. O aceno do PT busca aproximar o Republicanos do governo.
A indicação à vaga no TCU cabe à Câmara. O novo ministro vai substituir Ana Arraes, que deixou o cargo em 22 de julho do ano passado. Lira prometeu ao Republicanos indicar Jhonatan à vaga em 2020, antes de ser eleito para o primeiro mandato.
Apesar da intenção da bancada de fazer uma sinalização ao Republicanos, há a possibilidade de que isso não se concretize, pois a votação é secreta. Nesse cenário, a candidatura da deputada Soraya Santos (PL-RJ) pode ser uma ameaça à eleição de Jhonatan, ainda que ela seja do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Soraya deve se lançar na disputa até sexta (27) e adotar um discurso de que a ministra Ana Arraes deveria ser substituída por uma mulher. Além disso, ela é formada em Direito, enquanto o colega do Republicanos é médico e empresário.
Por fim, um dos principais argumentos que seria usado contra a indicação de Jhonatan é a crise envolvendo o povo yanomami, em Roraima, estado ao qual o deputado pertence. As críticas iriam na direção de que o parlamentar não atuou para evitar o cenário de caos na terra indígena.
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