O que pretendia a horda de verde e amarelo que promoveu baderna inédita na história da República?
O retorno do Messias? Não, pois muitos "patriotas" já o consideram um covarde e um traidor, gozando a vida na Flórida e fazendo articulações para não ser preso na volta ao Brasil (se ele um dia voltar). Um golpe de Estado? Também não. Eles sabem que os empresários que os financiam, os líderes religiosos e os artistas que os incentivam, os influencers e os comentaristas de TV que os iludem e os políticos que os defendem não têm força para tanto.
Os desordeiros nem mesmo tinham a louca ambição do terrorista que planejou explodir uma bomba no aeroporto da capital para provocar a intervenção das Forças Armadas e a decretação do estado de sítio.
No fundo, o que os vândalos queriam, ao repetir a invasão do Capitólio americano ao estilo brasileiro de intimidação miliciana, era a desmoralização e a avacalhação do governo recém-empossado, do Congresso Nacional e da instituição que mais batalhou para evitar a ruptura democrática tramada por Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal.
Foi uma ação arquitetada e combinada com antecedência nas redes sociais, como fazem as torcidas organizadas de futebol, mas só teve sucesso porque contou com a conivência e a facilitação da Polícia Militar e do Exército e a falta de visão do ministro da Defesa, José Múcio, para quem os acampamentos golpistas estavam se desmobilizando.
Orgulhosos, os fanáticos fizeram questão de registrar o rasto de destruição, violência, roubos, xixi e cocô com imagens de celular —o que tornará fácil sua identificação. Todos agora vão se dizer vítimas. A intervenção no DF e o afastamento do governador bolsonarista Ibaneis Rocha são medidas iniciais.
Quanto mais tempo demorar a reação à barbárie e a punição dos envolvidos, mais desmoralizada ficará a democracia. Não dá para esperar uma atitude diferente: cadeia neles.
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