Em 2009, um estudo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), vinculado ao atual Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), apontava que uma usina média do setor sucroenergético gera um excedente de 40 kWh por tonelada de cana para a comercialização de eletricidade.
“Essa configuração representa uma situação ainda muito comum no setor sucroalcooleiro brasileiro e serve de referência para comparação com os avanços tecnológicos propostos para as demais configurações”, apontava o documento. Na sequência, o CGEE considerava modelos de usinas que poderiam cogerar de 49,3 kWh/t a 54,7 kWh/t, além de opções otimizadas que chegariam a produções entre 87,8 kWh/t e 160,2 kWh/t.
Mas, dez anos depois, a média de cogeração das usinas brasileiras é de 33,81 kWh/t – quantidade ainda menor que o potencial calculado em 2009. Na safra 2018/19, segundo números da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), as produtoras de cana-de-açúcar venderam 20,65 TWh à rede elétrica.
Apesar do valor permanecer abaixo do potencial calculado há uma década, ele cresceu ao longo das últimas safras. Entre 2014/15 e 2017/18, as usinas brasileiras ganharam uma eficiência produtiva de 3,88 kWh/t. Por outro lado, houve um recuo de 0,56% entre 2017/18 e 2018/19.
A baixa taxa de crescimento reflete a grande disparidade no setor. As diferenças, que já podem ser vistas na comparação entre o Centro-Sul e o Norte-Nordeste, são apenas acentuadas nos resultados estaduais.
Na safra 2017/18, por exemplo, grupos com grande volume de cogeração– como Raízen, Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial), São Martinho, Adecoagro e Cerradinho – registraram valores superiores à média nacional. Em contrapartida, a Biosev ficou abaixo desse parâmetro.
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