Dentro de algumas semanas, jovens estudantes de seis universidades públicas brasileiras começarão a colocar de pé aquela que promete ser a casa do futuro. Ela aliará em 42 metros quadrados de área útil desenvolvimento tecnológico, preocupação ambiental e beleza arquitetônica. Imaginada desde agosto de 2008, a Casa Solar Flex nasce com o objetivo de se tornar uma alternativa sustentável para tempos de aquecimento global. Sua autossuficiência em energia, obtida dos raios solares, poderá ser usada para alimentar a rede elétrica das nossas cidades e ajudará a reduzir a necessidade de fontes energéticas caras e poluidoras.
A residência é resultado do trabalho de uma equipe multidisciplinar formada por alunos de graduação e pós-graduação de arquitetura, engenharia, design e marketing da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da Universidade de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Eles se uniram há dois anos depois de participar de um concurso no qual o desafio era pensar uma moradia ecologicamente correta, inovadora e capaz de ser instalada em diferentes tipos de climas e regiões. As melhores propostas foram reunidas num projeto único que originou a Casa Solar Flex.
A residência é resultado do trabalho de uma equipe multidisciplinar formada por alunos de graduação e pós-graduação de arquitetura, engenharia, design e marketing da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da Universidade de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Eles se uniram há dois anos depois de participar de um concurso no qual o desafio era pensar uma moradia ecologicamente correta, inovadora e capaz de ser instalada em diferentes tipos de climas e regiões. As melhores propostas foram reunidas num projeto único que originou a Casa Solar Flex.
Saiba mais
Concebida sob a supervisão de professores e especialistas, ela está dividida em três partes: uma área técnica, onde se concentram os elementos elétricos, hidráulicos e de ar-condicionado; uma segunda parte, em que ficam o quarto, a cozinha e o banheiro; e uma terceira, que compreende a sala de estar. Seu espaço interno pode ser moldado de acordo com as necessidades do morador e as paredes e móveis são feitos de madeira de reflorestamento. Na fachada, há painéis fotovoltaicos que captam os raios do Sol e produzem energia. Eles podem ser movimentados automaticamente de acordo com a incidência da radiação solar. No telhado, elaborado por uma das empresas patrocinadoras do projeto, encontram-se fixados mais painéis. No total, 64 placas são utilizadas, 48 somente na cobertura. Além de suportar o peso das placas, o telhado possui um sistema de passarelas que permite ao morador limpá-las com segurança – o acúmulo de poeira pode diminuir a eficiência de produção de energia dos equipamentos.
No Brasil, ainda não existem painéis fotovoltaicos como os utilizados no projeto. Eles são considerados os melhores e mais caros do mercado. Lucas Sabino Dias, estudante da UFSC, diz que a casa foi concebida segundo a realidade climática europeia. Adaptada ao clima brasileiro, a residência não precisaria de placas tão eficientes, o que baratearia os custos. Estima-se que o valor de construção do metro quadrado da Casa Solar Flex seja de cerca de R$ 11 mil reais. “É importante lembrar que fizemos uma Ferrari da arquitetura”, afirma Arthur Lins, aluno da UFSC. “Utilizamos tecnologias de ponta e componentes de alto desempenho, muitos dos quais ainda não difundidos no mercado.” A Casa Solar Flex pretende, portanto, fornecer novos conceitos para a construção civil.
Cada painel fotovoltaico utilizado no projeto produz 100 watts de energia por metro quadrado de área de placa – cada placa tem, em média, 2 metros quadrados. Essa eletricidade poderá ser injetada diretamente na rede de abastecimento das cidades. A empresa de distribuição de energia recebe a eletricidade gerada ao longo do dia pelos painéis e supre a casa nos momentos em que ela não produz nada. “Para isso funcionar no Brasil, é preciso haver uma regulamentação específica sobre a conexão de residências desse tipo com a rede”, diz Cláudia Andrade Oliveira, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e uma das coordenadoras do projeto. “Em um futuro nem tão distante, além de não pagar pelo consumo de energia, será possível até ganhar dinheiro com a casa”, afirma Lucas. Isso quer dizer que o morador poderá deixar de comprar energia elétrica e obter receita, o que já acontece na Europa.
No Brasil, ainda não existem painéis fotovoltaicos como os utilizados no projeto. Eles são considerados os melhores e mais caros do mercado. Lucas Sabino Dias, estudante da UFSC, diz que a casa foi concebida segundo a realidade climática europeia. Adaptada ao clima brasileiro, a residência não precisaria de placas tão eficientes, o que baratearia os custos. Estima-se que o valor de construção do metro quadrado da Casa Solar Flex seja de cerca de R$ 11 mil reais. “É importante lembrar que fizemos uma Ferrari da arquitetura”, afirma Arthur Lins, aluno da UFSC. “Utilizamos tecnologias de ponta e componentes de alto desempenho, muitos dos quais ainda não difundidos no mercado.” A Casa Solar Flex pretende, portanto, fornecer novos conceitos para a construção civil.
Cada painel fotovoltaico utilizado no projeto produz 100 watts de energia por metro quadrado de área de placa – cada placa tem, em média, 2 metros quadrados. Essa eletricidade poderá ser injetada diretamente na rede de abastecimento das cidades. A empresa de distribuição de energia recebe a eletricidade gerada ao longo do dia pelos painéis e supre a casa nos momentos em que ela não produz nada. “Para isso funcionar no Brasil, é preciso haver uma regulamentação específica sobre a conexão de residências desse tipo com a rede”, diz Cláudia Andrade Oliveira, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e uma das coordenadoras do projeto. “Em um futuro nem tão distante, além de não pagar pelo consumo de energia, será possível até ganhar dinheiro com a casa”, afirma Lucas. Isso quer dizer que o morador poderá deixar de comprar energia elétrica e obter receita, o que já acontece na Europa.
Pioneirismo
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
Foto dos estudantes que participam do projeto da Casa Solar Flex tirada em setembro de 2009. Em pé (da esquerda para a direita): Vinicius Libardoni, Fernanda Antônio, Fernanda Kemeid, Yuri Kokubun, Ananda Galvão, André Nobre, Romullo Baratto, Arthur Lins, Caique Schatzmann, Erik Yassuo Yuki , Fábio Lofrano, Cauê Carneiro e Hugo Narumiya. Sentados (da esquerda para a direita): professora Cláudia Andrade Oliveira, Daniel Winnik, Lucas Dias, Gregory Valente, Suzana Bozza, Juliana Albuquerque, Diego Tamanini, André Montes, Andréa Haritçalde e Bruna Maurélio
Foto dos estudantes que participam do projeto da Casa Solar Flex tirada em setembro de 2009. Em pé (da esquerda para a direita): Vinicius Libardoni, Fernanda Antônio, Fernanda Kemeid, Yuri Kokubun, Ananda Galvão, André Nobre, Romullo Baratto, Arthur Lins, Caique Schatzmann, Erik Yassuo Yuki , Fábio Lofrano, Cauê Carneiro e Hugo Narumiya. Sentados (da esquerda para a direita): professora Cláudia Andrade Oliveira, Daniel Winnik, Lucas Dias, Gregory Valente, Suzana Bozza, Juliana Albuquerque, Diego Tamanini, André Montes, Andréa Haritçalde e Bruna Maurélio
Outras inovações do projeto estão nos sistemas de iluminação, controle de temperatura, água e esgoto. A casa é iluminada por um sistema de LED (chamado também de diodo emissor de luz, porque a emite quando energizado), em que é possível mudar sua tonalidade. O conforto térmico é mantido por meio de um aerogel, colocado dentro das paredes, por um sistema de ar-condicionado e pelo uso de vidros duplos preenchidos com um gás. Esse tipo de vidro é de baixa emissividade, deixando passar a luz e barrando os raios infravermelhos. No banheiro, é utilizado o vaso seco, sistema pouquíssimo comum no Brasil. Ele faz a compostagem dos dejetos que podem ser eliminados diretamente na terra, sem causar impactos no solo. A casa precisa ser alimentada pela rede de abastecimento de água, mas possui um sistema capaz de armazenar a água da chuva e realizar um tratamento mínimo. Para esquentar a água que sai do chuveiro e das torneiras, há dois painéis fotovoltaicos.
Mais do que uma residência que agrega tudo o que há de high tech na construção civil, a Casa Solar Flex é um trabalho pioneiro no meio acadêmico brasileiro. Pela primeira vez, seis universidades públicas formaram uma equipe de estudos que pretende transformar o modo como as casas são pensadas no país. “Esse projeto é inovador porque partiu de uma vasta pesquisa de materiais que considerou o desempenho técnico, construtivo e de segurança conforme as regras da ABNT e da Norma Europeia”, diz Rúbia Eucaristia Barreto, doutoranda responsável pela área de gestão de risco. “Algo que não acontece normalmente.”
Aliado a isso, está o ganho profissional dos estudantes. Os alunos, muitos deles de graduação, puderam vivenciar todas as etapas da concepção da residência, uma experiência que não teriam em suas faculdades. Para isso, deslocaram-se de seus Estados de origem até São Paulo, onde a casa será erguida, e participaram de um intercâmbio acadêmico na USP. “Aprendemos a desenvolver uma arquitetura mais eficiente do ponto de vista energético e que respeita o meio ambiente”, afirma Fernanda Antônio, estudante da UFRGS. “Uma experiência única em nossa trajetória profissional.” Agora que o trabalho chega a sua etapa final, os estudantes pretendem rodar com a Casa Solar Flex por diferentes Estados brasileiros e mostrar para a população como será morar bem e com consciência ambiental.
Mais do que uma residência que agrega tudo o que há de high tech na construção civil, a Casa Solar Flex é um trabalho pioneiro no meio acadêmico brasileiro. Pela primeira vez, seis universidades públicas formaram uma equipe de estudos que pretende transformar o modo como as casas são pensadas no país. “Esse projeto é inovador porque partiu de uma vasta pesquisa de materiais que considerou o desempenho técnico, construtivo e de segurança conforme as regras da ABNT e da Norma Europeia”, diz Rúbia Eucaristia Barreto, doutoranda responsável pela área de gestão de risco. “Algo que não acontece normalmente.”
Aliado a isso, está o ganho profissional dos estudantes. Os alunos, muitos deles de graduação, puderam vivenciar todas as etapas da concepção da residência, uma experiência que não teriam em suas faculdades. Para isso, deslocaram-se de seus Estados de origem até São Paulo, onde a casa será erguida, e participaram de um intercâmbio acadêmico na USP. “Aprendemos a desenvolver uma arquitetura mais eficiente do ponto de vista energético e que respeita o meio ambiente”, afirma Fernanda Antônio, estudante da UFRGS. “Uma experiência única em nossa trajetória profissional.” Agora que o trabalho chega a sua etapa final, os estudantes pretendem rodar com a Casa Solar Flex por diferentes Estados brasileiros e mostrar para a população como será morar bem e com consciência ambiental.