8/05/2010 - 06h00 FSP
da Reportagem Local
A velocidade média nos corredores de ônibus em São Paulo não melhorou nos horários de pico, embora a maior parte deles tenha sido reformada na gestão Kassab, informa reportagem de Ricardo Gallo, publicada nesta terça-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).
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Nos horários de pico, a velocidade média continua igual em quatro dos sete corredores que foram recapeados nos últimos dois anos. Em dois deles, os ônibus estão mais lentos que em 2009. E só em um estão mais rápidos.
Em média, os ônibus andam a 17,2 km/h. Trata-se de índice inferior ao que a própria SPTrans (empresa que gerencia o transporte coletivo na cidade) considera apropriado --18 km/h.
A pior situação está na zona norte, nos corredores Inajar-Rio Branco-Centro e no Pirituba-Lapa-Centro. Ali, o ônibus não passa de 12 km/h no pico.
Outro lado
A SPTrans não respondeu à Folha sobre a lentidão nos corredores -disse que teria de analisar a situação caso a caso e que não haveria tempo hábil para fazê-lo ontem.
A empresa disse que prevê reformas ainda neste ano nos corredores Campo Limpo-Rebouças-Centro e Inajar-Rio Branco-Centro.
terça-feira, 18 de maio de 2010
quinta-feira, 6 de maio de 2010
SP não avança em ranking de saneamento, diz estudo
AE - Agência Estado
A região metropolitana de São Paulo coleta 97% de seu esgoto, mas, sem redes coletoras suficientes, despeja nos Rios Tietê, Pinheiros, Tamanduateí e afluentes 18 milhões de litros por hora de sujeira - volume suficiente para encher 17 piscinas olímpicas. Esse descompasso faz com que a cidade de São Paulo não consiga avançar no ranking nacional de saneamento.
Estudo do Instituto Trata Brasil, que analisa investimentos feitos no setor em 2009, aponta a 22.ª colocação para a capital entre 81 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. Em 2007, São Paulo ocupava o 21.º lugar; em 2008, foi para 22.º. A lista tem como base dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades.
E o que impede a cidade de avançar? Desde 1992, o governo estadual gastou mais de US$ 3 bilhões na despoluição do Rio Tietê, mas isso não bastou para eliminar seu aspecto de esgoto a céu aberto. Apesar dos investimentos da Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) na ampliação da rede coletora - R$ 1,2 bilhão entre 2008 e 2009 -, a falta de tratamento também continua sendo a "pedra no sapato" da cidade. E a meta é resolver o problema só em 2018.
Defesa
Em nota, a Sabesp informa que é a única companhia estadual que possui cidades operadas entre as cinco primeiras colocadas do ranking do estudo do Instituto Trata Brasil, que analisa os investimentos no setor de saneamento no País: Franca (2.ª) e Santos (5.ª). De 2008 a 2009, a Sabesp afirma ter realizado mais de 64 mil novas ligações de esgoto na capital. O incremento, alega a empresa, teve impacto direto no volume de esgoto tratado. Em 2009, passou a limpar 496 bilhões de litros, o equivalente ao atendimento a 9,5 milhões de habitantes, 25 bilhões a mais do que no ano anterior.
"Em regiões de grande crescimento demográfico, a universalização dos serviços de saneamento é tarefa das mais complexas. Desde que teve início o Projeto Tietê, em 1992, o índice de coleta na Região Metropolitana saltou de 66% para 85% e o de tratamento, de 24% para 72%. Neste período, a população da Grande São Paulo pulou de 15 milhões para quase 20 milhões", diz a nota.
Na cidade de São Paulo, em 1992, aponta a Sabesp, 77% do esgoto era coletado e menos de 30%, tratado. A população do município era em torno de 9,5 milhões. Atualmente, mesmo com o incremento de mais 1,5 milhão de habitantes, a coleta está universalizada (excluindo favelas e áreas irregulares) e 75% do esgoto coletado é tratado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A região metropolitana de São Paulo coleta 97% de seu esgoto, mas, sem redes coletoras suficientes, despeja nos Rios Tietê, Pinheiros, Tamanduateí e afluentes 18 milhões de litros por hora de sujeira - volume suficiente para encher 17 piscinas olímpicas. Esse descompasso faz com que a cidade de São Paulo não consiga avançar no ranking nacional de saneamento.
Estudo do Instituto Trata Brasil, que analisa investimentos feitos no setor em 2009, aponta a 22.ª colocação para a capital entre 81 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. Em 2007, São Paulo ocupava o 21.º lugar; em 2008, foi para 22.º. A lista tem como base dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades.
E o que impede a cidade de avançar? Desde 1992, o governo estadual gastou mais de US$ 3 bilhões na despoluição do Rio Tietê, mas isso não bastou para eliminar seu aspecto de esgoto a céu aberto. Apesar dos investimentos da Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) na ampliação da rede coletora - R$ 1,2 bilhão entre 2008 e 2009 -, a falta de tratamento também continua sendo a "pedra no sapato" da cidade. E a meta é resolver o problema só em 2018.
Defesa
Em nota, a Sabesp informa que é a única companhia estadual que possui cidades operadas entre as cinco primeiras colocadas do ranking do estudo do Instituto Trata Brasil, que analisa os investimentos no setor de saneamento no País: Franca (2.ª) e Santos (5.ª). De 2008 a 2009, a Sabesp afirma ter realizado mais de 64 mil novas ligações de esgoto na capital. O incremento, alega a empresa, teve impacto direto no volume de esgoto tratado. Em 2009, passou a limpar 496 bilhões de litros, o equivalente ao atendimento a 9,5 milhões de habitantes, 25 bilhões a mais do que no ano anterior.
"Em regiões de grande crescimento demográfico, a universalização dos serviços de saneamento é tarefa das mais complexas. Desde que teve início o Projeto Tietê, em 1992, o índice de coleta na Região Metropolitana saltou de 66% para 85% e o de tratamento, de 24% para 72%. Neste período, a população da Grande São Paulo pulou de 15 milhões para quase 20 milhões", diz a nota.
Na cidade de São Paulo, em 1992, aponta a Sabesp, 77% do esgoto era coletado e menos de 30%, tratado. A população do município era em torno de 9,5 milhões. Atualmente, mesmo com o incremento de mais 1,5 milhão de habitantes, a coleta está universalizada (excluindo favelas e áreas irregulares) e 75% do esgoto coletado é tratado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
O possível país do futuro, por José Alencar
PAULO RABELLO DE CASTRO
O palestrante indiano daquela noite discorreu sobre o desafio das empresas privadas indianas diante da globalização e da competição com a China, tema dos mais importantes para qualquer um que pense em desenvolvimento. Fechou sua fala aos empresários, reunidos no clube de negócios do WTC, na capital paulista, com uma pergunta: “E vocês, brasileiros, que não têm uma China como vizinha, qual é o senso de urgência que os mobiliza a tentar tornar seu país melhor e mais eficiente?”.
A pergunta incômoda era de Ravi Ramamurti, professor emérito da Universidade Northeastern. Ele tentava projetar o futuro de seu país, mostrando que a economia da Índia seria, antes de 2040, a terceira maior do mundo, logo depois da China e dos Estados Unidos, deixando para trás europeus e outros asiáticos. O questionamento sobre o senso de urgência e o rumo do Brasil ficou sem resposta até que o homenageado da noite, o vice-presidente José Alencar, recebeu a palavra.
Digno, com sua voz grave, mas com pensamentos modulados por uma temperança bem mineira, que suavizava o aço rígido de suas convicções, Alencar foi buscar no íntimo de suas vivências um depoimento sobre o futuro do Brasil. Como resposta resumida, foi a melhor que já ouvi sobre nosso verdadeiro potencial, mais uma vez valorizado pelos estrangeiros, capazes de encontrar em nós virtudes que, inclusive, nem sabemos se temos.
Alencar fez três observações fundamentais. O Brasil é um país rico, um diferencial a mais na comparação mundial. Primeiro, por seus recursos. Não só os naturais, como a abundante terra arável, água como ninguém e sol forte a ponto de propiciar mais de uma safra por ano, mas principalmente por outro tipo, o recurso humano, o povo brasileiro. Trata-se de gente capaz de aprender rápido, inovar e improvisar e que agora também se educa e aprende a ter disciplina no trabalho. Logo em seguida – lembrou Alencar ao indiano –, pelas empresas brasileiras e seus empreendedores, por sua persistente disposição para crescer e lucrar. Tanto o Brasil como a Índia, durante algum tempo, satanizaram o ganho empresarial, chamado Lucro, como se ele fosse medida de exploração do trabalho, e não a fonte de novos empregos, quando bem reinvestido. No passado, endeusamos os gastos públicos sem retorno, as bondades casuísticas feitas com o sacrifício dos impostos pagos por todos. Mas a Índia e o Brasil finalmente estão aprendendo que a fonte do progresso social, do verdadeiro desenvolvimento, é o lucro, e não o prejuízo, o paternalismo ou a repartição da pobreza. Desperdícios custam para toda a sociedade, enquanto a produção eficiente gera riqueza e oportunidades de ascensão coletiva. Está aí a classe C para mostrar isso.
As empresas são “bens da comunidade”. Os governos
não deveriam tentar substituir empresários
Finalmente, a terceira observação, de profundidade filosófica. As empresas são “bens da comunidade”, de que cuidam seus donos, não importando se é um indivíduo ou se são dezenas de milhares de acionistas reunidos numa sociedade anônima, pois um dos maiores interesses do empresário é ver sua iniciativa engrandecida, mesmo quando ele não estiver mais lá. Os governos não deveriam tentar substituir os empresários, que são muitos e cada vez mais bem preparados no Brasil. O papel econômico dos governos é desobstruir o caminho para o progresso do Brasil, com cinco ações: remover a ignorância, a falta de saúde e saneamento, a precariedade da infraestrutura e as políticas antagônicas ao crescimento, como juros altos demais e impostos irracionais. No Brasil, cabe aos governos tocar esse “Quinteto do Desenvolvimento”.
Nosso senso de urgência deveria nos levar a buscar quem coordene esse notável time de empresários e trabalhadores. Na democracia, como nos lembrava Alencar, reside nosso trunfo final, nossa arma competitiva em relação a outras potências que não permitem a liberdade de expressão nem são verdadeiras economias de mercado.
É tempo de refletirmos sobre a mensagem desse grande brasileiro que jamais desiste.
O palestrante indiano daquela noite discorreu sobre o desafio das empresas privadas indianas diante da globalização e da competição com a China, tema dos mais importantes para qualquer um que pense em desenvolvimento. Fechou sua fala aos empresários, reunidos no clube de negócios do WTC, na capital paulista, com uma pergunta: “E vocês, brasileiros, que não têm uma China como vizinha, qual é o senso de urgência que os mobiliza a tentar tornar seu país melhor e mais eficiente?”.
A pergunta incômoda era de Ravi Ramamurti, professor emérito da Universidade Northeastern. Ele tentava projetar o futuro de seu país, mostrando que a economia da Índia seria, antes de 2040, a terceira maior do mundo, logo depois da China e dos Estados Unidos, deixando para trás europeus e outros asiáticos. O questionamento sobre o senso de urgência e o rumo do Brasil ficou sem resposta até que o homenageado da noite, o vice-presidente José Alencar, recebeu a palavra.
Digno, com sua voz grave, mas com pensamentos modulados por uma temperança bem mineira, que suavizava o aço rígido de suas convicções, Alencar foi buscar no íntimo de suas vivências um depoimento sobre o futuro do Brasil. Como resposta resumida, foi a melhor que já ouvi sobre nosso verdadeiro potencial, mais uma vez valorizado pelos estrangeiros, capazes de encontrar em nós virtudes que, inclusive, nem sabemos se temos.
Alencar fez três observações fundamentais. O Brasil é um país rico, um diferencial a mais na comparação mundial. Primeiro, por seus recursos. Não só os naturais, como a abundante terra arável, água como ninguém e sol forte a ponto de propiciar mais de uma safra por ano, mas principalmente por outro tipo, o recurso humano, o povo brasileiro. Trata-se de gente capaz de aprender rápido, inovar e improvisar e que agora também se educa e aprende a ter disciplina no trabalho. Logo em seguida – lembrou Alencar ao indiano –, pelas empresas brasileiras e seus empreendedores, por sua persistente disposição para crescer e lucrar. Tanto o Brasil como a Índia, durante algum tempo, satanizaram o ganho empresarial, chamado Lucro, como se ele fosse medida de exploração do trabalho, e não a fonte de novos empregos, quando bem reinvestido. No passado, endeusamos os gastos públicos sem retorno, as bondades casuísticas feitas com o sacrifício dos impostos pagos por todos. Mas a Índia e o Brasil finalmente estão aprendendo que a fonte do progresso social, do verdadeiro desenvolvimento, é o lucro, e não o prejuízo, o paternalismo ou a repartição da pobreza. Desperdícios custam para toda a sociedade, enquanto a produção eficiente gera riqueza e oportunidades de ascensão coletiva. Está aí a classe C para mostrar isso.
As empresas são “bens da comunidade”. Os governos
não deveriam tentar substituir empresários
Finalmente, a terceira observação, de profundidade filosófica. As empresas são “bens da comunidade”, de que cuidam seus donos, não importando se é um indivíduo ou se são dezenas de milhares de acionistas reunidos numa sociedade anônima, pois um dos maiores interesses do empresário é ver sua iniciativa engrandecida, mesmo quando ele não estiver mais lá. Os governos não deveriam tentar substituir os empresários, que são muitos e cada vez mais bem preparados no Brasil. O papel econômico dos governos é desobstruir o caminho para o progresso do Brasil, com cinco ações: remover a ignorância, a falta de saúde e saneamento, a precariedade da infraestrutura e as políticas antagônicas ao crescimento, como juros altos demais e impostos irracionais. No Brasil, cabe aos governos tocar esse “Quinteto do Desenvolvimento”.
Nosso senso de urgência deveria nos levar a buscar quem coordene esse notável time de empresários e trabalhadores. Na democracia, como nos lembrava Alencar, reside nosso trunfo final, nossa arma competitiva em relação a outras potências que não permitem a liberdade de expressão nem são verdadeiras economias de mercado.
É tempo de refletirmos sobre a mensagem desse grande brasileiro que jamais desiste.
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