sábado, 8 de fevereiro de 2020

Brasil já chegou perto de segurar um Oscar outras vezes; relembre, FSP

Neste ano, país pode trazer de Los Angeles sua primeira estatueta com 'Democracia em Vertigem', de Petra Costa

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SÃO PAULO
Neste domingo (9), o Brasil pode trazer seu primeiro Oscar para casa. O documentário “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, disputa a estatueta com "Indústria Americana", a coprodução entre Irlanda e Tailândia "The Cave", o macedônio "Honeyland", também indicado a filme internacional, e a coprodução entre Reino Unido e Síria "For Sama".
A aposta brasileira de melhor filme internacional, "A Vida Invisível", foi deixada de fora da pré-lista de indicados —e já faz 22 anos que um filme nacional disputou o Oscar de filme estrangeiro pela última vez. 
Há ainda mais uma produção encabeçada por um brasileiro no Oscar, embora, se vencer, a estatueta não venha para o país. "Dois Papas", dirigido por Fernando Meirelles, é produzido pela Netflix e concorre como melhor roteiro adaptado e com os atores Jonathan Pryce e Anthony Hopkins, na disputa por melhor ator e melhor ator coadjuvante, respectivamente.
Veja todos os momentos em que o Brasil se aproximou da maior premiação cinematográfica do mundo:
Anos 2000
Em 2001, "Uma História de Futebol", de Paulo Machline, foi indicado na categoria melhor curta-metragem, mas perdeu a estatueta para “Quiero ser (I want to be...)”, coprodução de México e Alemanha.
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Quatro anos depois, Fernando Meirelles concorreu ao prêmio de melhor diretor com “Cidade de Deus". O longa entrou em mais três categorias: melhor roteiro adaptado (Bráulio Mantovani), melhor fotografia (César Charlone) e melhor edição (Daniel Rezende).
Coprodução Brasil e Reino Unido, “Lixo Extraordinário” concorreu na categoria melhor documentário em 2011. A obra, que se passa em um aterro sanitário no Rio de Janeiro, foi codirigidia pelo brasileiro João Jardim. 
Foi só em 2014 que o país retornou aos nomes escolhidos pela Academia de Hollywood. A produção franco-ítalo-brasileira "O Sal Terra", dirigida pelo alemão Wim Wenders e pelo brasileiro Juliano Salgado, disputou como melhor documentário.
Década de ouro 
Nos anos 1990, o Brasil apareceu bastante na categoria de filme estrangeiro e três longas foram indicados. Em 1996, “O Quatrilho” entrou na disputa de melhor filme estrangeiro para, dois anos depois, ser a vez de “O Que É Isso, Companheiro?”.
O longa de Walter Salles “Central do Brasil” entrou na disputa e Fernanda Montenegro concorreu à estatueta de melhor atriz. Nenhum dos dois levou —o italiano " A Vida É Bela" abocanhou o prêmio e Gwyneth Patrow, em "Shakespeare Apaixonado", levou a melhor.
Também é Brasil
Filmes brasileiros apareceram na cerimônia de outras formas. Em 2018, o Brasil esteve entre os produtores de “Me Chame pelo Seu Nome”, que disputou quatro estatuetas, incluindo a de melhor filme. 
Na estreia do Brasil na premiação, em 1945, a composição “Rio de Janeiro”, de Ary Barroso, disputou a estatueta de melhor canção pelo filme “Brazil”, produção americana dirigida por Joseph Santley. 
Animação
Em 2016, “O Menino e o Mundo” concorreu como animação, mas foi desbancado pela animação da Disney “Divertida Mente”. Com Emicida na trilha sonora e técnica que mistura giz de cera e caneta Bic, "O Menino e o Mundo" tem como protagonista um garoto que perambula por um mundo fantástico atrás do pai. A animação colheu 44 prêmios internacionais, incluindo troféus de júri e público no Festival de Annecy, o mais importante da animação, em 2014.
Túnel do Tempo
O país disputou na categoria de filme estrangeiro, pela primeira vez, em 1963, com “O Pagador de Promessas”, dirigido por Anselmo Duarte. Pela coprodução entre Brasil e Estados Unidos “O Beijo da Mulher Aranha”, o americano William Hurt levou o prêmio de melhor ator e a obra ainda foi indicada como melhor filme, diretor (Hector Babenco) e roteiro adaptado.
Quase nosso
Em 1960, o filme francês "Orfeu Negro", dirigido por Marcel Camus, venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro. Filmado no Rio e baseado em peça de Vinicius de Moraes, o longa teve quase todo seu elenco formado por brasileiros.
Outros festivais
Se "A Vida Invisível" foi descartado pelo Oscar, no ano passado levou o prêmio de melhor filme da mostra Um Certo Olhar, que integra a seleção oficial do Festival de Cannes. O longa de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, "Bacurau", levou o prêmio do júri.
O país também foi coprodutor de “O Traidor”, do italiano Marco Bellocchio, que concorreu à Palma de Ouro, e dos longas americanos “Port Authority”, de Danielle Lessovitz, e “O Farol”, de Robert Eggers. Esses dois últimos, além de “A Vida Invisível”, são produzidos pela paulista RT Features.
Em 1962 o país recebeu a Palma de Ouro com “O Pagador de Promessas”, e, em 1969, Glauber Rocha venceu como melhor diretor por “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”. Também já foram premiadas em Cannes as atrizes Fernanda Torres, por “Eu Sei Que Vou Te Amar” (1986), e Sandra Corveloni, por “Linha de Passe” (2008).

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