Um homem de 75 anos realiza seu sonho: tornar-se jogador profissional de futebol
Deu no jornal. Aos 75 anos de idade, o egípcio Ezzeldin Bahader está a duas partidas oficiais de se tornar o jogador mais velho do mundo na história do futebol. Para isso, ele acaba de ser contratado pelo 6 de Outubro, um clube da terceira divisão de seu país, contrato este registrado na Associação Egípcia de Futebol e reconhecido pela Fifa.
Um dos objetivos de Ezzeldin é entrar para o Guinness, desbancando o atual detentor do título, um goleiro de 73 anos que atuou até o ano passado por um clube também da terceira divisão, só que de Israel. A outra meta de Ezzeldin, na minha opinião, é mais importante. Tantas décadas depois, ele realizará seu sonho: tornar-se, nem que seja por 180 minutos, jogador profissional de futebol.
Desde que começou a jogar pelada nas ruas do Cairo, aos seis anos, era o que Ezzeldin queria fazer —viver do futebol, talvez consagrar-se. A vida, no entanto, tinha outros planos. Ezzeldin tornou-se engenheiro civil, depois agrônomo, casou-se, teve filhos e netos, fumou milhares de cigarros, aposentou-se e, quando acordou, o futebol ficara para trás. O futebol a valer três pontos, claro —porque, como amador, nunca deixara de bater sua bolinha com os colegas. Foi o que o fez sentir-se em forma para, em idade provecta, oferecer-se como atacante para um clube de verdade. E ser aceito.
Ezzeldin é de 1945. Quando despertou para o futebol, a bola era marrom e pesava quase o dobro do que hoje. Nem todos os times tinham números no uniforme. As traves do gol eram quadradas. Os goleiros ainda usavam boné e os juízes apitavam de paletó. Mesmo sendo profissionais, muitos jogadores precisavam ter uma segunda profissão.
Foi o que Ezzeldin levou a vida fazendo: exercendo uma segunda profissão. A primeira, a que ele gostaria de ter exercido, só será possível agora —esgotado o tempo regulamentar e já entrando no período de acréscimos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário