quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Novos investidores preveem recuperar mina, ferrovia e porto de mineradora no AP até 2021, G1


Zamin já representou quase 32% do PIB do estado, quando estava em atividade. Duas multinacionais vão aportar investimento para reativar empreendimento de minério de ferro.

O plano de investimentos de duas multinacionais que prevê a retomada da exploração de minério de ferro no Amapá e exportação desse produto foi aprovado, e inclui a recuperação da mina, da ferrovia e do porto. A previsão é que a atividade seja retomada em 2021.

As empresas se uniram para reativarem a exportação de minério de ferro que está suspensa desde 2013 no estado, após o desabamento de porto em Santana e posterior crise da mineradora Zamin, concessionária do serviço e que acumula dívida bilionária com trabalhadores, empresas e bancos.

O projeto foi apresentado nos dias 15 e 22 de agosto, em uma assembleia em São Paulo e transmitida a representantes dos investidores e credores em Macapá. Essa era uma condição para que as empresas assumam o controle da companhia, e retomem a indústria de minério de ferro no Amapá.

A assembleia foi conduzida em São Paulo porque é onde corre o processo de recuperação judicial desde 2017. Por uma questão legal, o plano foi apresentado pela Zamin, mas, na realidade, vai ser assumido pelas duas novas investidoras, que têm origem da Inglaterra e da Singapura.

“A gente está falando de duas investidoras Indo Sino Trade, que está à frente, e a Cadence Minerals, que efetivamente vai fazer a mineração. […] Existe uma previsão de que o projeto de mineração integrado, que envolve a mina, o porto e a ferrovia, esteja a pleno vapor a partir de 2021”, explicou Eduardo Queiroz, advogado das investidoras.

O consórcio investidor fez um depósito judicial de 2,5 milhões de dólares, o equivalente a R$ 9,4 milhões, em junho, como forma de demonstrar interesse no projeto. Esse aporte inicial seria para o pagamento de pequenas empresas e débitos trabalhistas.

“Uma vez aprovado o plano, ele vai para a homologação em juízo; em seguida são verificadas as condições precedentes que estão especificadas no plano. Após isso começam a ser realizados aportes de investimentos, que já foram realizados para pagamento de credores. […] Os termos tanto em relação a prazos para pagamento, proporção de pagamento, datas para pagamento, essas questões se encontram descritas no plano de recuperação judicial”, descreveu Marcelo Avendano, advogado da Zamin.

No plano de recuperação, as investidoras destacam que o minério de ferro recuperou o preço no mercado internacional, tornando o negócio viável. O projeto prevê a restauração de toda a planta industrial, o que inclui a mina, a ferrovia e o porto.

Mineração de ferro no Amapá

A história da exploração do minério de ferro no Amapá começou com a Indústria e Comércio de Minérios (Icomi), na década de 1950. O projeto foi vendido pra MMX de Eike Batista, depois Anglo Ferrous e por último a Zamin, quando foi interrompido.

O projeto de mineração chamado “Sistema Amapá”, sob o comando da Zamin já foi responsável pela maior parte do PIB amapaense, representando 31,88% de toda a riqueza produzida no estado.

Fonte: G1
Data: 23/08/2019

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