quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Nova lei das antenas não basta para 5G em São Paulo, afirma Claro, Teletime

Ainda que fundamental para as operadoras de telefonia móvel que operam na cidade de São Paulo, a aprovação de uma nova e há muito tempo aguardada legislação municipal para a instalação de estações radiobase (ERBs) não será capaz de resolver todos os problemas no caminho do 5G na metrópole, afirmou o presidente da Claro Brasil, José Félix, nesta terça-feira, 6.
Prestando esclarecimentos na CPI das Antenas da Câmara Municipal de São Paulo, Félix citou como exemplo projeções da área de engenharia da Claro: segundo os dados, um eixo da capital paulista (formado pelos bairros do Itaim Bibi, Jardins, Vila Olímpia e Brooklyn) precisa hoje de 91 ERBs 4G para oferecer um sinal "de ótima qualidade" e sem buracos de cobertura. Para atingir o mesmo nível de serviço com sites 5G, seriam necessárias 431 ERBs, uma vez que o raio de cobertura de cada célula deve ser menor.
"A lei que está aí, [o substitutivo] não vai resolver os problemas e não vai propiciar o 5G em São Paulo. [Como instalar] 431 novos pontos de transmissão só para a Claro se a gente tem dificuldade com 91?", questionou Félix. "Vai melhorar, mas não vai resolver", adicionou depois, a este noticiário. Hoje a Claro opera na cidade com pouco mais de 1,3 mil sites, sendo 734 próprios, 569 de gestoras de torres e 64 de operadoras com quem compartilha infraestrutura; do total, 385 ERBs (28%) estão "em regularização" – ou funcionando sem aval da Prefeitura.
Durante a reunião, os vereadores paulistanos afirmaram que as operadoras devem contribuir com a formatação da nova lei já durante a CPI das Antenas, e que o relatório final do processo dará um norte para a revisão. Presidente da comissão, o vereador Claudinho de Souza (PSDB) também questionou as limitações do substitutivo apontadas pelo presidente da Claro. "Tenho ouvido que ele seguiu o modelo do Rio Grande do Sul [onde a capital Porto Alegre teve sucesso recente em processo de revisão] e várias pessoas que eu conversei, inclusive [o secretario municipal de Inovação, Daniel] Annenberg, entendiam que o substitutivo resolveria o problema da Prefeitura e das operadoras. Dentro da Câmara existem opiniões divergentes de que ele atende muito mais as operadoras do que a cidade. Me preocupa sua afirmação que o substitutivo não resolve".
Decreto regulamentador
Também membro da comissão parlamentar, o vereador Souza Santos (PRB) ainda teceu comentários sobre o decreto que o MCTIC planeja para regulamentar a Lei das Antenas federal (13.116/2015), que institui, entre outros pontos, prazo máximo de 60 dias para a cidade aprovar um requerimento de instalação. "Veicula na Casa que alguém do governo federal está trabalhando em decreto para que a Anatel, de forma nacional, regulamente [a instalação de antenas]. Isso não vai funcionar aqui, quem regulamenta é o município", afirmou Santos. Entre os aspectos previstos na regulamentação está o silêncio positivo, que autoriza a instalação da infraestrutura pela tele em casos nos quais a permissão não é concedida dentro dos prazos definidos pelo governo federal. Na atual legislação da capital paulista, o processo pode levar anos.

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