domingo, 9 de junho de 2019
Acordo Doria PSL garante autorização para venda do Ibirapuera
Um acordo costurado entre o PSDB do governador João Doria, o PSL de Janaína Paschoal e o PSB de Márcio França
permitiu que o governador de São Paulo conseguisse uma vitória expressiva na Assembleia Legislativa na última terçafeira (4). Com apoio dos dois partidos, tidos como de oposição, Doria conseguiu autorização para conceder o
Complexo Esportivo do Ibirapuera à iniciativa privada.
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Há duas semanas, uma comitiva de deputados estaduais visitou o complexo a convite de treinadores que atuam no
Ibirapuera e da campeã olímpica Maurren Maggi. Estavam no grupo parlamentares do PSOL (Carlos Giannazzi e
Mônica da Bancada Ativista), do PSB (Caio França, filho do ex-governador Márcio França) e do PSL (Valéria Bolsonaro,
Letícia Aguiar e Tenente Coimbra).
Desse grupo, porém, só os deputados do PSOL votaram contra a concessão. Os líderes do PSL e do PSB, junto com
líderes dos partidos da base de Doria na Alesp, assinaram uma emenda aglutinativa substituta ao projeto de lei enviado
pelo Executivo. Assim, o texto aprovado acabou sendo um grande acordo, que contou com o apoio também do PDT e
da Rede, além dos aliados do governo.
A emenda aprovada adicionou a obrigatoriedade de o futuro edital de concessão prever a "obrigação de prover
instalações adequadas para residência dos atletas vinculados aos programas de formação e treinamento" e
a "disponibilização de equipamentos esportivos adequados ao treinamento de atletas e sua formação,
preferencialmente no mesmo local onde venham a residir".
O texto atinge parcialmente a demanda dos atletas. Há mais de 32 anos, o Ibirapuera é a casa de um programa,
conhecido como "Projeto Futuro", que visa formar atletas de alto-rendimento em natação, vôlei, atletismo e judô. Por
muito tempo o programa funcionou bem, como forte apoio financeiro do governo estadual – que nos últimos anos
cortou toda e qualquer ajuda.
Ainda assim, pelo menos uma centena de atletas continua morando dentro do Ginásio do Ibirapuera, especialmente de
judô e vôlei. A pista de atletismo do Ícaro de Castro Mello está em péssimo estado de conservação e apenas os
técnicos Nélio e Tânia Moura dão treino lá. O Complexo Aquático está fechado e desde 2015, pelo menos, não é mais
um centro de formação.
Como solução paliativa, o projeto aprovado exige que a Secretaria de Esporte tome "as providências necessárias para
que não haja descontinuidade" do Projeto Futuro. A ideia é que os atletas do judô sejam deslocados para o Complexo
Desportivo Baby Barioni e os do atletismo para a ETEC de Esportes Curt Walter Otto Baumgart.
Localizado na Água Branca, na zona oeste, o Baby Barioni foi fechado para o público em 2014 para receber uma
grande obra, um dos legados da Olimpíada para a cidade de São Paulo. Até hoje não reabriu. Já a ETEC fica na Vila
Maria, na beira da Marginal Tietê.
Em material divulgado à imprensa após a aprovação do projeto de lei, o governo diz que "a principal mudança proposta
pelo Estado é a duplicação da capacidade do ginásio de 10 mil para 20 mil pessoas". Mas essa substituição não
consta no texto do projeto. Pelo contrário: a maior parte das propostas recebidas na primeira fase do processo de
concessão (Procedimento de Manifestação de Interesse) prevê a construção de uma nova arena sem a demolição do
velho ginásio.
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