quarta-feira, 26 de junho de 2019

Congresso deve ter CPI mista para investigar fake news nas eleições, O Globo


Campanha de Bolsonaro será um dos alvos de comissão que deve ter requerimento lido por Alcolumbre na próxima semana
Plenário da Câmara Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo
Plenário da Câmara Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo
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BRASÍLIA — O Congresso deve ter uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o uso de fake news naseleições de 2018. O requerimento com assinaturas de 276 deputados e 48 senadores (bem acima do mínimo exigido — 171 e 27, respectivamente) está em fase conferência de assinaturas. O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse, a interlocutores, que deve ler o requerimento de criação da comissão na próxima semana. Os parlamentares poderão ainda retirar assinaturas após a leitura. Questionado pelo GLOBO se a investigação em andamento no Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) contra a campanha do presidente JairBolsonaro será um dos objetos da CPI, o autor do pedido, deputadoAlexandre Leite (DEM-SP), confirmou:
— Inclusive (a de Bolsonaro). As campanhas presidenciais também serão investigadas.
No texto protocolado, pede-se a apuração de "ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público", além da "utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições de 2018".  Na justificativa, há ainda o registro de que "a presença de perfis automatizados, ou robôs, representam um risco à lisura do debate público e do processo eleitoral".
Leite diz que "houve um consenso entre líderes e os presidentes das duas Casas, há cerca de dois meses, de que alguns limites da democracia estavam sendo usurpados, ultrapassados, na internet, por cometimento de crime contra cidadão, família, autoridades".
— Estávamos recolhendo assinaturas há cerca de um mês, pluripartidária, com apoio dos líderes. Nas eleições de 2018, ficaram claras as interferências das fake news. Tivemos empresas envolvidas, selecionando alvos políticos para serem atacados com notícias falsas, proliferadas por meio de robôs. O escopo da CPMI é descobrir quem operou e como operou.
Segundo ele, "há uma revolta de todos os líderes" com o "modus operandi" dos distribuidores de fake news.
— Há uma proliferação de notícias falsas às vésperas das eleições, que não dão chance de defesa a qualquer candidato. Uma mentira contada 10 vezes vira verdade. Isso interfere na democracia.

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