A Sabesp vai analisar a expansão para outros estados conforme o avanço das metas de universalização do acesso à água e ao esgoto em São Paulo. A companhia está em processo de privatização.
"Eu acho que isso [atuar em outros estados] é natural para uma empresa do porte da Sabesp, com a capacidade de geração de caixa que a gente tem, com a competência técnica que foi construída ao longo do tempo", afirmou o diretor-presidente da Sabesp, André Gustavo Salcedo, nesta terça-feira (2).
Salcedo participou de painel sobre saneamento do fórum de investimentos do Bradesco BBI, em São Paulo.
De acordo com o executivo, hoje a companhia já tem capacidade para atender as mais diversas realidades do estado de São Paulo, desde o litoral, passando pela capital e o interior, e isso se estende aos desafios de infraestrutura que existem no país todo.
"Tem, sem dúvida, uma questão de porte. Quando você olha para municípios dentro de São Paulo, a gente já tem uma presença e o município limítrofe, que está próximo de uma operação nossa, por mais que ele seja pequeno, gera sinergia de alocação de mão de obra, conhecimento e tudo mais que você aproveita", afirmou.
Salcedo, contudo, disse que, para municípios mais distantes, a empresa considerará o tamanho da cidade para ver se haverá viabilidade na instalação de uma unidade e se será atrativo para a companhia.
Porém, o executivo da Sabesp ressaltou que o foco agora está na universalização do serviço de saneamento nos municípios de São Paulo, algo que a empresa prevê atingir até 2029 com a sua privatização, o que representa uma aceleração já que a meta para todo o país prevista no Marco do Saneamento é até 2033.
"À medida que a incerteza de atingir essa meta vai diminuindo, com o passar do tempo a gente tende a ver isso acontecer [expansão para outros municípios]. Sem dúvida nenhuma, a empresa tem capacidade e tem interesse de olhar outros projetos", disse.
Salcedo mencionou, entre essas iniciativas, concessões plenas, ou seja, exploração total de ativos públicos, em outros estados e participação na privatização de companhias estaduais.
Já com relação a uma possível entrada em uma PPP (participação público-privada), o executivo afirmou que a Sabesp nunca disputou uma concessão do tipo, por isso, talvez a companhia não seja tão competitiva.
"A gente tem de avaliar. A gente vai obviamente modelar, testar, ver se a gente consegue ser competitivo e avaliar se vale a pena ou não participar", afirmou.
Durante sua fala no painel, Salcedo comentou a privatização da Sabesp e tratou da importância dessa e de outras medidas por parte das companhias do setor para o cumprimento da meta de universalização do Marco do Saneamento, que é de fornecer água para 99% da população brasileira e coleta e tratamento de esgoto para 90%.
O executivo disse que, mesmo no caso dos estados e municípios que evitam a privatização por questões políticas e econômicas, é preciso pensar em alternativas para atrair o capital privado.
"A gente não pode deixar de tomar uma decisão. O marco foi aprovado com 13 anos para fazer universalização, se passaram quatro, a gente tem nove anos agora para investir aí uns R$ 700 bilhões, R$ 800 bilhões, e cada ano que passa é mais um ano que não foi feito investimento que deveria ter sido feito."
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