A vice-governadora Celina Leão (PP-DF) assume nesta segunda-feira (9) o governo do Distrito Federal no lugar de Ibaneis Rocha (MDB), afastado do cargo pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), após os atos violentos de golpistas em Brasília.
A suspensão determinada por Moraes vale por 90 dias e ocorre horas depois que bolsonaristas radicalizados invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF.
Natural de Goiânia (GO), Celina Leão tem 45 anos e é administradora. Antes de ser vice-governadora, ela atuou como deputada federal pelo PP-DF.
A parlamentar licenciou-se do cargo para assumir a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer do Distrito Federal em maio de 2020. Em dezembro do mesmo ano, ela reassumiu como deputada.
Em janeiro de 2023, renunciou ao mandato para seguir como vice de Ibaneis.
Celina atuou também como deputada distrital em dois mandatos. De 2011 a 2014, pelo PMN, e, de 2015 a 2018, pelo PDT.
Durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celina Leão foi uma das organizadoras do Mulheres com Bolsonaro.
Em outubro de 2022, liderado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o movimento de mulheres bolsonaristas viajou ao Sul do país no final do segundo turno para participar de comícios e buscar votos para Bolsonaro. À época, Celina participou do evento e avaliou que o movimento "cresceu demais".
"E eu acho que isso demonstra a força das mulheres, que assumiram o protagonismo da campanha. A primeira-dama dá voz às mulheres nas comitivas. Quem fala são as deputadas", disse. "A primeira-dama tem a doçura necessária para este momento."
Aliada próxima do presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL), a parlamentar foi uma das autoras do projeto de lei que flexibilizou a Lei das Estatais.
Durante sua atuação parlamentar, ela também apresentou, em articulação com a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), um projeto de resolução que autoriza a posse por videoconferência a mulheres eleitas que estejam em licença-maternidade.
OPERAÇÃO DRACON
Em 2016, Celina e outros três deputados foram afastados da Mesa Diretora da Câmara Legislativa por serem suspeitos de participar de um esquema de pagamento de propina em contratos da UTI. A ação foi batizada de Operação Dracon.
Celina era presidente da Casa à época. Após a operação, ela foi afastada do cargo.
As denúncias foram feitas por Liliane Roriz (PTB), ex-vice-presidente da Câmara. A deputada entregou ao Ministério Público gravações que teriam revelado participação dos investigados em um suposto esquema de corrupção, envolvendo o desvio de R$ 30 milhões de sobras orçamentárias, originalmente destinados a serviços na área da saúde.
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