A minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres tem um ator oculto: as Forças Armadas. Sem elas, é puro delírio, robustecido pelos sucessivos discursos apocalípticos de Jair Bolsonaro.
Até hoje, o fator militar faltou ao núcleo das maquinações golpistas. Para os militares, a revelação da minuta é uma advertência. Permite que vejam com que tipo de gente estariam metidos.
HORROR NO AGRO
Bateu o horror em alguns magnatas do agronegócio, gente que repete "o dinheiro é meu e faço com ele o que eu quiser".
Lá atrás, o cidadão tomou uma mordida de algumas centenas de reais para ajudar manifestações de golpistas. Sem perguntar para onde ia o dinheiro, ele fez uma transferência ou assinou um cheque da empresa.
Passou o tempo e o magnata percebeu que seu dinheiro pode ter ido parar na conta de quem organiza explosões em torres de energia ou outros tipos de atentados terroristas. Nos últimos dias, ele foi informado de que essas coações estão sendo rastreadas.
Pelos costumes de Pindorama, ele teria motivos para acreditar que qualquer investigação levaria meses, talvez anos, e não daria em nada.
Depois do 8 de janeiro, caíram na rede 52 pessoas e sete empresas financiadoras e foram bloqueados R$ 6,5 milhões. Com a repercussão internacional do movimento, caiu a ficha para o doutor:
Se a Polícia Federal ou o Poder Judiciário brasileiros comunicarem aos organismos internacionais que seu dinheiro financiou terroristas, suas contas, negócios e cartões de crédito poderão ser congelados, sem maiores avisos.
Nas palavras de quem entende: "O sujeito deu o dinheiro com uma transferência da conta da fazenda na qual é sócio, junto com a irmã. Ela vai às compras em Miami e a vendedora avisa que seu cartão foi cancelado".
LUANA E GORETTI
Em maio de 2021, Jair Bolsonaro mandou demitir a infectologista Luana Araújo do cargo de secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19.
Motivo: nas redes sociais, a doutora condenava a propaganda da cloroquina como remédio eficaz na pandemia.
Em janeiro de 2023, a pediatra Ana Goretti Kalume Maranhão teve sua nomeação barrada pela Casa Civil da Presidência para a chefia do novo Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde.
Motivo: "Restrição partidária."
Ganha um fim de semana em Pyongyang quem souber o que isso significa.
Ela é acusada de ter escrito mensagens louvando a Operação Lava Jato.
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