Sabe o fim do expediente no escritório? As luzes se apagam uma a uma. O último a sair desliga a chave geral e a escuridão toma conta. É como o mundo deve estar parecendo agora para Bolsonaro. Os refletores que se acendiam à sua chegada, os pisos encerados de palácios que ele conspurcou com seus cascos, os celulares sôfregos por selfies ao seu lado, tudo virou passado. Ex-presidente com desonra, as trevas que ele impôs ao Brasil durante quatro anos chegaram à sua miserável existência.
O planeta, de repente, parece estar ficando também despovoado. Sem a faixa presidencial, Bolsonaro perdeu centenas de senadores, deputados, governadores, prefeitos e demais políticos em cuja bajulação enxergava fidelidade cega. Deve doer-lhe um dente vê-los abraçados a Lula. Claro, eles não são bobos: segundo o Datafolha, 93% foram contra a invasão dos três Poderes. Quem vai apostar num perdedor?
Como se a derrota não bastasse para o mundo lhe mostrar a língua, o já infame 8 de janeiro em Brasília faz com que Bolsonaro, indiscutível responsável pela baderna, conheça hoje a repulsa internacional. E esta não se limita à União Europeia, à OEA e aos governantes dos países democráticos em massa. Seus ex-aliados da ultradireita também o veem como "tóxico" e querem distância dele. Putin, presidente da Rússia, Netanyahu, premiê de Israel, e líderes de Itália, Polônia e Índia condenaram "as violências em Brasília" e manifestaram apoio a Lula. E, dolorosamente, nem Donald Trump se pronunciou a seu favor até agora, como se lhe desse uma banana.
O folclórico empresário Luciano Hang disse "repudiar a invasão" e, sem ser perguntado, jurou não "ter doado" [dinheiro] aos vândalos. Entre estes, aliás, pululam os "arrependidos". E até Augusto Aras dá perigosos sinais de despertar do rigor mortis que simulou na PGR.
É para Bolsonaro ficar mesmo verde de ódio e amarelo de pavor.
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