O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), decidiu trocar os comandos das polícias Militar e Civil. Vai para a chefia da PM o coronel Ronaldo Miguel Vieira, que liderava o Batalhão de Choque. Já o novo Delegado-Geral é Osvaldo Nico Gonçalves, que era até agora responsável pelo Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope). Garcia é candidato à reeleição e pretende anunciar novas medidas na área de segurança nas próximas semanas. Embora haja queda de homicídios, o Estado sofre com a alta de roubos e furtos.
Ronaldo Miguel Vieira, de 51 anos, ingressou na corporação em 1989 e foi promovido a coronel em 2019. Além do Choque, ele comandou o Policiamento de Área Metropolitano-1, a Casa Militar, a Companhia Territorial e do Policiamento de Área e o Regimento de Polícia Montada 9 de Julho e outros cinco batalhões. Vieira assume a corporação no lugar do coronel Fernando Alencar, que estava no posto desde março de 2020. Maior do País, a PM paulista tem mais de 80 mil agentes.
Já o delegado Nico Gonçalves, de 65 anos, ingressou na Polícia Civil em 1979, como investigador. Ele foi o fundador do primeiro Grupo de Operações Especiais (GOE), chefiou as equipes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), do Grupo Armado de Repressão a Roubos (Garra), do Grupo Especial de Resgate - GER, unidade especializada na soltura e livramento de reféns, e foi delegado de polícia na Capital, estando à frente de grandes eventos, como a visita do Papa Bento 16, em 2007, e a Copa do Mundo de 2014.
Nico Gonçalves assume o lugar de Ruy Ferraz Fontes, que era o delegado-geral desde o início de 2019, quando começou a gestão João Doria (PSDB). O novo delegado-geral se notabilizou por participar de prisões de grande expressão na última década, como a detenção do ex-médico Roger Abdelmassih, em 2014, e do ex-médico Farah Jorge Farah, que se matou ao receber a polícia em sua porta para cumprimento de um mandado de prisão em 2017.
Rodrigo Garcia assumiu o cargo no início deste mês, após a saída de Doria para disputar a Presidência da República nas eleições de outubro. O cargo de secretário da Segurança, que gere as duas polícias, continua a ser ocupado pelo general João Camilo Pires de Campos.
Entre os desafios de Garcia para reduzir a sensação de insegurança nas ruas, estão frear os crimes patrimoniais, como roubos e furtos de veículos e celulares. Dados divulgados nesta terça-feira pela Secretaria da Segurança mostram que os roubos aumentaram 7,4% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. No total, foram cometidos mais de 59 mil roubos nas cidades paulistas. Aumento ainda mais vertiginoso aconteceu nos casos de furto: alta de 28% no período, com 132 mil registros.
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