A contratação obrigatória de 8 GW de geração termelétrica incluída na lei de privatização da Eletrobras vai prejudicar a expansão de fontes renováveis, como eólica e solar, no Brasil – e pior: vai sair mais caro.
É o que mostra o Plano Decenal de Energia 2031 aprovado hoje (6/4) pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Veja na íntegra (.pdf)
No cenário de referência elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), as políticas atuais levarão à “substituição de parte da expansão indicativa de eólicas e solares centralizadas por termelétricas com geração compulsória movidas a gás natural, carvão mineral e nuclear”.
“Essa mudança de composição da matriz resulta em um maior custo de operação para o sistema”, diz a EPE.
A estimativa é que quase 60% do total de expansão da capacidade instalada em 2031 seja de usinas a gás natural, carvão mineral e nuclear.
O carvão, por exemplo, ganhou programa de estímulo do MME e extensão de subsídios em lei.
Já a nuclear entrou no planejamento com a previsão de contratação de 1GW em uma nova usina; e entrada em operação de Angra 3 em 2027 (PDE 2031) — governo e Eletronuclear vinham falando em 2026.
Até 2027, o PDE não prevê expansão da geração solar e eólica. Em compensação, a geração térmica a gás natural flexível e inflexível projetada soma 14,3 GW de expansão no mesmo período.
Além de tomar o lugar das renováveis – o governo indica que a participação de renováveis na matriz elétrica deve cair de 85% para 83% até 2031 –, essas fontes de energia são mais caras.
Segundo dados do plano decenal, a nuclear é a fonte com o capex mais alto na relação R$/KW, variando de R$ 22 mil a 29,4 mil/KW.
Gás natural varia de R$ 2,9 mil a 5,9 mil e carvão entre R$ 8 mil a 13,5 mil.
Já o capex da solar fica entre R$ 2,5 mil a R$ 5 mil, eólica onshore entre R$ 3,2 mil e R$ 5,5 mil, e biomassa varia de R$ 2 mil a R$ 5,5 mil. |
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