SÃO PAULO
Na esteira da velha queda de braço entre as empresas tradicionais de ônibus que acusam as startups de fazer concorrência desleal e não seguir regulação, as companhias que trabalham com fretamento vão se reunir em uma nova associação para defender sua visão do mercado.
O grupo lança nesta segunda (11) a entidade batizada de Abrafrec (Associação Brasileira de Fretadores Colaborativos), que inicia as atividades com mais de 200 associados.
A meta é dobrar o número de associados nos próximos seis meses e chegar a uma frota de 5.000 ônibus, segundo Marcelo Nunes, presidente da associação.
São companhias que prestam serviços para agências de turismo e plataformas como Buser e FlixBus, que avançam no mercado brasileiro.
Nunes diz que a principal pauta da associação será a livre concorrência no mercado de transportes rodoviários, e que já tem conversado com representantes dos governos federal e estadual sobre o assunto.
"Os donos do monopólio dos ônibus rodoviários dizem que não é possível que as linhas rodoviárias concedidas convivam com as plataformas de venda de fretamento colaborativo. A associação está se organizando para mostrar que só queremos liberdade de trabalho", diz.
Nunes defende que há demanda reprimida pelo serviço das empresas de fretamento colaborativo. "Eu entendo que a linha rodoviária tem seu valor, mas a realidade é outra. Os jovens querem o aplicativo, não querem ir para a rodoviária", afirma.
Segundo ele, a ideia também é promover compras coletivas de peças para os veículos e óleo diesel, para reduzir custos principalmente para as pequenas empresas, além de garantir um seguro cooperado para os associados.
Joana Cunha com Andressa Motter
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