quinta-feira, 10 de março de 2016

Indexação, inflação e política monetária, por *Agostinho Celso Pascalicchio


Conforme apontam diversos economistas, a inflação de janeiro e de fevereiro deste ano está revelando uma forte presença da indexação formal e informal sobre os preços dos produtos. A primeira indexação, a formal, é consequência dos reajustes sobre os preços dos bens que são consequência dos reajustes nos contratos como o de aluguéis. A segunda, a indexação informal, ocorre porque um vendedor ou um prestador de qualquer serviço aumenta o preço de seus produtos para preservar a sua renda.
Porém, a estes efeitos, surge um novo fator aumentando a casualidade entre a política monetária e a inflação no Brasil. Não se trata da emissão da moeda para atender as necessidades de pagamentos dos gastos do governo. Trata-se da relação entre a moeda indexada aos juros básicos do país e a eficiência da política econômica nesta área. A consequência é uma redução da eficiência na política monetária no combate à inflação.
O conceito de moeda em economia leva os condutores da política econômica a desenvolver uma série de estratégias sobre qual agregado monetário deve ser atingido para que se alcance o desejado efeito de combater e controlar a inflação.
No Brasil, a moeda é formada por duas partes: a primeira parte é a M1 que não produz nenhum rendimento indexado à taxa básica da economia e que constitui porcentagens inferiores a 6% do total de moeda. Esta parte forma a parcela essencial para garantir a demanda agregada do país. E a segunda parte, complementar a esta parcela, é a moeda indexada à taxa básica de juros.
O mecanismo da alta dos juros básicos ou da taxa SELIC, deveria constituir-se em importante instrumento de combate à inflação. Entretanto pela quantidade de moeda indexada a esta taxa, ela funciona como um mecanismo expansionista dos saldos monetários, diminuindo a eficiência da política monetária e ao final pressionando adicionalmente a inflação. Sobre esta ótica, e talvez por acaso, a decisão de manter a taxa de juros básica da economia estável, apesar de alta, tem-se mostrado correta.
A conclusão é que a parcela não indexada, formada por papel moeda em poder do público e depósitos à vista nos bancos, representa uma pequena participação. O esforço de combater a inflação através da ação de política monetária sobre este pequeno segmento não atinge a eficiência desejada de controlar a demanda e de combater a inflação. A expansão monetária ocorre através da moeda indexada, reduzindo os efeitos da política monetária sobre a estratégia de combater a inflação da economia.
*Agostinho Celso Pascalicchio é professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Doutor em Ciências pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo. Mestre em Teoria Econômica pela University of Illinois at Urbana-Champaingn/USA.
O economista está à disposição para repercutir o assunto. Caso tenha interesse em entrevista-lo basta encaminhar uma solicitação para o e-mail:imprensa@mackenzie.br 
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