O filósofo australiano Roman Krznaric, autor do livro “Encontrar o Trabalho de Sua Vida“, constatou que a vida laboral é uma das questões que causam mais insatisfação e inquietação no mundo contemporâneo. Para a maioria das pessoas, a maior razão de satisfação no trabalho não é o dinheiro, mas a autonomia. Fazer o que agrada. Trabalhar com o que se gosta. O pensador é um dos criadores da chamada “Escola da Vida“, que funciona na Inglaterra. Seu sonho é criar o “Museu da Empatia“, um lugar em que se poderá entrar e conversar com pessoas não conhecidas. Assim como se empresta livro de uma biblioteca, o projeto é emprestar pessoas para conhecer. Ele lançou um vídeo com a ideia e recebeu mais de 500 mil visualizações. Há muitas pessoas se oferecendo para ajudá-lo a concretizar o plano. Conhecer o outro, interessar-se pelo outro, é a verdadeira revolução. Focar as raízes das relações humanas e desmontar ignorâncias e preconceitos faria com que o mundo fosse melhor.
Já funciona algo parecido na “School of Life” (A Escola da Vida). É a chamada “conversa-refeição“. Estranhos se sentam à mesma mesa e, em lugar de um menu gastronômico, recebem um cardápio de ideais. Questões sobre a vida, como “De que maneira o amor mudou sua história? Como ser mais corajoso? Como ter mais satisfação no trabalho?” O trabalho sempre foi considerado um castigo. A civilização cristã enfatizou que “tirar o sustento do suor do próprio rosto” foi a retribuição ao homem que pretendeu igualar-se ao Criador. Mas hoje a concepção difere. O emprego é o espaço em que os talentos podem se manifestar, onde se pode atuar com paixão. O segredo é encontrar a ocupação que me faça sentir valioso e pleno de significados.
Tudo ganha um colorido especial se você aplicar seus valores pessoais na prática, se usar seus talentos no trabalho. Como é que eu posso fazer com que o meu trabalho seja mais prazeroso? Temos de ir para o emprego – e queira Deus que todos estejam empregados – com alegria, com disposição, ânimo e entusiasmo. E extrair dele a maior satisfação que pudermos extrair dessa ocupação. Só quem está desempregado e não encontra colocação é que tem condições reais de avaliar o que é não ter o que fazer a cada dia.
Fonte: Diário de S. Paulo | Data: 18/02/2016
JOSÉ RENATO NALINI é secretário da Educação do Estado de São Paulo. E-mail:imprensanalini@gmail.com.
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