domingo, 10 de maio de 2020

Elio Gaspari Valentia de Moro com sua comadre é coisa manjada, FSP

Se não aceitava o que dizia Bolsonaro, esse era um problema dele com o capitão

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No seu depoimento à Polícia Federal o doutor Sergio Moro voltou a tratar da ursada que fez com a deputada ultrabolsonarista Carla Zambelli.
No dia de sua demissão ele divulgou uma troca de mensagens com a senhora na qual ela escreveu: “Por favor, ministro aceite o [Alexandre] Ramagem e vá em setembro para o Supremo Tribunal. Eu me comprometo a ajudar a fazer Bolsonaro prometer”.
Moro respondeu: “Não estou à venda”.
Valentia de WhatsApp é coisa manjada. Zambelli nada fez de condenável. Pediu-lhe que aceitasse uma coisa que não queria fazer. E daí? Comprometeu-se a azeitar sua nomeação para o Supremo. Nada de anormal, sobretudo tratando-se de uma parlamentar, mas Zambelli era mais que isso.
Dois meses antes, Moro e sua mulher haviam sido seus padrinhos de casamento com o coronel da PM cearense Aginaldo de Oliveira, chamado por colegas de “Caveira”. Doutor Moro dançou “La Vie en Rose” com a comadre Zambelli e discursou, chamando-a de “guerreira”.
No depoimento à Polícia Federal, Moro disse que “lamenta muito ter repassado mensagens trocadas em privado, mas que não teria como aceitar as afirmações feitas pelo presidente”. Há uma certa sonsice nessa frase. Se não aceitava o que dizia Bolsonaro, esse era um problema dele com o capitão, a comadre não precisava ser envolvida.

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Após passeata de Bolsonaro, Toffoli pode revolucionar STF e alugar dependências do prédio, Elio Gaspari, FSP

O salão nobre, com sua salada de móveis, serviria para coquetéis

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Depois da passeata de Bolsonaro em direção ao Supremo Tribunal Federal e da realização de uma reunião nas dependências da Corte para discutir uma de suas decisões, o presidente Dias Toffoli pode revolucionar a história da Casa, alugando dependências do prédio para outros eventos.
O salão nobre, com sua salada de móveis, serviria para coquetéis. O salão Branco serviria para velórios e o dos Bustos acomodaria festinhas de aniversários de crianças.

CURIÓ, OUTRO MITO

Bolsonaro recebeu o “Major Curió” no Palácio do Planalto e, mais uma vez, aos 85 anos, Sebastião Rodrigues de Moura foi identificado como um dos principais militares envolvidos no combate à guerrilha do Araguaia. Essa qualificação é falsa.
Ele é apenas o mais exibido, com fortes momentos de mitomania.
Nos tempos estranhos de hoje, Curió pode ser lembrado pelo ângulo de seu mito e do abstruso envolvimento de militares na política.
Enquanto os outros oficiais que estiveram no Araguaia voltaram à caserna, ele manteve sua influência na região. Primeiro, distribuindo terras. Depois, enroscando-se no garimpo de Serra Pelada, a maior mina de ouro a céu aberto do mundo.
Nessa condição, liderou os garimpeiros na maior revolta popular já ocorrida na Amazônia. Curió elegeu-se deputado federal e, pelo PMDB, tornou-se prefeito de uma cidade batizada de Curionópolis. Em 1975, quando não havia mais guerrilha no Araguaia, foi preso no Sul do Pará um sujeito que não sabia dizer de onde vinha nem para onde ia. Curió interrogou-o, ele se confessou guerrilheiro e trouxe-o para o Rio de Janeiro.
O general Leônidas Pires Gonçalves, chefe do Estado Maior do I Exército, pediu que seu assistente fosse buscar o preso no Galeão. No caminho, o sujeito contou que a família o mandava para o Rio quando precisava de internação hospitalar. Ao chegar ao DOI, o oficial mandou fotografá-lo e determinou que fizesse uma checagem nos hospícios da cidade.
Horas depois, uma patrulha voltou:
— Positivo, capitão, ele é freguês do Pinel.
(O doido, guerrilheiro confesso, havia ficado seis semanas preso com direito a fuzilamento simulado.)