O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Carlão Pignatari (PSDB), enviou representação ao conselho de ética da Casa contra o também deputado Carlos Giannazi por quebra de decoro parlamentar. O político do PSOL diz ser alvo de perseguição política.
Na representação, Pignatari diz que ele teve sua honra atacada por Giannazi em sessão virtual da Casa no final de abril. Nela, foi discutido o projeto de lei 596/2020, da gestão João Doria (PSDB-SP), que autoriza a terceirização da inspeção sanitária e industrial da produtos de origem animal para empresas privadas. Atualmente, essa é uma atribuição da Secretaria de Agricultura.
Giannazi disse, então, que o projeto estava sendo discutido em momento inapropriado (em meio a uma pandemia de Covd-19), atendia a interesses econômicos e que o próprio Pignatari tinha interesse nele —o presidente da Alesp e sua família são do ramo dos frigoríficos avícolas.
"Eu não tenho interesse nenhum. Se o senhor for falar sobre isso, nós vamos ter um problema muito sério, deputado", respondeu Pignatari na sessão.
Na ocasião, Giannazi afirmou também que a Assembleia sempre foi "um puxadinho do governo, do tucanistão" e também do "poder econômico das grandes empresas, dos grandes setores econômicos do estado de São Paulo". Ele acrescentou que também é a "vanguarda do atraso".
"O estado de São Paulo vivendo uma crise sanitária, um colapso na Saúde, no sistema funerário, a gente vai debater a terceirização da fiscalização das empresas de carne, de produtos de origem animal. Não tem cabimento isso", afirmou Giannazi, que diz que desde então tem sido perseguido pelo presidente da Alesp.
Atuante na área da educação, ele foi cortado de seu espaço na comissão sobre o tema. Ele era membro titular da comissão desde 2007. Por costume, os presidentes da Casa mantém os membros das comissões quando não há mudança de legislatura.
Agora o comitê de ética avaliará se cabe punição ao caso de Giannazi e qual seria.
Em março, o comitê optou por uma pena branda ao deputado Fernando Cury (Cidadania), que apalpou a parlamentar Isa Penna (PSOL) em plenário. A punição depois foi ampliada para 180 dias em votação na Alesp.
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