A positividade e disposição para ouvir o próximo faziam parte da generosidade de Cecilia Maria Britto Cezar de Andrade, chamada por todos de Ciçu, e também do talento para a psicologia, descoberto tardiamente.
A paulistana Ciçu era a penúltima de sete filhos de uma pernambucana com um carioca oficial da Marinha.
Nas voltas que a vida dá, ela se casou e se separou. Em meados de 2005, dentro de um supermercado, reencontrou o amigo da adolescência, Paulo Galizia, 60, hoje desembargador.
O café, 30 anos após perderem o contato, celebrou a boa conversa, o reinício da amizade e o amor.
Paulo e Cecilia casaram-se em 2010, mas não tiveram filhos juntos.
Ciçu foi dona de uma papelaria e mais tarde de um ateliê de encadernação na Vila Madalena, na zona oeste da capital paulista. Era formada em artes plásticas na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado).
Apaixonada por toda a forma de arte, gostava do popular e o sofisticado. Na arte de viver aprendeu a lidar com as fases e a se reinventar.
O ateliê fechou em 2015, devido à crise econômica, e no ano seguinte colocou em prática seu desejo por mediação e pela psicanálise.
Em 2020, formou-se em psicologia na Unip e ingressou no Instituto Sedes Sapientiae para estudar psicanálise.
“Ela estava entusiasmada. As amigas diziam que a Ciçu levou um pouco das artes para a psicologia”, conta Paulo.
Alegre e de fácil amizade, Ciçu era avessa a lamentações. “Quando algo não dava certo, ela olhava para a frente e seguia. Não deixou um minuto de correr atrás dos sonhos”, diz Paulo.
A cada viagem programada, proativamente Ciçu pesquisava locais interessantes de cada país, estado ou cidade que visitariam.
Horas antes de partir tomou uma taça de vinho ao lado de Paulo, o que não era comum durante a semana.
Ciçu morreu dia 29 de junho, aos 59 anos, após sentir-se mal em casa. Deixa o esposo e um filho.
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