9/12/2012 06:44
Prefeito eleito formou secretariado com técnicos em planejamento e deu espaço à outros partidos
Uma equipe que dispõe de técnicos em áreas de planejamento e finanças, mas que abriga um amplo arco de representantes de partidos, dos quais alguns nem podem ser considerados como aliados. Assim é a composição do secretariado que o prefeito eleito Fernando Haddad (PT) formou para auxiliá-lo na administração da capital a partir de 1 de janeiro.
Na lista de 26 nomes que compõem o primeiro escalão do “time” de Haddad, figuras de perfil eminentemente técnico, como Leda Maria Paulani e Luís Fernando Massonetto, convivem com secretários nomeados por questões políticas, principalmente pela tentativa do prefeito de se aproximar de partidos e vereadores.
É o caso, por exemplo, da indicação do vereador Ricardo Teixeira (PV) para a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. O parlamentar era filiado ao PSDB até abril de 2011 e, na campanha eleitoral, o PV apoiou a candidatura do tucano José Serra. A mesma posição foi adotada no segundo turno pelo PTB do vereador Celso Jatene, nomeado para a Secretaria de Esporte.
apoio/ Logo após ser eleito, Haddad deixou claro que seu objetivo era formar um governo de coalização, unindo o apoio de partidos à experiência de técnicos. Para o cientista político Cláudio Couto, da Faculdade de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas, a opção do prefeito pode ser positiva para a gestão da cidade. “Acho essa combinação natural. Não sou daqueles que defendem uma administração unicamente técnica, até porque o governo precisa de apoio político. A questão é evitar o fisiologismo, impor limites”, afirma.
Maria Teresa Kerbauy, cientista política da Unesp, diz que os rumos da administração dependem da forma que o prefeito vai conduzir a equipe. “Claro que podem surgir conflitos entre grupos mais técnicos e mais políticos, mas caberá a ele (Haddad) a condução da gestão de acordo com os interesses da cidade”, afirma a professora.
Couto considera que a gestão ganhará se Haddad reativar os conselhos de representantes das subprefeituras. Segundo ele, esses colegiados permitem maior participação da população no debate de questões da cidade, dão mais transparência à gestão e ajudam a evitar o fisiologismo nas subprefeituras.
Nomeado secretário de Relações Governamentais, o deputado estadual João Antonio (PT) diz que Haddad acertou ao combinar perfis técnicos e políticos na equipe. “Ele foi sábio ao dividir as funções. Estou muito satisfeito com o entrosamento da equipe, que vai aumentar após o início do governo”, diz.
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