FOLHA DE SP - 23/12
"Faxina" no governo acabou sem ter começado, mas casa do governo precisa é de reforma geral
ALGUÉM LEMBRA que em março havia uma "crise política" no Brasil?
Então uns partidos tentavam chantagear Dilma Rousseff, amuados por verem seus ministros caírem de podres e agastados por falta de capilé e carguinhos, emendas e prebendas. Não deu em nada, era "business as usual", os negócios de sempre, com boa propaganda, que vicejou na falta de assunto.
Alguém lembra que havia uma "faxina" no Brasil? Dizia-se que a presidente limpava o ministério que ela mesma havia nomeado. A vassoura, porém, pega poeira, encostada num canto.
Essas histórias ficaram ainda menores quando surgiram detalhes da máfia do Cachoeira, caso que também não deu em nada. O PSDB de Goiás e cia. se safaram, como o PSDB de Minas se desvencilhou galhardamente do seu mensalão.
Veio a eleição, o Carnaval do julgamento do mensalão do PT e então aquelas crises todas voltaram ao pó de onde vieram. Eram ninharias, por um lado, mas o enorme absurdo de sempre, por outro lado. A faxina era conversa também, a gente viu, quando se descobriu o que aprontavam a Rosemary amiga do Lula e comparsas.
Não obstante a pequenez das personagens, de seus motivos, razões e intelectos, atrás desse circo há problemas sérios: um Estado paquidérmico, em conluio cada vez mais íntimo com empresas-mamute, oligopólios, com uma burocracia obtusa e inamovível e recheada agora de compadres de "esquerda".
A "faxina" era uma farsa marqueteira que serviu para disfarçar o fato de que o governo Dilma Rousseff estava (e provavelmente está) repleto de arrivistas audaciosos, outros apenas medíocres, alguns nulos, que ocupam postos relevantes nessa máquina enorme e disfuncional que é o governo brasileiro.
Dilma poderia ter trocado o carpete, ou parte dele, mas nem ao menos varreu direito a sujeira, vide, de novo, o caso de Rosemary e turma, plantada numa agência reguladora e, desplante maior, na Advocacia-Geral da União. Isto é, fez uns remendos, tal como mandar rechecar a capivara, a ficha corrida, dos tipos em geral indizíveis que se candidatam à alta burocracia federal. Reforma mesmo, neca.
A bandalha que acabou na derrubada de ministros de 2011 contribuiu para atrapalhar o investimento e o crescimento da economia. As tropelias na agência reguladora desmoralizaram ainda mais tais instituições. De capturadas pelo mercado (empresas) no governo FHC passaram a cativas de políticos de quinta e desses tipos amigos da Rosemary nos governos petistas. O que fazer?
O governo brasileiro é grande demais por qualquer critério: fiscal (leva parte grande do PIB), de ineficiência (entrega serviço de menos, dado o tamanho), no descontrole (não há medidas de eficiência), no compadrismo (nomeia mais de 20 mil indivíduos para cargos de confiança).
O governo brasileiro é grande demais para os meios disponíveis de controle democrático: população pouco instruída, que mal se informa ou é capaz de se informar, por falta de organizações independentes na dita sociedade civil (ONGs de verdade), por carência de meios de comunicação grandes e independentes. Etc.
Faz tempo o governo escapou do cabresto, pois forte e grande demais. Precisa ficar menor. Precisa de faxina, poda, lipoaspiração, redução de estômago e dieta.
"Faxina" no governo acabou sem ter começado, mas casa do governo precisa é de reforma geral
ALGUÉM LEMBRA que em março havia uma "crise política" no Brasil?
Então uns partidos tentavam chantagear Dilma Rousseff, amuados por verem seus ministros caírem de podres e agastados por falta de capilé e carguinhos, emendas e prebendas. Não deu em nada, era "business as usual", os negócios de sempre, com boa propaganda, que vicejou na falta de assunto.
Alguém lembra que havia uma "faxina" no Brasil? Dizia-se que a presidente limpava o ministério que ela mesma havia nomeado. A vassoura, porém, pega poeira, encostada num canto.
Essas histórias ficaram ainda menores quando surgiram detalhes da máfia do Cachoeira, caso que também não deu em nada. O PSDB de Goiás e cia. se safaram, como o PSDB de Minas se desvencilhou galhardamente do seu mensalão.
Veio a eleição, o Carnaval do julgamento do mensalão do PT e então aquelas crises todas voltaram ao pó de onde vieram. Eram ninharias, por um lado, mas o enorme absurdo de sempre, por outro lado. A faxina era conversa também, a gente viu, quando se descobriu o que aprontavam a Rosemary amiga do Lula e comparsas.
Não obstante a pequenez das personagens, de seus motivos, razões e intelectos, atrás desse circo há problemas sérios: um Estado paquidérmico, em conluio cada vez mais íntimo com empresas-mamute, oligopólios, com uma burocracia obtusa e inamovível e recheada agora de compadres de "esquerda".
A "faxina" era uma farsa marqueteira que serviu para disfarçar o fato de que o governo Dilma Rousseff estava (e provavelmente está) repleto de arrivistas audaciosos, outros apenas medíocres, alguns nulos, que ocupam postos relevantes nessa máquina enorme e disfuncional que é o governo brasileiro.
Dilma poderia ter trocado o carpete, ou parte dele, mas nem ao menos varreu direito a sujeira, vide, de novo, o caso de Rosemary e turma, plantada numa agência reguladora e, desplante maior, na Advocacia-Geral da União. Isto é, fez uns remendos, tal como mandar rechecar a capivara, a ficha corrida, dos tipos em geral indizíveis que se candidatam à alta burocracia federal. Reforma mesmo, neca.
A bandalha que acabou na derrubada de ministros de 2011 contribuiu para atrapalhar o investimento e o crescimento da economia. As tropelias na agência reguladora desmoralizaram ainda mais tais instituições. De capturadas pelo mercado (empresas) no governo FHC passaram a cativas de políticos de quinta e desses tipos amigos da Rosemary nos governos petistas. O que fazer?
O governo brasileiro é grande demais por qualquer critério: fiscal (leva parte grande do PIB), de ineficiência (entrega serviço de menos, dado o tamanho), no descontrole (não há medidas de eficiência), no compadrismo (nomeia mais de 20 mil indivíduos para cargos de confiança).
O governo brasileiro é grande demais para os meios disponíveis de controle democrático: população pouco instruída, que mal se informa ou é capaz de se informar, por falta de organizações independentes na dita sociedade civil (ONGs de verdade), por carência de meios de comunicação grandes e independentes. Etc.
Faz tempo o governo escapou do cabresto, pois forte e grande demais. Precisa ficar menor. Precisa de faxina, poda, lipoaspiração, redução de estômago e dieta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário