quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Crise até na casa de todas as casas, FSP

A boate Love Story, quase balzaca, agregando a boemia dos boêmios, os que perderam o trem, o ultimo degrau da reputação, da fossa, do hedonismo, entra com pedido de recuperação judicial.
Como muitas casas noturnas, hotéis, bares e restaurantes do país, está sufocada por dívidas trabalhistas.
O sobrado da Avenida Ipiranga, diante do Copan, região invadida por milleniuns, que abriram bares e fixaram residência, é referência turística em São Paulo.
Amigos de outros estados e países me perguntavam se era verdade que existia uma casa que abria às 3h, bombava quando o sol amanhecia, para pessoas da noite e garotas de programa se divertirem.
Na cosmopolita maior cidade da América do Sul, sim, existe há 27 anos e tem um nome romântico (inspirado num clássico do cinema-lágrimas de 1970, Love Story).
Que é uma boate com som no talo, homenagens e avisos dados pelo DJ, grandes efeitos de luz, a velha ‘strobo’ e globo espelhado, em que mulheres não pagavam para entrar, com salas vips e canos para pole dance não de profissionais, mas do público, sem distinção de gênero.
Tio João, um dos donos-gerentes, comandava uma tropa de garçons e seguranças para os mais exaltados, que impediam os excessos, tirava da fila da entrada amigos e vips, que entravam pela porta lateral, indicava mesas e dava dicas.
Tio João (João Tiago Freitas) saiu da cena enfartado, deixando o negócio para o filho, Milton Freitas, que a modernizou.
Até Alex Atala foi convocado.
Organizou sua popular Galinhada (galinha cozida com hortelã, pimenta, alho, salsinha, manjericão, coentro, louro, misturada com pirão de mandioca e quiabo) entre mesas e canos.
Segundo o www.braziljournal.com, a dívida total é de R$ 1,7 milhão; R$ 1,38 milhão de processos trabalhistas.
Além disse, o ECAD reclama o não pagamento de direitos autorais.
Na petição inicial, entregue na 2ª Vara de Recuperação Judicial, os advogados Marcelo Hajaj Merlino e Irene Hajaj atribuem os problemas à crise financeira, que afetou fortemente o ‘entretenimento adulto’, informam Mariana Barbosa e Natalia Viri, do Brazil Journal:
“A população jovem tem procurado outros meios de diversão noturna, como por exemplo os grandes eventos chamados de mega festivais como o ‘Lollapalooza’, ‘Glastonburry’, e ‘Coachella’”, defendem os advogados, alegando que a concorrência é, inclusive, internacional. Outras fontes de competição, apresentadas ao juiz: ‘pool parties’, ‘food trucks’ e baladas sertanejas como o ‘Villa Mix’.”
Mais um setor que a recessão e a revolução das quatro telas ataca.
Sim, tem pessoa hoje que prefere ficar em casa, pedir comida, alugar um filme, escutar um som, socializar (redessocializar) e marcar um ‘dating’ por aplicativos.

Entrada da Norwegian é 'passo na modernização da aviação brasileira', diz secretário, OESP

Luci Ribeiro, Jamil Chade e Lu Aiko Otta, O Estado de S.Paulo
08 Agosto 2018 | 13h44
Atualizado 08 Agosto 2018 | 17h46
BRASÍLIA E GENEBRA - A autorização dada nesta quarta-feira, 8, para que a empresa aérea Norwegian opere voos no Brasil é “um grande estímulo para o turismo e mais um passo na agenda de modernização da aviação civil brasileira”, disse ao Estado o secretário de Aviação Civil, Dario Lopes.
O aumento da competição, com o objetivo de baixar preços, é uma das linhas da política governamental para o setor. Segundo fontes da área técnica, a companhia consultou todos os operadores de aeroportos do Brasil.
O mais provável é que as operações comecem na rota Rio-Londres. E, na temporada, a expectativa é que haja voos para o Nordeste. Com tarifas mais baixas, a avaliação é que o turismo crescerá nas duas pontas: mais ingleses aqui, mais brasileiros indo para a Inglaterra.
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Anac autorizou o funcionamento no Brasil da Norwegian Air, empresa de aviação que opera no mercado de baixo custo. Foto: REUTERS/Johan Nilsson/TT News Agency
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou o funcionamento no Brasil da Norwegian Air UK Limited, empresa de aviação europeia que opera no mercado de baixo custo. A decisão está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 8.
A companhia pretende operar no País com serviços de transporte aéreo internacional regular de passageiro, de carga e de mala postal.

Terceira maior empresa de baixo custo

A Norwegian é a terceira maior companhia aérea de baixo custo da Europa, as chamadas low cost, atrás de Ryanair e Easyjet, e tem base em Gatwick, segundo maior aeroporto de Londres. 
Uma viagem de ida e volta entre Buenos Aires e Londres pela Norwegian pode sair por cerca de R$ 3 mil, enquanto, por outras áreas, as tarifas mais baratas ficam em torno de R$ 5 mil.
A empresa já opera na América do Norte, América Central, África e Ásia. Recentemente, abriu subsidiária na Argentina.

Passagens no Brasil são caras, diz empresa

A Norwegian afirma que preços mais baixos para ligar o Brasil aos aeroportos europeus permitirão um número maior de turistas. "Estamos satisfeitos que a permissão nos foi dada para voar entre o Brasil e o Reino Unido, por parte das autoridades brasileiras”, indicou a empresa em um comunicado. "O Brasil tem um grande potencial e acreditamos que os novos voos com preços baixos vão permitir que um número maior de pessoas possa voar, consequentemente incentivando o turismo e as economias locais". 
A empresa ainda deixou claro que considera a ligação aérea do Brasil com o Reino Unido cara e limitada. "As atuais conexões entre o Reino Unido e o Brasil são caracterizadas por preços altos e competição limitada", afirmou. 
De acordo com dados da empresa, sua capacidade no mercado mundial aumentou em quase 50% em comparação às taxas registradas em meados de 2017. Hoje, ela conta com mais de 60 rotas intercontinentais. 
A empresa foi a primeira a introduzir voos low cost entre os EUA e o Reino Unido, em 2014. Desde então, conta com onze rotas fora da Europa, entre elas as cidades americanas, Buenos Aires e Cingapura.
Eleita pela sexta vez consecutiva como melhor empresa low cost da Europa, ela afirma ter a frota mais jovem do mundo, com uma média de idade de seus aviões de apenas 3,7 anos. Dentro da Europa, é a única que oferece internet grátis. 
Nos últimos meses, a companhia tem sido cortejada por investidores e empresas, entre elas a Lufthansa. O motivo: sua rápida expansão e sua decisão de realizar voos transatlânticos.
Em seu site, a empresa oferece voo entre Londres e Chicago, apenas ida, por 183 euros, contra 188 para Nova Iorque ou menos de 200 euros para São Francisco, sempre a partir de Londres. A rota entre Cingapura e Londres tem preços de 230 euros, ida.
Falando à imprensa em julho, o CEO da companhia, Bjorn Kjos, admitiu que a fase de expansão de rotas havia terminado e que o foco passaria a ser a de reduzir custos. Mas os recordes continuam sendo registrados. Em julho, ela transportou 3,8 milhões de passageiros em apenas um mês. O aumento foi de 13% em comparação a julho de 2017. 93% de seus aviões estavam lotados.

STF forma maioria por reajuste de 16,38% a ministros, OESP

Previsão será incluída na proposta orçamentária para a Corte a ser encaminhada ao Ministério do Planejamento

Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo/BRASÍLIA
08 Agosto 2018 | 19h09
Plenário do STF. Foto: Carlos Moura/SCO/STF-20/6/2018
BRASÍLIA – O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quarta-feira (8) para incluir um reajuste de 16,38% no salário dos próprios ministros na proposta orçamentária a ser encaminhada ao Ministério do Planejamento. Considerado o teto do funcionalismo público, a remuneração atual dos ministros do STF é de R$ 33.763,00.
Até a publicação deste texto, a sessão administrativa que discute o tema ainda não havia sido encerrada.
Apesar de estar incluso na proposta orçamentária da Corte, o reajuste salarial ainda precisa ser aprovado pelo Senado Federal (o projeto de lei já recebeu aval da Câmara) e sancionado pelo presidente Michel Temer para entrar em vigor.
Para acomodar o impacto orçamentário do reajuste, o STF prevê o remanejamento de recursos, principalmente da área de comunicação institucional, atingindo a TV Justiça.
O impacto estimado de um reajuste de 16,38% no salário dos ministros é de R$ 2,77 milhões para o STF e de R$ 717,1 milhões para o Poder Judiciário.
“Não estamos deliberando nossos vencimentos, estamos contemplando a situação de toda a magistratura. Temos a responsabilidade institucional de prever esse aumento, que está no Congresso Nacional. Entendo ser de boa técnica orçamentária incluir-se na proposta orçamentária aqueles projetos que estão em tramitação no Congresso”, disse o ministro Ricardo Lewandowski.
O ministro Luís Roberto Barroso concordou com Lewandowski, ressaltando que o tema já está em discussão no Congresso. “Sou contra os penduricalhos, mas não gostaria de impedir que o Congresso Nacional deliberasse sobre uma proposta que já está em discussão. Acho que o foro adequado para esse debate não é o Supremo, é o Congresso Nacional e acho que é lá que essa matéria é decidida”, disse Barroso, defendendo a possibilidade do Congresso seguir deliberando sobre o tema.
Futuro presidente do STF, o ministro Dias Toffoli ressaltou que a inclusão do reajuste não provocará aumento de despesas, já que a Corte cortará despesas do próprio orçamento por meio do remanejamento de recursos.
“Isso tem de ficar muito claro, principalmente para a imprensa que está aqui nos assistindo. Não se está encaminhando para o Congresso um acréscimo no orçamento do Supremo, está-se encaminhando um anexo em razão de um projeto de lei já encaminhado em 2015, já aprovado na Câmara para uma recomposição remuneratória parcial. Não se está tirando de saúde, educação, se está tirando das nossas despesas correntes, dos nossos custeios”, frisou Toffoli.
DIVERGÊNCIA. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, decidiu não incluir o reajuste na proposta, por acreditar que a situação fiscal do País não melhorou e temer um efeito cascata nas contas públicas de todo o País. “A questão principal de eu não ter incluído se deve à circunstância de o aumento do Supremo faz com que haja toda uma cadeia de aumentos em todos os órgãos do Poder Judiciário pra todos os magistrados, que é a grande preocupação que a gente tem”, observou Cármen.
O posicionamento de Cármen foi endossado pelo decano da Corte, ministro de Celso de Mello. “Estamos em face de escolhas trágicas”, disse Celso de Mello, ressaltando que há “pretensões importantes, mas confrontadas com clara escassez de recursos”.
Celso de Mello destacou em seu voto “a crise fiscal que afeta o Estado, a crise social que se projeta sobre milhões de desempregados, tendo em vista a própria crise administrativa, que tem levado à inoperância do Estado em matéria sensíveis como a saúde pública – temos exemplos trágicos e dramáticos – , tendo em vista a crise do orçamento, que se projeta”.