segunda-feira, 16 de abril de 2012

Eleições devem movimentar R$ 6 bilhões no País. Como aproveitar essas oportunidades


Negócios| 16 de abril de 2012 | 7h 26


Produtoras de vídeo e áudio, agências de publicidade, além de empresas gráficas e prestadores de serviço podem se dar bem
CRIS OLIVETTI, OPORTUNIDADES

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Segundo Fernando Pinheiro, demanda cresce 1000% nesta época
 Produtoras de vídeo e áudio, agências de publicidade, de marketing eleitoral e de divulgação, empresas de eventos, gráficas e prestadoras de serviços de internet já se preparam para abocanhar uma parte dos R$ 6 bilhões que os partidos e candidatos devem gastar neste ano durante a campanha eleitoral municipal no País. No total, o pleito deve movimentar cerca de R$ 13 bilhões, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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“O Brasil tem mais de cinco mil municípios. Serão eleitos 5.565 prefeitos e 57.748 vereadores, o que equivale a quase meio milhão de candidatos. São números fantásticos”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), Fabio Arruda Mortara. Em sua opinião, as eleições locais são as mais importantes para o segmento. “Nossa estimativa é de que a indústria gráfica, que movimenta R$ 30 bilhões, tenha aumento de 15% nas demandas.” 

Segundo Mortara, o acréscimo só não é maior porque nos grandes centros os impressos têm menos alcance do que outras mídias. “No interior, esse material tem importância muito maior do que na metrópole.” Para evitar problemas na hora do recebimento, Mortara recomenda:. “É bom avaliar o cadastro do cliente e vincular a entrega do material com o pagamento.”

Atuando no mercado de marketing político desde 2004, o diretor da Produzvideo.com e Audiofive.com, Fernando Pinheiro, afirma que nesse período as demandas crescem 1000%. 
“Em ano eleitoral o trabalho aumenta absurdamente e nos tornamos uma grande empresa. Contratamos cerca de 200 profissionais terceirizados e sublocamos outras estruturas, onde montamos mais estúdios para darmos conta do trabalho.” 

Pinheiro diz que fora do período eleitoral suas empresas operam com 20 colaboradores. O empresário conta que registrou o domínio campanhaeleitoral2012.com.br e que o número de acessos ao site de mesmo nome tem em torno de 700 acessos diários.

De olho nos bilhões de reais que serão desembolsados pelos políticos, Pinheiro inovou criando estúdios móveis. “Montamos duas estruturas móveis que percorrerão o País produzindo material de campanha de alta qualidade para candidatos que não têm acesso às produtoras.” Essas unidades têm toda estrutura de produção com estúdio para gravar jingle e tirar fotos. 
Segundo Pinheiro, o pacote básico de serviços inclui foto oficial de campanha, jingle, vídeo que pode ser veiculado tanto na TV, como na internet, e a criação de um site do candidato. O preço desse pacote pode variar de R$ 15 mil a R$ 150 mil.

Para o empresário, a campanha deste ano será impar. “Ela será histórica, porque em 2008 o Facebook não tinha a penetração que tem hoje e mal usávamos o YouTube. Acredito que muitos candidatos serão eleitos com a força da publicidade na internet.” 

Apostando na influência da rede nestas eleições, a Área Comunicação fechou parceria com a Interagentes e com a Publisher Brasil para oferecer aos candidatos soluções digitais na internet, com foco nas redes sociais. O diretor de comunicação da empresa, José Antonio do Santos Pereira, afirma que hoje, com um bom trabalho na rede, é possível influenciar até 1/4 do eleitorado. “O que pode ser determinante para uma eleição”, acredita.

O diretor explica que a parceria é uma estratégia para potencializar o trabalho das três empresas, consideradas de pequeno porte. “A Área irá contribuir com sua expertise no atendimento a clientes públicos, somada à força da Publisher na produção de conteúdo e à experiência da Interagentes no desenvolvimento de estratégias de rede.”

Segundo Pereira, uma campanha digital é muito mais do que produzir um site bonito e criar um perfil social. “É preciso falar a linguagem das redes e transmitir conteúdo adequado ao público certo. Vamos monitorar a audiência, identificar tendências e propor ações que viabilizem as propostas dos candidatos, criando condições reais de fidelização do eleitorado.”
A proposta da Área é criar um palanque digital, onde será possível mobilizar a militância, realizar rápida transmissão de conteúdo e manter maior interação entre o candidato e o eleitorado.

Vida no País ficou melhor a partir de 2002



15 de abril de 2012 | 8h 46
EQUIPE AE - Agencia Estado
SÃO PAULO - O Índice Itaú de Bem-estar Social teve o seu período de crescimento mais rápido no Plano Real. Em 1994 e 1995, o ritmo de alta anual foi de 9,2%. Até 1996, foi de 6,9%.
O período mais longo e estável de expansão do bem-estar, porém, foi a partir de 2002, início do governo Lula. Até 2008, houve um crescimento médio anual de 3,6%, com pequenas oscilações. Em 2009 e 2010, porém, o ritmo desacelerou para 1,5%.
Essas variações são explicadas pelo comportamento dos três subindicadores do Índice de Bem-estar Social.
O índice de condições econômicas, por exemplo, teve uma alta forte de 1992 a 1997, empurrado em boa parte desse período pelo sucesso do Plano Real. De 1998 a 2002, ele oscilou, mas ficou praticamente no mesmo lugar. A partir de 2003, cresceu de forma regular e constante.
O índice de condições humanas, por sua vez, ficou quase parado de 1992 a 1997, e cresceu lentamente de 1997 até 2003. Nesse segundo período, apesar de avanços significativos em educação, saúde e saneamento, houve uma piora na segurança, com a taxa de homicídios subindo de 25,4 por 100 mil em 1997 para um recorde de 28,9 em 2003. Em 1992, a taxa de homicídio era de 19,1.
A segurança também ajuda a explicar a suave desaceleração da alta do bem-estar a partir de 2008. A taxa de homicídio caiu para 25,2 em 2007, mas subiu em 2008 e 2009 (em 2010, ficou em 26,2 por cem mil habitantes).
Debate
A Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) está trabalhando na criação de um indicador nacional de felicidade. "Ainda estamos criando a metodologia, e queremos produzir padrões de bem-estar, usando indicadores objetivos e subjetivos", explica Fábio Gallo, professor da FGV-SP envolvido no projeto.
Já o Centro de Políticas Sociais (CPS), da FGV-Rio, chefiado pelo economista Marcelo Neri, chamou a atenção para um índice de felicidade futura, no qual o Brasil se destaca como o mais otimista país do mundo. Internacionalmente, o Butão tem um índice nacional de felicidade e a Organização das Nações Unidas (ONU) e importantes economistas internacionais, como Jeffrey Sachs e Joseph Stiglitz (prêmio Nobel), estão envolvidos com o tema, que estará presente na Rio+20 em junho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 

EUA esperam pelo Brasil



15 de abril de 2012 | 3h 07
ALBERTO TAMER - O Estado de S.Paulo
A economia chinesa desacelerou para 8,1% no primeiro trimestre, o comércio mundial vai crescer apenas 3,7%, abaixo dos 5,0% do ano passado, um dos piores resultados desde a crise de 2008, e só os Estados Unidos dão sinais ainda de expansão. Mas é um crescimento em grande parte baseado no aumento das exportações, 7,2% este ano, enquanto as importações não devem passar de 3,7%, de acordo com previsões da Organização Mundial do Comércio (OMC). Mesmo assim, são ainda o mercado mais aberto no mundo, com importações anuais da ordem de US$ 1,5 trilhão e um impressionante déficit comercial US$ 744 bilhões nos últimos 12 meses.
Desculpem. Vou cansar. Sim, a coluna pede desculpas por cansar o leitor com mais dados oficiais, mas são imprescindíveis para mostrar como o Brasil ainda não explorou as oportunidades nessa economia que, sozinha, tem um PIB igual ao dos 27 países da União Europeia. Está aberta, e a espera de nós. E não se trata apenas de comércio, mas de investimentos e, como assinalamos na última coluna, de ensino técnico e superior nas universidades americanas.
Parceiro menor. As relações bilaterais deram sinais de leve melhora este ano, mas ainda são marginais. O Brasil exportou no primeiro trimestre o equivalente a US$ 25,9 bilhões para os EUA. Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que entre janeiro e fevereiro, havia 3.218 empresas exportando para o mercado americano, número quase igual ao mesmo período do ano passado e, anualmente, cerca de 8.176 importando dos EUA: um aumento de 500 empresas.
E isso num mercado que, ao contrário do outro parceiro (a China), importa do Brasil 64% de produtos manufaturados e básicos (43% só industriais!) e 21% de semimanufaturados. Não é só petróleo e minério, como revela o site do Ministério do Desenvolvimento, mdic@gov.br, no comércio Brasil-EUA.
Mas eles não atrapalham? A resposta é não. Não só não atrapalham, mas, no governo Dilma, estão fazendo tudo para ajudar. Nos últimos meses, Obama adotou uma série de medidas que favorecem diretamente as exportações brasileiras. A mais simbólica foi a extinção do subsídio e a sobretaxa que incidia nas compras de etanol brasileiro, um tema político delicado para o presidente americano que enfrentou e venceu a forte oposição dos produtores americanos de milho e grãos.
Ao mesmo tempo, ao contrário do que fez com a Argentina, Obama decidiu manter o Brasil no SGP, importante programa que reduz tarifas que incidem sobre exportações brasileiras para o mercado americano. Houve também liberalização da importação de carne suína de Santa Catarina, entre outras medidas. Resta completar a mudança do subsídio ao algodão, determinada pela OMC, ainda dependendo do Congresso, e a liberação total de carne bovina.
Nada a acusar. Como lembra o colega Rolf Kuntz, em seu artigo do dia 12, no caderno de Economia do Estado, "ninguém pode acusar o governo americano de haver criado obstáculo à expansão do comércio bilateral, nem de haver imposto nos últimos anos barreiras importantes aos manufaturados brasileiros... Brasília deu prioridade a entendimentos comerciais com parceiros emergentes e em desenvolvimento". E deu nisso que está aí.
Melhorou, mas é pouco. No primeiro trimestre do ano, as exportações do Brasil para os EUA aumentaram 41%. Estão agora em US$ 6,9 bilhões, o que representa 12,6% das vendas totais. Se o leitor quiser saber se é muito, lembro que somente em fevereiro apenas os Estados Unido importaram US$ 227 bilhões! Dados oficiais do Departamento do Comércio divulgados na quinta-feira. Nada mesmo.
Clinton, pouco a fazer. A secretária de Estado Hillary Clinton chega ao Brasil para visita de dois dias, mas quando muito, vai dizer que seu governo nada mais pode fazer para alterar esse quadro que foi agravado nos desmandos diplomáticos do governo passado. Ela poderá lembrar que os EUA são de longe os maiores investidores no Brasil, representam este ano quase 13% do total. Mas é inútil procurar nos EUA os obstáculos às nossas exportações que permanecem à margem do trilionário mercado americano, aberto e à espera do Brasil. A presidente mostrou decisão de mudar esse cenário. Agora, é ir adiante, com mais essa reunião em Cartagena. Mas o trabalho a fazer está aqui.