Uma crise como nenhuma outra, uma recuperação incerta. É dessa forma que o FMI (Fundo Monetário Internacional) resume o impacto da Covid-19 sobre a economia mundial. A Folha selecionou uma série de dados econômicos que mostram as dimensões históricas da crise atual no mundo e também no Brasil.
Nas palavras do Banco Mundial, a economia global sofreu um golpe devastador que levará à recessão mais profunda desde a Segunda Guerra Mundial. A contração esperada para a economia só fica abaixo do que foi verificado na Grande Depressão dos anos 1930 e nos períodos relacionados às duas grandes guerras do século 20.
No Brasil, prevê-se a recessão mais profunda em pelo menos 120 anos, período para o qual há dados, segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A contração seria ainda maior não fosse a decisão do país de injetar expressivos recursos na economia, que levarão o Brasil a registrar um déficit histórico nas contas públicas e vão elevar seu endividamento a um patamar inédito, como mostram as projeções da Instituição Fiscal Independente, órgão do Senado, e do próprio governo federal.
Segundo o ministro Paulo Guedes (Economia), o mundo foi atingido por um meteoro, que eliminou qualquer chance de recuperação do crescimento brasileiro neste ano.
Reflexos dessa crise podem ser vistos em todos os grandes setores: no comércio e nos serviços, que vinham puxando a economia brasileira havia décadas, e na indústria, que já vinha operando em níveis modestos havia anos.
A queda na produção de veículos aos níveis da década de 1950 é um exemplo do impacto das necessárias medidas de distanciamento social, que ajudaram a mitigar a crise.
A inflação em níveis baixos tem permitido ao Banco Central reduzir os juros para o menor patamar da história recente, mas a reação da atividade a esse novo piso ainda é incerta.
Citando mais uma vez o Banco Mundial, a pandemia e as medidas de isolamento social afetaram bilhões de vidas e estão prejudicando décadas de progresso econômico e desenvolvimento. Devem também ter impacto profundo sobre os níveis de pobreza.
Por ser a primeira recessão global desencadeada por uma pandemia, a crise atual gera ainda mais desafios aos formuladores de políticas, segundo a instituição, e tornam a sua profundidade e sua recuperação mais incerta.
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