Para combater o avanço da pandemia de Covid-19, trabalhamos pautados pela ciência e amparados da tecnologia para adotar medidas que protejam a população e que, ao mesmo tempo, permitam a retomada gradativa, de forma consciente, da economia. Desde março, criamos um CO (centro operacional) de inteligência de dados, reunindo técnicos de diversas áreas do conhecimento —como médicos, engenheiros, analistas— e servidores de diferentes secretarias. O objetivo era entender a propagação da doença a partir da malha rodoviária paulista e preparar as unidades de saúde de todas as regiões para receber pacientes diagnosticados com o coronavírus nas cidades do estado de São Paulo.
Parte do desafio desse trabalho é que ele conjuga diversos campos do conhecimento. Sob coordenação do vice-governador, Rodrigo Garcia, os resultados permitem uma compreensão singular de eventos complexos como essa pandemia e sua manifestação no estado, sendo, portanto, um braço do Plano São Paulo.
Junto com epidemiologistas da Secretaria de Estado da Saúde, nosso CO, que conta ainda com a expertise de técnicos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), cruzou dados captados nas rodovias paulistas através dos pedágios e dos mais de 400 aparelhos com tecnologia OCR (leitores de placas de veículos) com informações da Sivep-G (Sistema de Informações da Vigilância Epidemiológica da Gripe) para fazer as primeiras análises de propagação do coronavírus.
E qual a importância desse monitoramento? Ao identificar a manifestação dos primeiros casos de Covid-19, a cada semana epidemiológica, e cruzar os dados com os endereços residenciais desses pacientes, foi possível criar um mapa de calor que mostra como o vírus se movimenta, pelas estradas, rumo ao interior do estado. E através desse cruzamento foi possível alertar, com antecedência de três, até quatro semanas, a chegada do vírus às cidades paulistas. Com esse trabalho, foi possível as autoridades sanitárias prepararem a estrutura de saúde no interior. Graças a ele, 30% das regiões paulistas desfrutam de uma abertura parcial da economia, que foi, está sendo e será sempre monitorada pela ciência.
Um aspecto importante é lembrar que as rodovias sempre estiveram abertas para garantir os serviços essenciais e as atividades de logística e de infraestrutura —vitais não apenas para o abastecimento, ou seja, a sobrevivência das comunidades, como para a economia. Estado mais rico do país, São Paulo movimenta, com suas estradas e os modais ferroviário e hidroviário uma grande parcela do PIB brasileiro. Não só com as commodities e outros itens produzidos, como também com sua logística privilegiada, que leva volumosas exportações aos portos de Santos, São Sebastião e outros.
Diante disso, o CO desenvolveu um outro papel fundamental nesse processo de inteligência de dados: a mensuração de fluxo de veículos, especialmente quando segmentado entre veículos de passeio e comerciais. Esses números trazem informação importante para compreensão da economia do Estado durante a pandemia, em comparação a séries históricas anteriores a esse evento. E servem de apoio ao Comitê Econômico, criado pelo governador João Doria, na análise da atividade econômica, juntamente com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
TENDÊNCIAS / DEBATES
Nenhum comentário:
Postar um comentário