País largou atrasado na corrida da nova geração de celular
Uma das maiores revoluções tecnológicas da história bateu à porta e encontrou o Brasil escondido embaixo da cama.
O país largou atrasado na corrida do 5G, a nova geração de celular. Em parte por soberba, pois confia que seu tamanho determinará o rumo da região. Vale lembrar: a participação mundial da população e da economia brasileiras é declinante.
Em parte, está atrasado porque não sabe o que fazer. Espremido entre EUA e China, o Brasil foi jogado ao mar por Donald Trump no caso do aço e virou piada na Ásia —o presidente da Huawei, empresa líder no 5G, acha que os brasileiros deveriam se dedicar mais ao samba.
O governo americano argumenta que os países terão de fazer uma escolha estratégica, não tecnológica. Diz que empresas chinesas são instrumentos do Partido Comunista e servirão à espionagem. A lei chinesa as obriga a ceder dados ao governo.
Mas existem problemas com o 5G também nos EUA. Pesquisadores americanos têm listado brechas técnicas nas principais teles locais, incluindo a capacidade de rastrear o aparelho, enviar mensagens falsas e bloquear chamadas.
Para complicar, quem figura como suspeito de espionagem já tem atuação aberta na área de vigilância. A Huawei é, disparada, a empresa que mais fornece material de monitoramento com inteligência artificial. Está presente em 50 países, mostra o Carnegie Endowment for International Peace. No caso da IBM, são 11. Para esse fim, o Brasil usa tanto tecnologia chinesa quanto americana.
O avanço do 5G se concentra na velocidade (muito maior) e na latência, o tempo de resposta (muito menor). Isso representará um imenso ganho de produtividade para a economia e uma revolução na maneira de viver.
A bola está agora com a Anatel, que tem nova reunião nesta quinta (12) para fazer a coisa avançar. A revolução do 5G vai aumentar rapidamente o fosso entre os países —e a agência deveria diminuir nossa latência em relação a essa tecnologia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário