quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Avião movido a óleo e gorduras cruza o Atlântico pela 1ª vez, The News

 

London > New York. Esse foi o trajeto do primeiro voo de uma companhia aérea comercial a cruzar o Oceano Atlântico apenas com combustível sustentável.

Por que isso é relevante? O combustível sustentável reduz em 70% as emissões de carbono comparando com o tradicional querosene de aviação, que é um derivado do petróleo.

A indústria da aviação é responsável pela emissão de mais de 1 bilhão de toneladas de CO2. Dimensionando, isso representa quase 3% de toda as emissões de poluentes no mundo.

Até porque, atualmente, só 0,1% da frota mundial de aviões faz algum uso de gorduras, açúcares e óleos para abastecer, o que é visto como um grande passo para a “descarbonização dos céus”. 

É um movimento mundial: Neste ano, mais de 100 países concordaram em reduzir em 5% o impacto dos combustíveis da aviação na emissão de CO2. A pouca oferta e o alto custo ainda são desafios para a indústria.

Entidade desiste de gerir programa de moradia para sem-teto de Nunes, FSP

 Mariana Zylberkan

SÃO PAULO

A entidade que administrava duas das três unidades do programa de moradia para sem-teto da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) rescindiu contrato com a administração municipal no último dia 17, cerca de um ano antes do prazo final de execução.

A AVSI Brasil foi contratada pela gestão Nunes em dezembro do ano passado para gerir as unidades Cruzeiro do Sul e Anhangabaú do projeto Vila Reencontro, que disponibiliza casas modulares provisórias de 18 m² a moradores de rua.

Crianças brincam na Vila Reencontro Cruzeiro do Sul, primeira unidade inaugurada do programa para sem-teto da prefeitura
Crianças brincam na Vila Reencontro Cruzeiro do Sul, primeira unidade inaugurada do programa para sem-teto da prefeitura - Danilo Verpa - 27.jan.23/Folhapress

Em documento, a entidade alegou que a implantação da metodologia de cogestão na Vila Reencontro, em que os moradores compartilham com a entidade gestora as decisões sobre regras de convivência, demanda "investigação qualitativa mais aprofundada".

Segundo a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social Smads, a rescisão do contrato foi feita de comum acordo e que o projeto de cogestão foi concluído. Procurada, a AVSI Brasil não respondeu.

Com a desistência, as duas unidades da Vila Reencontro passaram a ser geridas por meio de contrato emergencial pela Associação Evangélica Beneficente, que já administra outros equipamentos voltados ao atendimento à população de rua, entre eles, a recém-inaugurada unidade Pari da Vila Reencontro, na região central.

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Durante os seis meses de contrato emergencial, a organização social irá receber repasse mensal de R$ 303.674,66. Segundo a prefeitura, passado o período, será realizado um chamamento público para embasar o novo contrato de gerenciamento das unidades. Essa modalidade de contratação dispensa processo de licitação.

No total, a Associação Evangélica Beneficente tem quatro contratos vigentes com a municipalidade que somam repasses de R$ 52,5 milhões.

Folha mostrou em setembro que 3 em cada 10 sem-teto que saíram das Vila Reencontros foram expulsos. Desde dezembro do ano passado, 38 pessoas foram forçadas a deixar as unidades, de um total de 116 saídas no período. Até junho, 212 pessoas tinham sido atendidas.

As expulsões foram precedidas, em maior parte, por casos de violência de gênero, ameaça e agressão entre os moradores. Um dos expulsos, que não quis se identificar, afirma que deixou uma das unidades após ter sido xingado e acusado de agredir outra moradora.

Ex-moradores ouvidos pela reportagem relataram consumo de álcool e drogas nas unidades e trocas de ameaças com facas quando há desentendimento entre vizinhos.

Procurada, a secretaria afirmou que o consumo de drogas e álcool é proibido e que agentes do serviço são orientados a mediar os conflitos nas unidades. Quando há ameaças à integridade física, o morador é advertido verbalmente. Em caso de reincidência, é feita uma notificação e, persistindo o comportamento, o acolhido é direcionado a outro abrigo.

A Vila Reencontro foi anunciada pela gestão Nunes como principal resposta ao crescimento da população de rua na capital paulista.

Segundo censo divulgado pela prefeitura em janeiro do ano passado, houve aumento de 31% dos sem-teto na cidade. Em 2021, segundo a gestão Nunes, havia 31.884 moradores de rua na cidade, são 7.540 a mais do que o registrado em 2019, quando eram 24.344 nessa situação.

Em relação a 2015, quando havia 15.905 moradores de rua, o número dobrou.

O levantamento identificou também mudança no perfil de quem não tem onde morar em São Paulo com maior presença de famílias. Esse segmento quase dobrou durante a pandemia. Dos 31.884 moradores de rua, 28% afirmaram viver com ao menos um familiar, somando 8.927 pessoas. Em 2019, esse percentual era de 20%, alcançando 4.868.

A contratação da AVSI Brasil no fim do ano passado foi anunciada pela gestão Nunes como inovadora por causa do perfil diferenciado em relação às organizações sociais que gerem os serviços de assistência social na cidade.

Sediada em Salvador (BA), a entidade é especializada em gerenciar abrigos para refugiados e atuou na recepção de venezuelanos que cruzaram a fronteira com o Brasil e se fixaram em Boa Vista (RR) e Pacaraima (RR) no norte do país.

Barroso lançará pacto nacional por uso de linguagem mais simples no Judiciário, FSP

 O presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, lançará na próxima semana o Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem Simples. A iniciativa será apresentada no 17º Encontro Nacional do Poder Judiciário, que ocorrerá em Salvador nos dias 4 e 5 de dezembro.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, durante evento com advogados no hotel Intercontinental, em São Paulo - Adriano Vizoni - 23.out.2023/Folhapress

O pacto consistirá em um documento com diretrizes voltadas ao trabalho jurisdicional e de comunicação. Elas contemplam ações, iniciativas e projetos a serem desenvolvidos em todos os segmentos da Justiça e em todos os graus de jurisdição.

Seu objetivo é que decisões judiciais e a comunicação do Judiciário com a sociedade passem a adotar uma linguagem didática, simples, direta e compreensível. Ao tomar posse como presidente do STF em setembro deste ano, Barroso elencou a comunicação como um dos eixos de atuação de sua gestão.

O pacto prevê que todos os tribunais envolvidos se comprometam a "eliminar termos excessivamente formais e dispensáveis à compreensão do conteúdo", "adotar linguagem direta e concisa nos documentos, comunicados públicos, despachos, decisões, sentenças, votos e acórdãos" e "explicar, sempre que possível, o impacto da decisão ou julgamento na vida do cidadão", entre outros pontos.

O uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras), de audiodescrição e de outras ferramentas similares, sempre que possível, também é previsto pelo documento, que busca aprimorar formas de inclusão.

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Além de sediar o lançamento do pacto nacional e debates sobre temas do Judiciário brasileiro, durante o encontro em Salvador o também serão aprovadas metas para 2024 voltadas à melhoria da prestação de serviços aos cidadãos.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH