por Martha Medeiros
Com livre interpretação de Antonio Abujamra no Provocações TV Cultura
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar, morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante... Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
A vida bate ( trecho do G1) , por Ferreira Gullar
“Alguns viajam:
vão a Nova York,
a Santiago do Chile.
Outros ficam
mesmo na Rua da Alfândega,
detrás de balcões e de guichês.
Vista do alto,
com seus bairros e ruas e avenidas,
a cidade é o refúgio do homem,
pertence a todos e a ninguém.
São pessoas que passam sem falar
e estão cheias de vozes
e ruínas.
És Antônio ?
És Francisco ?
És Mariana ?
Onde escondeste o verde
clarão dos dias?
E passamos
carregados de flores sufocadas.
Mas, dentro, no coração,
eu sei,
a vida bate.
Subterraneamente,
a vida bate.
Em Caracas, no Harlem, em Nova Delhi,
sob as penas da lei,
em teu pulso,
a vida bate.
E é essa clandestina esperança
misturada ao sal do mar
que me sustenta
esta tarde
debruçado à janela de meu quarto em Ipanema
na América Latina”
vão a Nova York,
a Santiago do Chile.
Outros ficam
mesmo na Rua da Alfândega,
detrás de balcões e de guichês.
Vista do alto,
com seus bairros e ruas e avenidas,
a cidade é o refúgio do homem,
pertence a todos e a ninguém.
São pessoas que passam sem falar
e estão cheias de vozes
e ruínas.
És Antônio ?
És Francisco ?
És Mariana ?
Onde escondeste o verde
clarão dos dias?
E passamos
carregados de flores sufocadas.
Mas, dentro, no coração,
eu sei,
a vida bate.
Subterraneamente,
a vida bate.
Em Caracas, no Harlem, em Nova Delhi,
sob as penas da lei,
em teu pulso,
a vida bate.
E é essa clandestina esperança
misturada ao sal do mar
que me sustenta
esta tarde
debruçado à janela de meu quarto em Ipanema
na América Latina”
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Centro de pesquisa em bioetanol é inaugurado em Campinas
Por Fábio Reynol, de Campinas (SP)
Agência FAPESP – O Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) será inaugurado na tarde desta sexta-feira (22/1), em Campinas (SP), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O CTBE deverá reunir esforços de instituições de pesquisa de todo o país que atuam no desenvolvimento do bioetanol, inclusive laboratórios da iniciativa privada.
Concebido em 2007, o laboratório contou com investimentos da ordem de R$ 69 milhões e já possui pesquisas em andamento, muitas delas com o apoio da FAPESP. “A Fundação paulista já investiu cerca de R$ 2 milhões em trabalhos que já estão em andamento no CTBE”, informou o diretor da unidade, Marco Aurélio Pinheiro Lima.
Segundo Lima, o CTBE nasceu a partir de um estudo que levantou os desafios da produção brasileira de etanol para os próximos 15 anos. Uma das metas do estudo era responder se seria possível multiplicar por dez a produção atual de álcool até o ano de 2015 e de forma sustentável. O futuro montante equivaleria a 250 bilhões de litros anuais, o que seria suficiente para substituir 10% da gasolina consumida no planeta, de acordo com o estudo.
“Muitos dos gargalos identificados demandam investimentos em ciência para resolvê-los”, conta o diretor. Por isso, o CTBE foi concebido de modo a abranger pesquisas relacionadas a todas as etapas de produção do etanol, desde a plantação até o desenvolvimento de motores automotivos.
A abrangência dos trabalhos coincide com a do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), que deverá contribuir com o laboratório e também se beneficiar da sua infraestrutura. Essa é a opinião do professor da Universidade de São Paulo, Marcos Buckeridge, diretor científico do CTBE e coordenador da divisão de Biomassa do BIOEN. “Está se formando um sistema brasileiro de bioenergia que reunirá os trabalhos de uma elite de especialistas espalhados pelo país”, anuncia o professor.
Etanol de celulose
Os esforços da pesquisa do CTBE estarão concentrados no desenvolvimento do etanol de segunda geração, produzido a partir da celulose da cana-de-açúcar, que, acumulada no bagaço e na palha da planta, hoje não é aproveitada, embora corresponda a dois terços da biomassa disponível.
Buckeridge explica que no coração dessa pesquisa está o processo de quebra da celulose. Na decomposição biológica essa massa é quebrada com o auxílio de enzimas que poderão ser estudadas a fundo nos laboratórios do campus do CTBE.
Ao lado da unidade, funcionam o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio). “Estar perto dessas instalações nos dá acesso a recursos de primeira linha como o anel de luz síncrotron, que ajuda desvendar a estrutura das enzimas, e os softwares específicos de bioinformática, desenvolvidos pelo LNBio”, exemplifica Buckeridge.
Embora autônomos, o LNBio, o LNLS e o CTBE serão coordenados por uma instância que acaba de ser criada pelo governo federal, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que terá como diretor o físico Rogério Cerqueira Leite.
Buckeridge ressalta ainda que o CTBE será o local onde os pesquisadores de bioetanol poderão testar seus resultados em processos industriais. O professor explica que os pesquisadores deverão interagir com os engenheiros do laboratório e, assim, adaptar a pesquisa acadêmica às necessidades da indústria. Esses testes serão executados em uma miniplanta industrial que está sendo construída e fará parte das instalações do CTBE.
Ainda na cerimônia de inauguração de sexta-feira, o CTBE assinará acordos para desenvolver pesquisas conjuntas com o Imperial College London, da Inglaterra; com a Lund University, da Suécia; e com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A partir de 2011, Buckeridge espera promover um megaexperimento em formato de workshop no qual todos os grandes trabalhos de pesquisa em bioetanol possam se apresentar. Um dos objetivos do evento será avaliar e acompanhar o estágio em que se encontra a pesquisa científica nacional em bioetanol.
Atualmente com 60 empregados, o CTBE espera ter cerca de 170 colaboradores fixos até 2013. Além do combustível, os trabalhos deverão desenvolver uma cadeia de subprodutos oriundos da cana-de-açúcar como polímeros e medicamentos, aos moldes do que ocorreu com o desenvolvimento do petróleo, de acordo com Buckeridge. “Esses novos materiais devem estabilizar a indústria da cana, que hoje vive oscilações porque só conta com dois produtos principais: álcool e açúcar”, prevê o especialista.
BIOEN FAPESP
O Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia ( BIOEN) visa responder à demanda brasileira de desenvolvimento científico e tecnológico da produção de bioenergia, com destaque para a cana-de-açúcar. Para isso, o programa articula e estimula atividades de pesquisa realizadas em instituições públicas e privadas.
O BIOEN é organizado em cinco divisões temáticas: “Biomassa para bioenergia”, “Processo de fabricação de biocombustíveis”, “Biorrefinarias e alcoolquímica”, “Aplicação do etanol para motores automotivos” e “Impactos socioeconômicos, ambientais e uso da terra”.
Agência FAPESP – O Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) será inaugurado na tarde desta sexta-feira (22/1), em Campinas (SP), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O CTBE deverá reunir esforços de instituições de pesquisa de todo o país que atuam no desenvolvimento do bioetanol, inclusive laboratórios da iniciativa privada.
Concebido em 2007, o laboratório contou com investimentos da ordem de R$ 69 milhões e já possui pesquisas em andamento, muitas delas com o apoio da FAPESP. “A Fundação paulista já investiu cerca de R$ 2 milhões em trabalhos que já estão em andamento no CTBE”, informou o diretor da unidade, Marco Aurélio Pinheiro Lima.
Segundo Lima, o CTBE nasceu a partir de um estudo que levantou os desafios da produção brasileira de etanol para os próximos 15 anos. Uma das metas do estudo era responder se seria possível multiplicar por dez a produção atual de álcool até o ano de 2015 e de forma sustentável. O futuro montante equivaleria a 250 bilhões de litros anuais, o que seria suficiente para substituir 10% da gasolina consumida no planeta, de acordo com o estudo.
“Muitos dos gargalos identificados demandam investimentos em ciência para resolvê-los”, conta o diretor. Por isso, o CTBE foi concebido de modo a abranger pesquisas relacionadas a todas as etapas de produção do etanol, desde a plantação até o desenvolvimento de motores automotivos.
A abrangência dos trabalhos coincide com a do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), que deverá contribuir com o laboratório e também se beneficiar da sua infraestrutura. Essa é a opinião do professor da Universidade de São Paulo, Marcos Buckeridge, diretor científico do CTBE e coordenador da divisão de Biomassa do BIOEN. “Está se formando um sistema brasileiro de bioenergia que reunirá os trabalhos de uma elite de especialistas espalhados pelo país”, anuncia o professor.
Etanol de celulose
Os esforços da pesquisa do CTBE estarão concentrados no desenvolvimento do etanol de segunda geração, produzido a partir da celulose da cana-de-açúcar, que, acumulada no bagaço e na palha da planta, hoje não é aproveitada, embora corresponda a dois terços da biomassa disponível.
Buckeridge explica que no coração dessa pesquisa está o processo de quebra da celulose. Na decomposição biológica essa massa é quebrada com o auxílio de enzimas que poderão ser estudadas a fundo nos laboratórios do campus do CTBE.
Ao lado da unidade, funcionam o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio). “Estar perto dessas instalações nos dá acesso a recursos de primeira linha como o anel de luz síncrotron, que ajuda desvendar a estrutura das enzimas, e os softwares específicos de bioinformática, desenvolvidos pelo LNBio”, exemplifica Buckeridge.
Embora autônomos, o LNBio, o LNLS e o CTBE serão coordenados por uma instância que acaba de ser criada pelo governo federal, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que terá como diretor o físico Rogério Cerqueira Leite.
Buckeridge ressalta ainda que o CTBE será o local onde os pesquisadores de bioetanol poderão testar seus resultados em processos industriais. O professor explica que os pesquisadores deverão interagir com os engenheiros do laboratório e, assim, adaptar a pesquisa acadêmica às necessidades da indústria. Esses testes serão executados em uma miniplanta industrial que está sendo construída e fará parte das instalações do CTBE.
Ainda na cerimônia de inauguração de sexta-feira, o CTBE assinará acordos para desenvolver pesquisas conjuntas com o Imperial College London, da Inglaterra; com a Lund University, da Suécia; e com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A partir de 2011, Buckeridge espera promover um megaexperimento em formato de workshop no qual todos os grandes trabalhos de pesquisa em bioetanol possam se apresentar. Um dos objetivos do evento será avaliar e acompanhar o estágio em que se encontra a pesquisa científica nacional em bioetanol.
Atualmente com 60 empregados, o CTBE espera ter cerca de 170 colaboradores fixos até 2013. Além do combustível, os trabalhos deverão desenvolver uma cadeia de subprodutos oriundos da cana-de-açúcar como polímeros e medicamentos, aos moldes do que ocorreu com o desenvolvimento do petróleo, de acordo com Buckeridge. “Esses novos materiais devem estabilizar a indústria da cana, que hoje vive oscilações porque só conta com dois produtos principais: álcool e açúcar”, prevê o especialista.
BIOEN FAPESP
O Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia ( BIOEN) visa responder à demanda brasileira de desenvolvimento científico e tecnológico da produção de bioenergia, com destaque para a cana-de-açúcar. Para isso, o programa articula e estimula atividades de pesquisa realizadas em instituições públicas e privadas.
O BIOEN é organizado em cinco divisões temáticas: “Biomassa para bioenergia”, “Processo de fabricação de biocombustíveis”, “Biorrefinarias e alcoolquímica”, “Aplicação do etanol para motores automotivos” e “Impactos socioeconômicos, ambientais e uso da terra”.
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