segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Estas casas não estão ligadas à rede de abastecimento. São resistentes ao clima e feitas de entulho, OESP

 Nick Aspinwall, Washington Post

10 de janeiro de 2022 | 15h00

TAOS, NOVO MÉXICO - Mike Reynolds nunca se preocupou muito com o mundo se aproximando do apocalipse. Na primavera de 2020, os motoristas faziam fila diante dos supermercados à espera de comida: era a primeira vez que a pandemia de coronavírus lançava seus tentáculos sobre a cadeia de abastecimento global. Depois veio uma onda sem precedentes de condições climáticas extremas, com incêndios devastando o oeste americano, furacões atingindo as costas tropicais e uma tempestade mortal de inverno destruindo a rede elétrica do Texas.

“Mas eu só via tudo pela TV, depois saía andando pelo corredor da minha casa, pegava bananas, espinafre, couve e tomates e comia tudo. Descalço, porque minha casa estava quente, mesmo sem combustível”, disse Reynolds. “Minha Earthship cuidou de mim”.

As Earthships [algo como “naves” ou “navios terrestres”, em tradução livre] são casas autossuficientes e sem ligação com as redes de abastecimento, construídas com pneus, terra e entulho. Há muitos anos são uma curiosidade peculiar para os viajantes que passam pela cidade de Taos. Mas, de repente, essas casas também parecem ser um paraíso para os apocalípticos climáticos. Os residentes dos 2,5 quilômetros quadrados da comunidade Earthship tratam seus próprios resíduos, coletam sua própria água, cultivam seus próprios alimentos e regulam sua própria temperatura contando com o sol, a chuva e a terra - o que Reynolds e outros adeptos chamam de “fenômenos” naturais.

Reynolds, 76 anos, vem construindo essas estruturas - ele as chama de “navios” - desde o início dos anos 1970, quando, depois de se formar na escola de arquitetura da Universidade de Cincinnati, começou a viajar de moto off-road pelo planalto do deserto em volta de Taos para tentar se machucar e, assim, evitar a convocação para a Guerra do Vietnã. Ele nunca mais foi embora e começou a atrair tanto interesse quanto desdém à medida que dezenas de Earthships surgiam da terra.

Casas
As Earthships (algo como 'naves' ou 'navios terrestres') são conhecidas por serem casas autossuficientes Foto: Ramsay de Give/Washington Post

“As pessoas falavam de um cara esquisitão na planície do Novo México que estava construindo edificações com lixo. Era uma coisa escandalosa”, disse Reynolds. Mas ele foi ganhando mais seguidores à medida que as pessoas foram ficando mais conscientes das mudanças climáticas. E o ano de 2020 trouxe um surto de interesse por novas construções. “Agora”, disse ele, “tudo o que as pessoas querem é virar macaco”.

As novas Earthships costumavam ficar adormecidas por anos e anos, mas agora muitas são vendidas antes mesmo de serem concluídas, porque a pandemia atraiu as pessoas para um oásis de autossuficiência. São desde sonhadores como Linda May, que foi retratada no filme ‘Nomadland’ e cujo objetivo final era construir uma Earthship, até jovens aflitos com a piora do clima, a falta de moradia e a sombria perspectiva de custos de eletricidade e aquecimento sempre em alta. Para eles, as Earthships significam uma vida livre de sistemas e boletos, uma ruptura total com um mundo que parece estar prestes a se rachar.

“É difícil pensar em voltar para uma casa convencional”, disse Freya Dobson, 24 anos, que recentemente veio de Nova York para ingressar numa academia que ensina as pessoas a construir Earthships. “É uma solução concreta para viver”.

As Earthships funcionam usando seis princípios de construção verde: o aquecimento e resfriamento, a eletricidade solar, a coleta de água, o tratamento de esgoto, a produção de alimentos e o uso de materiais naturais e reciclados. Quando as Earthships surgiram, na década de 1970, “enfrentaram um problema que ninguém mais queria enfrentar: o que vamos fazer com o lixo?”, disse Rachel Preston Prinz, designer ecológica de Santa Fe, Novo México, que escreveu o livro Hacking the Earthship. Cerca de 40% de uma Earthship típica é construída com materiais naturais ou reciclados, principalmente as fundações e as paredes, que são feitas de centenas de pneus usados cheios de terra. As construções também têm duas camadas de janelas solares do chão ao teto, as quais deixam o sol entrar durante o inverno e o bloqueiam no verão, para manter as estruturas numa temperatura ambiente confortável, independentemente do clima lá fora.

Dentro de uma Earthship, os espaços arqueados e cavernosos lembram os bunkers da Tatooine de ‘Star Wars’ - como se os Skywalker fizessem peregrinações anuais ao festival Burning Man. Os corredores entre as janelas internas e externas estão cheios de plantas. Garrafas de vidro e latas de alumínio enfiadas dentro das paredes fazem com que os cômodos pareçam parquinhos inspirados na obra de Antoni Gaudí. “É incrivelmente lindo”, disse Britt Shacham Bernstein, 25 anos, logo depois de visitar uma Earthship pela primeira vez. “Tem todo um ecossistema aqui, e você faz parte do ecossistema”.

As Earthships se originaram do clima árido de Taos, maximizando a abundante luz solar e guardando até a última gota dos cerca de 20 centímetros de chuva anual. Cada Earthship compartilha um conjunto de órgãos centrais, como um módulo de organização da água, que vai filtrando e separando a água conforme ela se move pela casa. No ecossistema da Earthship, a água é usada primeiro para beber, tomar banho e lavar as mãos. Depois passa para as plantas interiores, como figueiras e bananeiras, além dos jardins suspensos de ervas e flores. A “água preta” que resulta desse processo é usada no banheiro antes de ser despejada numa fossa séptica, onde fertiliza as plantas ornamentais que ficam ao ar livre e depois pode ser jogada com segurança no abastecimento de água subterrânea.

“As pessoas sempre dizem: ‘o cheio aqui é muito bom’”, disse Meredith Albury, guia turística e fotógrafa da Earthship Biotecture, a empresa de ecoconstrução que Reynolds fundou para construir Earthships.

Outro módulo controla a energia solar, que é usada principalmente para luzes e eletrodomésticos. As Earthships usam cerca de um sexto da energia de uma casa convencional. “Você cuida dela, ela cuida de você”, disse Albury. “É muito simbiótico”.

Uma Earthship típica pode produzir de 25 a 50% dos alimentos de que seus moradores precisam, dependendo de uma série de fatores, como dieta, clima e quanto tempo é gasto na manutenção do jardim, disse Phil Basehart, líder da equipe de construção. Se você seguir uma dieta baseada em vegetais, talvez nunca mais precise ir ao supermercado. Isso atrai não apenas os sobrevivencialistas, mas também as pessoas que de repente começaram a se preocupar com a origem de seus alimentos após a pandemia. “Conseguimos fechar mais negócios por causa disso”, disse Basehart. “As pessoas estavam vendo o projeto como se fosse seu quarto do pânico, por assim dizer”.

Steven Jewett, fazendeiro de abóboras e corretor de imóveis na região de Catskills, em Nova York, que se descreve como um “sobrevivencialista progressista”, comprou uma Earthship em outubro com três amigos - se algum deles perdesse a casa por causa de uma catástrofe, “poderíamos ir para nossa casa de férias até a poeira baixar”.

Trent Wolbe, líder de sustentabilidade para eventos e experiências no Google e outro proprietário que concluiu a Earthship Academy em 2012, disse: “Eles são super inspiradores do ponto de vista da sustentabilidade. Se você é um construtor ou alguém que está interessado em fazer sistemas fora da rede, onde as pessoas podem viver de forma confiável, então todos os sinais apontam para as Earthships”. A coproprietária Isadora Tang, consultora de inovação no Brooklyn, acrescentou que as estruturas representam “uma maneira diferente de viver que inspira a todos nós”.

O grupo de Jewett pagou US $ 396.000 por sua Earthship - mais do que o preço inicial de US $ 379.000 - derrotando duas outras ofertas de compra. As Earthships são vendidas por preços semelhantes aos das casas convencionais de tamanho e localização comparáveis e custam um pouco mais para construir, embora seu projeto possa economizar o dinheiro dos proprietários ao longo do tempo. Jewett estima que o grupo vai economizar cerca de US $ 1.500 por ano em custos de serviços públicos.

Mas também há histórias de construções malsucedidas e projetos abandonados, às vezes depois de gastos de dezenas de milhares de dólares, e Reynolds já enfrentou ações judiciais de compradores insatisfeitos. As Earthships são estruturas experimentais, imperfeitas e em evolução. E a maioria das famílias americanas não consegue suportar dores de crescimento tão dispendiosas.

Os entusiastas alertam contra a compra ou construção de uma Earthship antes de participar da Earthship Academy, na qual os alunos pagam cerca de US $ 1.000 para passar um mês ajudando a construir e tendo aulas de construção e manutenção. Uma Earthship “não é uma máquina que você liga na tomada e começa a usar”, disse Dobson, que se formou em outubro na academia de Taos, e os proprietários das casas muitas vezes “dependem das pessoas da comunidade Earthship” para ajudá-los a resolver problemas. As casas também são difíceis de construir, e muitos proprietários em potencial contratam a Earthship Biotecture como empreiteira. “Você tem que botar duzentos quilos de terra dentro de um pneu”, disse Dobson. “É uma das coisas mais difíceis que já fiz na vida”.

O Modelo Global da Earthship Biotecture, a construção mais popular, foi projetado para funcionar na grande maioria dos climas com pequenas adaptações, e um estudo sobre Earthships construídas em Londres, Paris e Espanha mostrou que é muito bem-sucedido em fornecer conforto térmico sem aquecimento ou resfriamento. Mas a relação íntima entre a casa e a terra requer considerações complexas que ficam muito mais suaves com um toque de seu excêntrico fundador. “Talvez ele seja um visionário, talvez seja louco”, disse Prinz. “Mas, quando não estou trabalhando com Mike, sinto que perco um pouco da experiência”.

Reynolds voltou seu foco para um novo modelo, que ele chama de Unity, o qual incorpora medidas de corte de custos, como a eliminação das aberturas do telhado, e o uso de apenas uma camada de janelas de vidro. Isso pode deixar as construções cerca de um terço mais baratas do que a maioria das Earthships. Enquanto trabalhava com os pneus debaixo de sua cabeleira grisalha, Reynolds disse que deseja que essas estruturas sejam mais eficientes, para que os habitantes possam tirar o que precisam da terra, em vez de depender de uma economia global de abundância. “Um leão não mata quarenta alces e os esconde em algum lugar”, disse ele. “Ele mata um alce toda vez que fica com fome”.

Você ouve muito dessa conversa na comunidade - como a autossuficiência pode se mesclar com a simbiose para inverter inteiramente nosso mundo de dependência e dominação - e começa a imaginar um planeta no qual as Earthships venham a constituir nossas casas, escritórios, supermercados e hospitais. As empresas de petróleo e gás desmoronariam, e os pesados SUVs de ontem serviriam não como um fumegante pano de fundo distópico, mas como isolamento para a sua sala de estar.

Reynolds passou anos tentando construir estruturas multifamiliares e comerciais, mas teve problemas com licenças, o que forçou sua equipe a experimentar novos projetos em locais com códigos de construção mais permissivos. Sua equipe construiu um abrigo contra tufões nas Filipinas, casas de ajuda humanitária em Porto Rico e uma escola no sul do Haiti, a qual foi devastada por um terremoto no verão passado.

Os projetos são financiados principalmente por voluntários que pagam para trabalhar nas construções e aprender sobre as Earthships. Mas esses voluntários e graduados nas academias, muitos dos quais sonham com suas próprias Earthships, inevitavelmente encontram aquele momento em que as esperanças colidem com as realidades sociais. Word Smith, tradutor em Tucson, terminou a academia em outubro com a certeza de que queria morar numa Earthship e, embora esteja pronto para mudar de vida para isso, a maioria dos municípios não concede permissão para construir com entulho e borracha.

“A gente vê esses diplomatas indo para a COP26, só conversando por duas semanas, todos eles voltam para casa e não fazem nada enquanto a terra queima”, disse Smith. “Aqui você tem pessoas literalmente construindo o futuro, mas elas não conseguem obter as licenças necessárias”.

Reynolds sabe que a humanidade precisa de tempo para se deixar influenciar. Ele compara as pessoas a uma bananeira de sua Earthship: com o passar dos meses, aos poucos elas se curva para alcançar a luz do sol. Pouco antes da pandemia, ele recebeu o diagnóstico de câncer de próstata em estágio 4. Isso o encorajou a construir tantas Earthships quanto conseguisse.

“As coisas estão piorando, o Titanic está afundando, e este aqui é o bote salva-vidas”, disse ele. “Mas é difícil vender um bote salva-vidas quando as pessoas ainda podem jantar e dançar no salão com os ricos do andar de cima”. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU


Como a Cannabis medicinal chegou a 2022... FSP

 Valéria França

SÃO PAULO

Chegamos a 2022 em nova plataforma. Essa, sim, é uma grande novidade. Até o início de dezembro, todo material do Cannabis Inc era postado no Word Press. Assim como todos os blogs da Folha, ele migrou para a mesma plataforma onde estão as demais matérias do Jornal. Nós, blogueiros, tivemos a honra de sermos incorporados. Assim se você estiver entrando aqui pela primeira vez, talvez ache que esse blog é novo, por não encontrar o arquivo. Mas o Cannabis Inc existe de 2019.

Assim achei pertinente o primeiro post do ano reunir as 10 matérias que mostram o significado de 2021 para o mundo da Cannabis medicinal. Nesse período pandêmico tão difícil – economicamente e socialmente –, ela se popularizou como instrumento no combate à depressão e à ansiedade, doenças psicológicas despertadas também pelo isolamento e medo de morte.

Nos EUA, os dispensários foram considerados serviços essenciais, as vendas se fortaleceram e as ações chegaram a valorizar na mesma velocidade que as criptomoedas. No Brasil, surgiram novos modelos de negócios e mais oportunidades de investimentos em empresas internacionais do setor.

Também surgiram vários braços de pesquisas, a mais importante delas, sem dúvida, do papel do CBD no tratamento da pós Covid, no Hospital das Clínicas. Houve também iniciativas de menor escopo, sobre o papel do CBD no aumento da imunidade do organismo, no tratamento de Alzheimer e na fibrimialgia. Nos últimos meses, as notícias de aprovação da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) de novos CBDs também deram a certeza de que enfim o Brasil terá no futuro próximo um mercado mais competitivo e com preços mais acessíveis.

Boa retrospectiva! Feliz Ano Novo!

1.Brasileiro logo poderá escolher a origem do CBD no balcão da farmácia

2.Incor dá protagonismo ao Brasil ao fazer a primeira pesquisa mundial para pós covid e insuficiência cardíaca

3.Pesquisadores canadenses começam estudo clínico sobre a ação da Cannabis no combate à Covid

4.Pesquisa clínica avalia o uso do THC no tratamento de fribromialgia

5.Assista ao depoimento de Daniel Chaves que saiu da depressão com muita disciplina e CDB

6.Presidente da comissão de Cannabis é agredido por deputado bolsonarista

7.Projeto de distribuição gratuita de medicamento de Cannabis vai para aprovação na Alesp

8.Frente parlamentar de Cannabis medicinal realiza a primeira audiência pública

9.Documentário vira ferramenta de venda para empresa de investimento de Cannabis

10.No Dia Mundial do Alzheimer, cientista antecipa progresso na pesquisa com tratamento de THC


João Wainer Nara é foda!, FSP

 Nara é foda! Desculpem o palavrão, mas depois de assistir a série documental "O Canto Livre de Nara" dirigida pelo colunista da Folha Renato Terra e lançada no último dia 7 pela Globoplay, não fui capaz de encontrar um adjetivo melhor do que esse para definir Nara Leão.

Nara não fazia apenas música, ela contava histórias através das canções e dos compositores que escolhia gravar. Sua obra completa é a crônica perfeita de um momento muito especial do Brasil. Ela é política, feminismo, luta, coragem e vanguarda. Pensa comigo, vai só imaginando.

Imagem em preto e branco mostra Nara Leão posando para foto séria
A cantora Nara Leão em imagem da série documental 'O Canto Livre de Nara Leão', da Globoplay - Divulgação/Acervo Pessoal

Imagina uma menina de 14 anos na década de 1950 com carisma suficiente para encher a sala do apartamento em que vivia com os pais em Copacabana, com seus amigos do rolê, músicos geniais do quilate de Tom Jobim e João Gilberto, para que juntos desenvolvessem ali um dos gêneros musicais mais tocados no planeta até hoje, a Bossa Nova.

Imagina que antes de gravar seu primeiro disco ela rompe com o movimento que ajudou a criar dizendo que a Bossa Nova dava sono e que cantar o amor, o sorriso e a flor não fazia sentido em um país com tanta miséria, fome e desigualdade. Desiludida com o asfalto e a alienação do seu entorno, imagina ela subindo o morro, descobrindo um mundo novo e gravando seu primeiro disco com músicas de compositores até então desconhecidos como Cartola e Nelson Cavaquinho.

Imagina agora um golpe militar brutal se instalando no Brasil e Nara protagonizando no Teatro de Arena um espetáculo chamado "Opinião" ao lado de João do Vale e Zé Keti cantando músicas de protesto. Imagina ela dar uma entrevista em plena ditadura dizendo que os militares entendem de canhão, mas não entendem de política e deveriam ser extintos. A história segue até hoje mostrando o quão certa ela estava. Imagina um poema de Carlos Drummond de Andrade pedindo para que os "milicos" não prendam Nara Leão.

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Imagina uma mulher livre que nunca se submeteu e que com sua atitude afirmativa enfrentou o machismo da época. Se recusou a subir no palco quando Norma Bengell foi impedida de cantar em uma apresentação na PUC e brigou para que Maria Bethânia a substituísse no show Opinião, batendo de frente com os que não a queriam por acharem ela "feia". Imagina ter que lidar com uma descabida e machista competição imaginária com Elis Regina para ver quem era melhor, estimulada por homens que assistiam e lucravam com isso.

Imagina uma cantora que gravou Roberto e Erasmo quando eles eram considerados alienados e americanizados, gravou Fagner e Dominguinhos no começo da carreira, deu a mão para um movimento novo que ficou conhecido como Tropicália. Imagina alguém que emprestou a voz para as primeiras músicas de um jovem estudante de arquitetura chamado Chico Buarque que depois se tornaria um de seus grandes parceiros na vida.

Isso é só um pouquinho do que foi Nara Leão, uma mulher que estava sempre um passo à frente de todo mundo e que não se deixava conduzir por nada nem por ninguém, como bem definiu Chico no primeiro episódio da série.

Imagina então tudo e isso e me diz se existe nessa língua portuguesa palavra mais adequada do que "foda" para descrever Nara Leão? Se lembrar de alguma, deixe aqui nos comentários. Eu mesmo desconheço.