segunda-feira, 12 de maio de 2014

Compare bairros paulistanos com outras cidades do mundo


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Há uma guerra contra os prédios em São Paulo. Se multiplicam os movimentos para impedir a chegada de espigões e a demolição de casinhas em bairros valorizados como Pinheiros, Vila Madalena e Vila Mariana.
Agora, com o texto do novo Plano Diretor em fase final de tramitação na Câmara Municipal, a discussão sobre a altura dos edifícios está mais acirrada do que nunca.
O documento, aprovado em primeira votação em 30 de abril (falta a segunda votação), incentiva prédios altos perto de estações de trem, metrô e ônibus. Embora limite a oito andares a altura dentro dos bairros, associações de moradores tentam barrar a tramitação sob o argumento de que as medidas cedem demais ao mercado imobiliário.
Editoria de Arte/Revista sãopaulo
Por trás do plano está uma ideia que virou mantra nas escolas de arquitetura e urbanismo ao redor do mundo: a da cidade compacta, pensada para prevenir e reverter o processo de crescimento rumo à periferia. Na cidade densa as pessoas não precisam pegar o carro para fazer compras, trabalhar ou se divertir.
Mas alta densidade não é sinônimo de prédio alto, como pode parecer à primeira vista. Edifícios, além de altura, têm largura, profundidade e distância das outras construções.

Prédio alto não é sinônimo de densidade urbana

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Reprodução/GoogleMaps
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Horizontal e superdenso. O bairro Eixample, em Barcelona (Espanha), combina prédios baixos, de até cinco andares, com uma população de 34 mil habitantes por km².
O megadenso bairro Eixample, em Barcelona, com seus 34,5 mil habitantes por km² e prédios de apenas cinco andares (com lojinhas embaixo) é prova disso, assim como grande parte das cidades pré-industriais.
No século 19, a migração de camponeses para trabalhar nas fábricas gerou uma grande concentração de pessoas, e com isso, várias epidemias. Num mundo sem antibióticos, a higiene das habitações virou prioridade máxima. Casas e prédios ficaram mais espaçados, com mais janelas para a entrada de sol e ar.
Décadas depois veio o modernismo e a cidade pensada para o carro, dividida em setores, como Brasília. Ideais que moldaram e continuam a moldar os centros urbanos.
São Paulo e lugares como Los Angeles, por exemplo, tiveram uma explosão em direção à periferia a partir dos anos 1950. Mas a cidade de fato, com toda sua infraestrutura e empregos, não chega às bordas.
O resultado são pessoas indo de um lado da cidade ao outro todos os dias. E esse movimento pendular tem resultados bem conhecido: superlotação das vias, trens e ônibus. 

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