A possibilidade de faltar água de modo continuado em São Paulo já coloca as indústrias em alerta. Micro e pequenas empresas devem ser as mais prejudicadas em caso de racionamento, mas até multinacionais, como a General Motors, estão preocupadas.
Matéria-prima de setores como bebidas e alimentos, a água é insumo essencial em vários segmentos industriais.
O que as empresas mais prescindem é de informação. A falta de previsões é o que mais as atemoriza.
Em Jundiaí, a regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) vem mantendo contato diário com o DAE (Departamento de Água e Esgoto) para monitorar os reservatórios e se preparar para eventual corte no fornecimento de água. "Não dá para uma indústria se preparar como uma família", afirma Mauritius Reisky, 41, diretor do Ciesp Jundiaí.
O acesso à informação é, para o vice-diretor do Ciesp de São Caetano, William Pesinato, um dos aspectos que diferencia grandes e pequenas empresas —essas últimas dependeriam da mídia.
Além de menos previsões, normalmente as pequenas empresas não têm recursos nem estrutura para continuar a produção sem água.
Enquanto as maiores podem recorrer a poços artesianos e sistemas de reuso, indústrias de menor porte não conseguem incluir esses itens no orçamento.
"Qualquer problema que possa afetar a indústria atinge mais as micro e pequenas", diz Rogério Grof, diretor de relações institucionais do Simpi (Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo). "Elas têm menor acesso a crédito, que poderia viabilizar uma obra para minimizar o problema de falta de água, como um poço artesiano."
Mesmo multinacionais, como a GM —com unidade em São Caetano, cidade afetada por corte—, mostram preocupação. "Racionamento é um cenário para o qual não temos alternativa", diz Jaime Ardila, presidente da montadora para a América do Sul.
GUARULHOS E CAMPINAS
Em Guarulhos, o fornecimento entrou em sistema de rodízio neste mês.
No entanto, em fevereiro, o efeito do período seco já era sentido. "A água só chega das 21h às 6h", disse João Possenti, sócio-diretor da Komec, uma caldeiraria. "Os funcionários não conseguem tomar banho antes de ir para casa."
Apesar das consequências do rodízio, o Ciesp local diz que a falta de abastecimento não é nova na cidade. Muitas indústrias da cidade, por isso, têm outras fontes de água porque não confiam no abastecimento.
O superintendente do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Guarulhos, Afrânio de Paula Sobrinho, diz que o problema acompanha o crescimento da região. "A demanda é superior à oferta."
Em Campinas, a farmacêutica MSD parou de captar de água no rio Atibaia. "Para manter atividades em funcionamento, a MSD está contratando caminhões-pipa", disse a empresa.
Para o diretor do Ciesp Campinas, José Nunes, o pior está por vir. "O problema vai surgir em agosto, no período de seca."
Matéria-prima de setores como bebidas e alimentos, a água é insumo essencial em vários segmentos industriais.
O que as empresas mais prescindem é de informação. A falta de previsões é o que mais as atemoriza.
Em Jundiaí, a regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) vem mantendo contato diário com o DAE (Departamento de Água e Esgoto) para monitorar os reservatórios e se preparar para eventual corte no fornecimento de água. "Não dá para uma indústria se preparar como uma família", afirma Mauritius Reisky, 41, diretor do Ciesp Jundiaí.
O acesso à informação é, para o vice-diretor do Ciesp de São Caetano, William Pesinato, um dos aspectos que diferencia grandes e pequenas empresas —essas últimas dependeriam da mídia.
Além de menos previsões, normalmente as pequenas empresas não têm recursos nem estrutura para continuar a produção sem água.
Enquanto as maiores podem recorrer a poços artesianos e sistemas de reuso, indústrias de menor porte não conseguem incluir esses itens no orçamento.
"Qualquer problema que possa afetar a indústria atinge mais as micro e pequenas", diz Rogério Grof, diretor de relações institucionais do Simpi (Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo). "Elas têm menor acesso a crédito, que poderia viabilizar uma obra para minimizar o problema de falta de água, como um poço artesiano."
Mesmo multinacionais, como a GM —com unidade em São Caetano, cidade afetada por corte—, mostram preocupação. "Racionamento é um cenário para o qual não temos alternativa", diz Jaime Ardila, presidente da montadora para a América do Sul.
GUARULHOS E CAMPINAS
Em Guarulhos, o fornecimento entrou em sistema de rodízio neste mês.
No entanto, em fevereiro, o efeito do período seco já era sentido. "A água só chega das 21h às 6h", disse João Possenti, sócio-diretor da Komec, uma caldeiraria. "Os funcionários não conseguem tomar banho antes de ir para casa."
Apesar das consequências do rodízio, o Ciesp local diz que a falta de abastecimento não é nova na cidade. Muitas indústrias da cidade, por isso, têm outras fontes de água porque não confiam no abastecimento.
O superintendente do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Guarulhos, Afrânio de Paula Sobrinho, diz que o problema acompanha o crescimento da região. "A demanda é superior à oferta."
Em Campinas, a farmacêutica MSD parou de captar de água no rio Atibaia. "Para manter atividades em funcionamento, a MSD está contratando caminhões-pipa", disse a empresa.
Para o diretor do Ciesp Campinas, José Nunes, o pior está por vir. "O problema vai surgir em agosto, no período de seca."
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