Simão Pedro, da pasta de Serviços, diz que teste de internet sem fio começa até o meio do ano na avenida; promessa é ampliar sinal para a cidade inteira
01 de fevereiro de 2013 | 2h 03
ADRIANA FERRAZ , ARTUR RODRIGUES - O Estado de S.Paulo
A Prefeitura de São Paulo promete que vai oferecer internet grátis em toda a cidade. O projeto-piloto será colocado em teste até o meio do ano e vai atender inicialmente cinco locais com fluxo intenso de pedestres. Ontem, em entrevista à TV Estadão, o secretário municipal de Serviços, Simão Pedro, afirmou que a Avenida Paulista deve ser a primeira a ser contemplada pela ideia.
"Áreas do centro da cidade, como o Vale do Anhangabaú, e bairros periféricos, como Cidade Tiradentes e São Miguel Paulista, na zona leste, também estão na fila", anunciou o secretário, que é deputado estadual pelo PT. Segundo ele, o projeto é um pedido pessoal do prefeito Fernando Haddad (PT), para atender também os turistas que visitarão a capital durante a Copa do Mundo, no ano que vem.
"É um absurdo uma cidade moderna, grande como São Paulo, não oferecer internet gratuita e sem fio à população. Osasco, Guarulhos, Diadema e tantas outras já oferecem. Outro dia fui à Registro, uma cidade pequena no Vale do Ribeira, e lá os jovens vão para as praças com seus lap tops", afirmou Pedro.
Além de elaborar o projeto para oferecer Wi-Fi grátis, a secretaria assumirá ainda a função de administrar e modernizar toda a rede de telecentros da capital. "Hoje, são cerca de 350 unidades, mas a maior parte delas está defasada e com baixa qualidade de atendimento. O prefeito Gilberto Kassab (PSD) se preocupou em ampliar a rede, mas nós vamos transformá-la. A ideia é fazer minicentros de cultura digital, adequados à realidade de cada comunidade." A mudança exigirá uma nova licitação.
Iluminação. Mais difícil será a troca do sistema de iluminação pública, cujo contrato vence em 30 de julho. Na avaliação de Haddad, o consórcio responsável pela troca de luminárias na cidade não faz um bom trabalho. São Paulo tem hoje pelo menos 16 mil pontos escuros. "Essa é uma demanda que já deveria ter sido resolvida até pela questão da segurança da população", disse Simão Pedro. De forma emergencial, a secretaria vai listar os pontos de maior movimento de pedestres, como escolas e terminais de ônibus, para definir prioridades na instalação dos pontos. Ao todo, a capital tem hoje 540 mil ligações públicas de energia - é a maior rede da América Latina.
A modernização do sistema é outra meta do prefeito, que já solicitou um estudo para enterrar a fiação elétrica pelo menos nos principais calçadões da cidade. Há uma estimativa de que enterrar os fios em toda a cidade custe R$ 15 bilhões.
Reciclagem. Para elevar o índice de reciclagem em São Paulo, que hoje é de apenas 1,5%, Simão Pedro cogita modificar o modelo existente, que repassa todo o material a cooperativas cadastradas no programa municipal, que é socioambiental.
No início do ano, a coleta de lixo reciclável atrasou em várias partes da cidade porque algumas cooperativas entraram em férias. Para evitar depender apenas das centrais de triagem, estuda-se criar um "modelo misto", com participação de empresas.
"O modelo atual é muito paternalista. A Prefeitura coleta e entrega tudo nas centrais. Temos de investir na autonomia, capacitação dessas cooperativas e até mesmo dividir esse trabalho a partir de outras possibilidades, como um sistema misto, com espaço a empresas interessadas em participar desse serviço."
Segundo ele, devem ser criadas mais 17 centrais de triagem até 2016. Só assim a cidade poderá tirar o atraso no Plano Resíduos Sólidos, que estabelece meta que o índice de reciclagem suba para 10%.
O sistema de coleta de lixo comum também será reformulado. No Brás, por exemplo, ela será feita no período da manhã. O lixo seria retirado entre as 7h30 e 9h para evitar que seja remexido durante a madrugada. "Vamos iniciar a partir do dia 6 uma campanha de informação e pedido de apoio."
O secretário afirma que o atual contrato de limpeza da cidade dá pouca margem de fiscalização à Prefeitura. "Queremos criar um sistema de fiscalização mais eficiente, até com a participação do cidadão", explica Simão Pedro. "Apenas um terço do entulho da cidade vai para aterros", diz o secretário, que lembra que há cerca de 800 pontos viciados de descarte irregular. Em toda a Grande São Paulo são 1,5 mil. / COLABOROU FELIPE TAU
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