quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Aumento do custo da energia de Itaipu pressionará conta de luz, O Globo

4/12/2016


Fonte: O Globo
Em 2017, tarifa da hidrelétrica terá alta de 11,4% em dólar
As contas de luz das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terão uma pressão de alta relevante em 2017 por causa do aumento da energia elétrica gerada por Itaipu. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu ontem um reajuste de 11,4% no custo em dólar da energia gerada pela hidrelétrica binacional a vigorar no próximo ano. Para este ano, esse custo de Itaipu havia caído 32,27% em dólar, ajudando a conter a alta das tarifas de energia elétrica em 2016. Em 2017, porém, essa energia vai subir de US$ 25,78 por quilowatt/mês para US$ 28,73.
Apesar do aumento do custo em dólar, o relatório do diretor da Aneel André Pepitone informou que “ao se considerar a tarifa de repasse de Itaipu em reais, poderá haver redução tarifária em razão da variação entre o dólar considerado na cobertura tarifária das distribuidoras e o realizado ao longo de 2017”. A queda do custo da energia de Itaipu e a variação cambial colaboraram, por exemplo, para a redução de 12% das contas de luz da Light no mês passado.
LEI TRANSFERE CONTA  AO CONSUMIDOR O aumento da tarifa de Itaipu deste ano foi impulsionado pela edição da Lei 13.360, aprovada em Congresso, que determinou que a Aneel considerasse no cálculo do preço da energia valores não pagos pela União à Itaipu Binacional referentes às faturas vencidas neste ano.
Com isso, essa conta que antes era paga pelo Tesouro Nacional passou a ser cobrada dos consumidores na tarifa de energia em somas ainda maiores. Essa mudança na lei foi consequência de um acordo firmado entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo, em 2009.
A Aneel definiu, ainda, outras referências para o preço da energia elétrica em 2017. O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), por exemplo, terá custo de R$ 3,3 bilhões no próximo ano. Em 2015, o valor foi de R$ 3,6 bilhões.
A diretoria da Aneel estabeleceu ainda o reajuste de 26,32% no teto da energia elétrica no mercado de curto prazo, conhecido como Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). Esse preço máximo será de R$ 533,82. O piso do PLD ficou quase igual ao do ano passado, em R$ 33,68.
Outro fator de impacto nas contas de luz de 2017 será o aumento nas tarifas de transmissão (TUST), que podem aumentar mais de 220% para a grande indústria, segundo a Associação Brasileira de Grandes Consumidores e Consumidores Livres (Abrace). Isso porque, a partir de julho do ano que vem, todos os consumidores terão de ressarcir as empresas de transmissão de energia em uma conta que deverá acumular R$ 55 bilhões nos próximos oito anos. Deste total, R$$ 11 bilhões devem começar a ser pagos ano que vem.
A grande indústria contesta as bases do pagamento definidas por portaria ministerial em abril deste ano e cujas metodologias estão em discussão na Aneel. A agência estima que o impacto nas tarifas será de 5% para ao consumidor residencial, em média. No comércio e na indústria, o impacto será maior. De acordo com a Abrace, a herança desse aumento tarifário começou em 2012, quando a Medida Provisória 579 alterou regras do setor elétrico, baixando artificialmente as tarifas.

Duas partes,Luis Fernando Verissimo, OESP


Todos os nossos textos são tratados filosóficos, nas estrelinhas. O que aparece impresso é apenas a parte menos importante
L
22 Dezembro 2016 | 02h00
Ludwig Wittgenstein, o austríaco naturalizado britânico que muitos consideram o principal filósofo moderno (morreu em 1951) publicou apenas um livro de filosofia em vida, o Tractatus Logico-Philosophicus, mas foi o autor de frases e aforismos que também ficaram. Ele escreveu que as fronteiras da sua linguagem eram as fronteiras do Universo, e que o que se pode dizer deve ser dito claramente, o que não se pode falar deve ficar no silêncio. Mas se contradisse em um texto que escreveu sobre o seu Tractatus: “Meu trabalho consiste em duas partes, uma a apresentada no livro, outra a que eu não escrevi. E é precisamente este segunda parte que é importante”. Pronto: escritores e principalmente cronistas tem a bênção de Wittgenstein para sua ambição secreta, que é de serem entendidos não pelo que escrevem, mas pelo que deixam de escrever. Todos os nossos textos são tratados filosóficos, nas estrelinhas. O que aparece impresso é apenas a parte menos importante.
Wittgenstein era um crítico feroz de quem considerava seus inferiores. Foi ele quem disse que a poesia de Rilke era venenosa e causava indigestão. Um contemporâneo do filósofo declarou que uma conversa com ele era como viver o dia do Juízo Final. Não era mole, nosso patrono.
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Fui ao programa do Jô algumas vezes. Ele sempre contava que tinha ido almoçar na nossa casa em Porto Alegre e que, quando me perguntou há quanto tempo morávamos ali, respondi “mais de 50 anos”, e quando perguntou quantos quartos tinha na casa - eu não sabia! A primeira vez que fui ao programa do Jô ainda era no SBT e os outros convidados eram o Luís Carlos Prestes e o Lula. 
Não sei por que eu estava naquela companhia, talvez porque também era um Luis. Enquanto esperávamos o início do programa, comentei com o Lula que era amigo do Marco Aurélio Garcia. “Grande figura” disse o Lula. Virei para o Prestes e comentei que um tio do meu pai, Nestor Verissimo, tinha participado da Coluna Prestes. “Grande figura”, disse o Prestes. O papo não prosperou. E ainda dizem que eu não sou de puxar conversa.
O Luís Carlos Prestes já morreu, eu ainda não, mas que fim levou o Lula?

Temer anuncia saque de contas inativas do FGTS, OESP


Em café da manhã com jornalistas, o presidente detalhou a redução dos juros no cartão de crédito e fez um balanço de seu governo em 2016
Thaís Barcellos e Elizabeth Lopes ,
O Estado de S.Paulo
22 Dezembro 2016 | 10h07
Foto: Divulgação
Michel Temer em café da manhã com jornalistas
O presidente Michel Temer (PMDB) fez os anúncios durante um café da manhã com jornalistas no Palácio da Alvorada, em Brasília
O presidente Michel Temer anunciou na manhã desta quinta-feira, 22, durante café da manhã com jornalistas, a permissão para os trabalhadores sacarem o saldo de suas contas do Fundo de garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Segundo o presidente, a medida vai beneficiar 10,2 milhões de trabalhadores e não haverá limite para o saque, mas disse que, segundo levantamento do Ministério do Planejamento, 86% das contas não ultrapassam um salário mínimo.
No encontro, Temer também deu mais detalhes sobre a redução dos juros no cartão de crédito, que já havia citada na divulgação do pacote microeconômico na semana passada. Segundo ele, as mudanças no cartão de crédito acontecerão em duas opções: a redução dos juros do rotativo do cartão para a metade que é cobrado hoje e ainda menores para o parcelamento da dívida com o cartão de crédito, ou seja, menos da metade do que é cobrado hoje no rotativo.
O presidente ainda confirmou que vai anunciar às 11h30, em reunião com sindicalistas e representantes de empresas, propostas de modernização da legislação trabalhista, conforme antecipado ontem pelo Broadcast. De acordo ele, os dois grupos participaram da elaboração das alterações nas leis trabalhistas.
Michel Temer explicou que o Programa de Seguro-Emprego (PSE) será criado por medida provisória, uma vez que o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) termina dia 31 de dezembro. Já as outras partes da reforma serão enviadas por projeto de lei pelo Congresso.
FGTS. O presidente afirmou que o valor que poderá ser sacado do FGTS pode alcançar R$ 30 bilhões, o que vai possibilitar uma injeção de recursos que vai movimentar a economia brasileira e representar cerca de 0,5% do PIB, segundo cálculos do Planejamento. Ele ainda acrescentou que essa medida é importante para recompor a renda dos trabalhadores no momento atual difícil da economia.
Temer frisou que a medida não vai por em risco os recursos do FGTS para os programas de saneamento e habitação.
Hoje, o trabalhador só pode sacar o saldo de suas contas inativas - que é criada quando ele sai de um emprego e vai para outro - quando se aposenta ou para comprar um imóvel. Há também uma possibilidade de movimentar essa conta se a pessoa ficar 3 anos desempregado.