Em café da manhã com jornalistas, o presidente detalhou a redução dos juros no cartão de crédito e fez um balanço de seu governo em 2016
Thaís Barcellos e Elizabeth Lopes ,
O Estado de S.Paulo
O Estado de S.Paulo
22 Dezembro 2016 | 10h07
O presidente Michel Temer anunciou na manhã desta quinta-feira, 22, durante café da manhã com jornalistas, a permissão para os trabalhadores sacarem o saldo de suas contas do Fundo de garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Segundo o presidente, a medida vai beneficiar 10,2 milhões de trabalhadores e não haverá limite para o saque, mas disse que, segundo levantamento do Ministério do Planejamento, 86% das contas não ultrapassam um salário mínimo.
No encontro, Temer também deu mais detalhes sobre a redução dos juros no cartão de crédito, que já havia citada na divulgação do pacote microeconômico na semana passada. Segundo ele, as mudanças no cartão de crédito acontecerão em duas opções: a redução dos juros do rotativo do cartão para a metade que é cobrado hoje e ainda menores para o parcelamento da dívida com o cartão de crédito, ou seja, menos da metade do que é cobrado hoje no rotativo.
O presidente ainda confirmou que vai anunciar às 11h30, em reunião com sindicalistas e representantes de empresas, propostas de modernização da legislação trabalhista, conforme antecipado ontem pelo Broadcast. De acordo ele, os dois grupos participaram da elaboração das alterações nas leis trabalhistas.
Michel Temer explicou que o Programa de Seguro-Emprego (PSE) será criado por medida provisória, uma vez que o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) termina dia 31 de dezembro. Já as outras partes da reforma serão enviadas por projeto de lei pelo Congresso.
FGTS. O presidente afirmou que o valor que poderá ser sacado do FGTS pode alcançar R$ 30 bilhões, o que vai possibilitar uma injeção de recursos que vai movimentar a economia brasileira e representar cerca de 0,5% do PIB, segundo cálculos do Planejamento. Ele ainda acrescentou que essa medida é importante para recompor a renda dos trabalhadores no momento atual difícil da economia.
Temer frisou que a medida não vai por em risco os recursos do FGTS para os programas de saneamento e habitação.
Hoje, o trabalhador só pode sacar o saldo de suas contas inativas - que é criada quando ele sai de um emprego e vai para outro - quando se aposenta ou para comprar um imóvel. Há também uma possibilidade de movimentar essa conta se a pessoa ficar 3 anos desempregado.
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